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Resenha sobre o filme Eles não usam Black Tie

Por:   •  26/10/2015  •  Resenha  •  655 Palavras (3 Páginas)  •  1.892 Visualizações

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Resenha sobre o filme Eles não usam Black Tie

Nome: Mariana do Rosário Alves


Quando se questiona a respeito da origem do sindicalismo no Brasil, podemos dizer que tudo aconteceu impulsionado pela vinda de imigrantes europeus anarquistas para o Brasil, na virada do século XIX para o século XX, muitos deles para a colheita do café e outros para as indústrias. Nesta época, como se sabe, as condições de trabalho eram bastante precárias, levando os anarquistas a começarem a desenvolver uma metodologia de organização sindical dos operários e dos catadores de café, conhecida como roda de prosa.Tal metodologia consistia em conversar sobre assuntos diversos com os companheiros, até chegar a um assunto relacionado à fábrica. Isso estimulava os operários a quererem reivindicar por melhores condições de trabalho.

Mas foi somente em 1931, com Getúlio Vargas, que nasce de forma legalizada o sindicalismo brasileiro, assim como o Ministério do Trabalho. Nos anos seguintes, o presidente cria uma Lei que estabelece que todas as negociações salariais deveriam ser feitas com os sindicatos e outra Lei em que somente tiraria férias aqueles trabalhadores que fossem sindicalizados. Com isso houve um avanço do sindicalismo, uma vez que os benefícios do trabalhador estariam diretamente ligados a sua filiação aos sindicatos. Nesta época houve também a criação de receita para os sindicatos, com as contribuições sindicais.

Já em 1962, no governo de João Goulart, foi regulamentado o sindicalismo para os trabalhadores rurais, algo que tardou a acontecer devido a força dos fazendeiros e proprietários de terras sobre o Estado. O avanço dos sindicatos não foi bem aceito pelos militares, que derrubaram João Goulart, dando início a Ditadura Militar. Neste período, que durou de 1964 a 1985, espalharam-se as greves pelo país, de diversas categorias de trabalhadores, houve repressão violenta por parte do governo, intervenção nos sindicatos e prisão de lideranças e ativistas.

Dentro deste contexto, mais especificamente nos fins da ditadura, o filme Eles não usam Black Tie, tem como assunto principal, a greve dos metalúrgicos de São Paulo de 1979, mostrando a repressão e o movimento sindical paulistano representando a força do operariado. O filme explora também o ambiente familiar, onde se observa a situação de vida dos operários, os costumes, as relações familiares, mas principalmente, uma situação financeira precária.

O filme trata, com foco maior, das divisões políticas existentes dentro da própria classe operária, tendo como exemplo principal, o conflito de pensamentos entre Otávio, líder sindicalista que se envolvia diretamente na organização das greves, e seu filho Tião, que assumia uma postura conservadora, concordando com as condições de trabalho existentes, e por isso não aderindo às greves e incentivando os demais companheiros a não aderirem também.

Outro exemplo de conflito no interior do movimento da classe de operários é a forma como Bráulio e Santini conduziam a greve. As diferenças de percepção e entendimento sindical e político são visíveis: Bráulio toma uma postura de formador de consciência, tentando organizar os operários de forma a evitar confronto direto com o aparato policial, mostrando que seria possível avançar com a luta sem ceder ás provocações políticas que visavam a derrota da luta sindical da categoria. Mesmo sendo contra a violência, o personagem, que é negro, é executado pela polícia, mostrando com clareza a existência de preconceitos sociais e raciais no período.

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