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Saúde Mental e Trabalho

Por:   •  13/4/2015  •  Dissertação  •  2.390 Palavras (10 Páginas)  •  563 Visualizações

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SAÚDE MENTAL E TRABALHO

A área que estuda e relaciona trabalho e saúde mental, ainda é jovem e seus estudos foram aprofundados apenas recente, há cerca de 50 anos.

Apesar de sua imaturidade, esta é uma área muito pertinente e a relação “saúde mental/trabalho” cria uma interação de subordinação importante: não se pode dominar o conhecimento sobre os sofrimentos da mente humana, ignorando o trabalho, que é uma de suas principais atividades cotidianas; tal como não se pode querer delinear nem pragmatizar o trabalho, ignorando as condições psicológicas de quem o efetua.

Para destrinchar o conteúdo com maior minúcia, ele será dividido em três:

1. O QUE É SAÚDE MENTAL E TRABALHO: 

O termo Psicologia do Trabalho adota um sentido de origem, ou seja, a psicologia provinda do meio do trabalho, os fenômenos estudados por ela têm sua origem, sua determinação e é explicada em função do trabalho. “Para compreender-se a psicologia, é preciso compreender o trabalho”.

Para que um ser humano possa comportar-se de fato como um humano, precisa manter as condições para sua subsistência básica, comendo, bebendo, vestindo e morando, e só consegue isto através do trabalho. Em outras palavras, o trabalho está entre as condições básicas para a sua existência, e parte daí a importância do mesmo até para a psicologia.

2. O LUGAR DO TRABALHO:

Os objetos mundanos deixam de ser apenas objetos físicos e comuns, para tornarem-se objetos com significados humanos, justamente através do trabalho. Compreenda: o trabalho transforma o minério de ferro em vaidade para os automóveis; o trabalho transforma madeira em estilo na construção de móveis.

O trabalho para a vida humana denota profissão, dinheiro, classe social, produção, consumo e muitos outros significados. O trabalho condiciona a realidade do homem.

A psicologia estará onde o trabalho se fizer presente, a psicologia tem como função compreender o universo humano, e como mais compreender este universo sem o trabalho, ao qual ele sempre estará vinculado?

3. SAÚDE MENTAL E TRABALHO:

Para Sigmund Freud, a saúde mental é a “capacidade de amar e de trabalhar”. A citação relaciona com clareza a saúde mental com o trabalho, e faz grande sentido, já que de fato estas competências cobram de uma boa saúde mental. Mas não estaria também a própria saúde mental relacionada às duas competências? Tanto no amor quanto no trabalho, cria-se um ciclo, cobram da saúde mental para que sejam alcançados com qualidade, mas a saúde mental também encontra-se como produto da forma como estes dois primeiros são realizados.

Desta forma, se a psicologia pretende abordar os sofrimentos psicológicos, as doenças mentais e os distúrbios de um indivíduo, precisa antes, dentre outras coisas, compreender como este indivíduo trabalha, pois sua saúde mental também será resultado dos métodos do seu ofício.

MODOS DE FAZER SAÚDE MENTAL E TRABALHO

A Psicologia do Trabalho é uma área jovem. No Brasil, começou a ser mencionada a partir da década de 1980. As três principais abordagens que ganharam mais área no Brasil foram: o estresse, a psicopatologia (psicodinâmica do trabalho) e a abordagem epidemiológica.

  1. ESTRESSE

É o grau do desgaste total causado pela vida. Na medicina e na psicologia, estresse aparece tanto para denominar condições externas (força imposta ao organismo), como para fazer referência às respostas deste mesmo organismo ante a estas forças, o que mais se aproxima de seu sentido original.

Com o surgimento de uma pesquisa pela popularização da saúde mental no trabalho, chegou-se a conclusão que tudo estressa, muito trabalho ou pouco trabalho, e tudo resolve o estresse, chazinho, conversas, massagens.

Apesar de algumas aplicações do termo estresse na medicina datarem do início do século XX, foram os trabalhos de Seyle, a partir de 1936, que deram visibilidade ao fenômeno, passou então a ser reconhecido na medicina e na biologia, depois na psicologia. O estresse – “síndrome específica, constituída por todas as alterações não específicas, produzidas num sistema biológico” – foi identificado pelas suas várias manifestações fisiológicas, mas sem causa definida.

A explicação para a ocorrência do estado de estresse é biológica e diz respeito à necessidade de adaptação ou ajustamento do organismo frente às pressões do meio com as quais se depara, manifesta-se em três fases: a reação de alarme diante de um agente agressor, a resistência e a exaustão. As duas primeiras seriam comuns a todo ser humano ao longo da vida pela demanda constante de ajuste as atividades e necessidade de resistência aos infortúnios da existência. Ninguém pode viver sem nenhum grau de estresse, qualquer atividade ou emoção são capazes de ativá-lo. O conceito de estresse, que antes se referia à reação dos tecidos frente a agentes físicos agressores pode então ser transportado para tantos outros domínios, inclusive para as situações de trabalho. As definições de estresse como “adaptações as tensões e pressões da existência cotidiana” e “grau do desgaste total causado pela vida” abriram caminho para seus vários empregos no mundo psicológico.

Após a Segunda Guerra Mundial, pesquisas sobre estresse tornaram-se visíveis e apareceram em trabalhos científicos. Vários estudiosos pesquisaram sobre o assunto, e o que mais chamou atenção foi a abordagem de Karasek (1979), que apresenta o estresse como um desequilíbrio entre o que é exigido e o que é oferecido com relação à demanda.

Apesar das diferenças todas as conceituações parecem convergir no sentido de ajuste, quer na relação indivíduo – ambiente, quer na relação demanda – recursos, sendo o estresse o resultado de um estado de desequilíbrio. O estresse, é como um estado intermediário entre a saúde e a doença, assim passa a ser possível indicar as consequências de trabalho sobre trabalhadores, que podem estar sofrendo pelas condições do mesmo.

Estudos sobre estresse têm sido realizados para que se possa identificar quais fatores ocorrem para este. Tais estudos partem de modelos teóricos diferentes, mas têm sua definição em comum: um estímulo externo produzido a partir de situações de trabalho, respostas frente a estes estímulos, e muitas consequências para o individuo que está envolvido, concordam, também, mas parcialmente, com a ideia de que a relação entre estímulos externos e estresse pode ser moderada por características individuais e situacionais.

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