Tecnologias Sociais Interface Com as Políticas Públicas e o Serviço Social

Tecnologias sociais

Interface com as políticas públicas e o Serviço Social

Ana Lúcia Suárez Maciel

Rosa Maria Castilhos Fernandes

O artigo apresentado, que aborda o tema das tecnologias sociais, tendo em vista o descompasso significativo entre desenvolvimento científico-tecnológico e desenvolvimento social, propõe-se a evidenciar a importância de inserir na pauta da categoria dos assistentes sociais a temática que tem sido motivo de luta social e mobilização da sociedade civil organizada em defesa da TS como política pública. Sendo assim, o texto possui uma identidade que contextualizam aspectos históricos e conceituais sobre as TS e a sua sistematização, ainda que sinteticamente expressa na indicação de algumas experiências que vêm sendo desenvolvidas em diferentes regiões do país, com o intuito de exemplificá-las.

Desta forma, para compreendermos o conceito de TS, o autor explica significado da palavra tecnologia como sendo um conjunto de conhecimentos, processos e métodos empregados em diversos ramos. Ao empregarmos o complemento social, entendemos que esse conjunto de conhecimentos, processos e métodos deva estar à disposição da sociedade, visando efetivação e expansão de direitos, assim como o desenvolvimento social. A adesão do termo social à tecnologia traz a dimensão socioambiental e a construção de processos democráticos e o objetivo de solucionar as necessidades da população, para a esfera do desenvolvimento tecnológico (ITS, 2007). Nesta linha de raciocínio, a citação de Dagnino serve exemplificação do objetivo da TS que tem como um dos seus requisitos reverter à tendência vigente da tecnologia capitalista convencional que tem como pressuposto reforçar a dualidade desse sistema, “submetendo os trabalhadores aos detentores dos meios de produção e países subdesenvolvidos a países desenvolvidos, perpetuando e ampliando as assimetrias de poder dentro das relações sociais e políticas” (Dagnino, 2009, p. 18). Suas características demonstram o quanto a TS está voltada para a produção “coletiva e não mercadológica” e, também, da mesma forma, esta mais imbricada a realidades locais, de modo que pudesse gerar respostas mais adequadas aos problemas colocados em um determinado contexto.

Seguindo a linha conceitual de TS, o texto exemplifica os movimentos e iniciativas dos atores sociais que vem discutindo e disseminando as TS destacamos a criação da Rede de Tecnologias Sociais — RTS no Brasil, o objetivo desses movimentos é ampliar a difusão e a reaplicação de tecnologias sociais possibilitando a inclusão social, a geração de trabalho e renda e a promoção do desenvolvimento local sustentável e entendem a TS como importante ferramenta para o desenvolvimento humano e a formação de uma sociedade mais justa. Como exemplo de fundações que pactuam da concepção de seguimento da TS, a Fundação Banco do Brasil (FBB), protagoniza um conjunto de iniciativas que promovem a disseminação das TS em diferentes regiões do país e o próprio Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Este último reconhece que o objetivo da TS é o de contribuir para a redução do quadro de pobreza, analfabetismo, fome e exclusão social por meio da utilização das tecnologias sociais.

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