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Por: bruno_txt • 28/11/2015 • Monografia • 2.330 Palavras (10 Páginas) • 309 Visualizações
FACULDADE DA SERRA GAÚCHA
Curso de Relações Internacionais
Disciplina de Teoria e Prática da Negociação Internacional
Prof. M. Sc. Eduardo Trapp Santarossa
Acadêmica: Lara Agustina Sosa Márquez
EUROPA ORIENTAL – uma análise sobre a Turquia
O presente trabalho visa fazer uma análise de negociação com a Europa Oriental, especificamente a Turquia. Por meio de três questões gerais elencadas a seguir, buscou-se demonstrar, nas subseções destas, aspectos culturais, econômicos e políticos da Turquia para compreender-se, de forma completa, o ambiente de negociação. Obteve-se, como resultado preliminar, a confirmação de que a Turquia é um país em crescimento, com um grande fôlego de adentrar à União Europeia, com a qual, por enquanto, possui um Acordo Aduaneiro e que, após a crise de 2001, adequou-se a “padrões FMI” que a auxiliaram a reestruturar-se economicamente, podendo expandir seu PIB, descentralizar sua economia e trazer novas categorias de indústria à sua pauta de exportação, que deixou de ser puramente de têxtil e vestuários para aliar-se ao setor automobilísitco e de outras tecnologias.
Em termos de negociação, ficou claro que negociar com turcos necessita-se muita paciência, se trata-se de uma negociação entre turcos e brasileiros. Diferentemente dos negociadores brasileiros, os turcos gostam muito de barganhar, então iniciam as conversas supervalorizando seus produtos, na espera de que o negociador ao lado ceda, por isso a necessidade de manter-se firme à sua posição e compreender a estratégia turca para negócios. No entanto, diferentemente dos estadunidenses e alguns europeus, os turcos gostam de contato físico e de conversas que incluam outras pautas, não somente a de negócios, como questões gerais acerca do país e do mundo. A seguir, o leitor pode analisar o perfil da Turquia e dos seus negociadores, por meio das questões apontadas.
- Aspectos gerais turcos (População e sociedade; governo; aspectos econômicos; acordos comerciais)
A República da Turquia é um país localizado ao sudeste da Europa e sudoeste da Ásia, cuja capital é a cidade de Ankara. É uma republica parlamentarista democrática, que conquistou sua independência em 23 de outubro de 1923 (sucedendo o Império Otomano), cujo chefe de Estado é Tayyip Erdogan, do partido governista (AKP), reeleito em novembro de 2015. A moeda oficial é a Lira Turca (₺) e o PIB (2013) US$ 820. 012.O país possui um sistema civil legal baseado em vários sistemas europeus, principalmente o código civil suíço. A população turca é composta por turcos (75%), curdos (18%) e outras minorias (7%), a religião principal é a muçulmana (99%, principalmente sunita) e outros 0,2% de cristãos e judeus. A estimativa de 2015 é que o país tenha uma população de 79,414,69 habitantes, destes, 73,4% compõe a população urbana. A taxa de desemprego é de 9,08% (2014) e as principais indústrias são têxteis, mineração, agricultura e construção civil. (CIA, 2015)
MAPA 1: MAPA DA TURQUIA
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(FONTE: Nations Online, 2015)
Em termos geográficos, é banhada pelo Mar Negro, entre a Bulgária e a Geórgia, e faz fronteira com o Mar Egeu e o Mar Mediterrâneo, entre a Grécia e a Síria. Possui uma extensão territorial de 783.562 km² e a Zona Econômica Exclusiva (ZEE), no Mar Negro, é para com a fronteira marítima acordada com a Rússia. O clima do país é temperado, com altas temperaturas no verão e com invernos úmidos, além de possuir grandes recursos naturais, dentre eles, carvão, mercúrio, ouro, feldspato e hidrocarbonetos. As cidades mais povoadas são Istambul (14.164 milhões/hab), Ankara (4.75 milhões/hab) Izmir (3.04 milhões/hab), Bursa (1.923 milhões/hab), Adana (1.83 milhões/hab) e Gaziantep (1.528 milhões/hab), cada um destes indivíduos tem uma expectativa de vida de 74 anos. (CIA, 2015)
Economicamente, a Turquia é um livre-mercado, impulsionado pela indústria e setor de serviços, mas o setor agrícola ainda é responsável por empregar 25% da população. Na Turquia implementou-se um programa de privatização agressivo, que reduziu o envolvimento do Estado em setores como indústria de base, setor bancário, transporte e comunicações, e um grupo emergente de empresários de classe média está “dinamizando” a economia, expandindo a produção para setores além dos tradicionais têxteis e de vestuário. Houve um crescimento do setor automotivo, de construção e de indústrias eletrônicas, que superaram o setor têxtil na tabela de exportação turca, que é muito mista. Em termos de energia elétrica, o oleoduto Baku-Tblisi-Ceyhan passou a transportar, em 2006, cerca de 1 bilhão de barris de petróleo, por dia, da região do Mar Cáspio para o mercado. Este tipo de projeto (em conjunto com outros projetos de gasodutos e oleodutos), que pretende transportar gás do Cáspio para a Europa, por meio da Turquia, auxiliará, no longo prazo, na dependência turca de óleo e gás natural, que atualmente preenche 97% das necessidades energéticas do país. (CIA, 2015)
Em 2001, uma crise assolou as finanças turcas, o que levou o país a adotar reformas financeiras e fiscais provenientes de um programa do FMI. Esta reestruturação econômica deu início a uma era de forte crescimento do país, mais de 6% ao ano até 2008. Em 2009, tendo em vista o cenário internacional e a política fiscal nova do país, houve uma contração do PIB, mas com mercados financeiros e um sistema bancário regulado corretamente na Turquia, o país conseguiu enfrentar a crise global e recuperou o PIB para cerca de 9% entre 2010 e 2011. No fim de 2014, o valor de estoque de investimentos estrangeiros diretos (IEDs) totalizaram cerca de US$ 195 mil milhões. Todavia, em 2014, o PIB caiu 2,9%, este descréscimo econômico se deve à baixa demanda do consumidor interno e do europeu no geral. As altas taxas de juro, colocadas para fortalecer a moeda do país e reduzir a inflação, abrandaram o crescimento, também, ainda, para estimular o crescimento, em 2015, cortaram-se as taxas. Mesmo com tantos aspectos positivos, há características negativas que permeiam a economia turca, dentre elas o elevado déficit em conta corrente, a incerteza da política doméstica e problemas internos que deixam e economia vulnerável a mudanças desestabilizadoras na confiança de investidores. (CIA, 2015)
TABELA 1: Principais parceiros de importação/exportação (2011)
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(Fonte: BES, 2011)
TABELA 2: Principais produtos de importação/exportação, 2011
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(Fonte: BES, 2011)
GRÁFICO 1: Oportunidades de exportação para a Turquia
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(Fonte: BES, 2011)
Em termos de acordos comerciais, a Turquia tem um acordo com o Mercosul, já que o país faz parte da união aduaneira da União Europeia, todavia, tem limitações para fazer concessões no setor agrícola. Com relação ao fluxo de comércio entre Brasil-Turquia, este deu um salto nas últimas décadas, passando de US$ 530 milhões em 2004 para US$ 2.012 bilhões, em 2014. (ENCOMEX, 2015)
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