UM ESTUDO DA GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS EM UM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO

TRABALHO FINAL: UM ESTUDO DA GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS EM UM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO.

1. INTRODUÇÃO

A partir da segunda metade do século XX, o crescimento e desenvolvimento dos setores produtivos, trouxeram muitas transformações para o ambiente dos negócios, tendo destaque o aperfeiçoamento e a reconfiguração dos modelos de gestão, com o princípio em mecanismos mais eficazes, nos quais os objetivos definidos pela corporação são perseguidos, permanentemente e com responsabilidade social, em prol da continuidade e do crescimento do negócio (SLOMSKI et al. 2008).

Atualmente as instituições estão procurando com cada vez mais frequência, oferecer aos seus usuários, mais daquilo que desejam com maior eficiência e agilidade. Para que isto ocorra é importante obter vantagens competitivas, diminuição de custos e investimento em qualidade. A gestão da cadeia de suprimentos é um passo importante para que a empresa reveja seus custos e obtenha mais poder de barganha no mercado.

O progresso na área da gestão da cadeia de suprimentos foi fomentado, principalmente, pelas rápidas mudanças no desempenho mundial dos negócios. Bales et al. (2004) confirmam que as novas circunstancias tem impulsionado constantemente as instituições a reavaliarem, em um nível tático, as formas que panejam agregar valor e reduzir os custos ao longo do negócio.

É correto afirmar que o desenvolvimento competitivo é mundial e atingi a todas as empresas, sendo assim, podemos começar a refletir que até mesmo as pequenas empresas começam a pensar em diferenciar-se competitivamente e querer um desenvolvimento a partir de métodos de gestão. Embora o grupo focal atualmente das pesquisas em Gestão da Cadeia de Suprimentos, sejam os, empreendimentos mais desenvolvidos, a questão envolvendo a introdução dessa abordagem para as pequenas e médias empresas (PMEs) tem sido cada vez mais discutida e vem ganhando espaço. (TAKKAR, KANDA e DESHMUKH, 2008). Carneiro, Araújo e Cardoso (2003) também indicam que a competitividade tem feito com que as empresas reduzam custos, estoques e preços ao mesmo tempo em que tenham a necessidade de aumentar a personalização, a flexibilidade e a eficácia, de forma que a gestão da cadeia de suprimentos assuma a importância estratégica para as PMES.

Este estudo terá como base para fornecimento de dados um consultório odontológico, situado na cidade de pelotas/RS. O nome da empresa será preservado para isto, foi adotada a nomenclatura “XX” para que os dados sejam expostos sem que a imagem da empresa esteja em exibição. Esta instituição atua a cerca de seis anos no mercado, pode ser considerada  como de pequeno porte. Apesar de estar localizadas na cidade de Pelotas, conta com público considerável de cidades da região como, Rio Grande, Capão do Leão e Canguçu.

A empresa XX, apesar de seu pequeno porte, conta com uma peculiaridade no seu sistema de suprimentos de materiais, normalmente as compras são efetuadas a fim de haver estocagem de matéria prima, porém existem casos, onde trabalhamos com aparelhos ortodônticos de elevados valores e até mesmo adaptados exclusivamente para um paciente, neste caso, a compra é realizada somente após sinal de demanda.

Na próxima seção vamos aprofundar o estudo com foco na cadeia de suprimentos, bem como nos processos da empresa em estudo. Para isto iremos abordar: A cadeia de suprimentos em pequenas empresas; Rotinas e processos de compras e Fornecedores. Por ultimo daremos inicio a conclusão, propondo melhorias e soluções à instituição.

1. REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo será utilizado para aprofundar o estudo sobre a situação atual da empresa XX no mercado de trabalho, tendo como foco seus processos envolvendo a cadeia de suprimentos. Serão abordados, tópicos como a dificuldade de implantar métodos de GCS em pequenas e médias empresas, os procedimentos já adotados e a evolução da empresa até a atualidade, dentre eles podemos citar: O processo de compras e suas rotinas; relação com fornecedores e a relação entre os membros da cadeia.

1. PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS (PMES) E A DIFICULDADE PELA IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

Existem indícios que a primeira pesquisa que abordou o tema sobre as necessidades da existência de pequenas  empresas, foi realizada pós primeira guerra mundial na Inglaterra. O estudo diagnosticou que as pequenas empresas, tinham um índice de empregabilidade bastante alto e que os pequenos negócios surgem quando a produção em massa não é favorecida nas grandes empresas e sua consequente economia de escala. (ALVES; NATAL 2007).

É adequado afirmar que o meio competitivo no qual as empresas estão introduzidas atualmente, é distinto do passado. Alguns autores reconhecem essas diferenças e caracterizam o atual ambiente como dinâmico, com mudanças rápidas e extremamente competitivo, Para D’Aveni (1995) O atual ambiente é hipercompetitivo, este sistema vem sendo definido por processos estratégicos e eficazes, no qual as instituições desconstroem seus concorrentes, utilizando-se de vantagens competitivas de forma acelerada.

Por essa crescente competitividade no mercado, é comum que até mesmo as pequenas e médias empresas queiram diferenciar-se, uma solução de diferenciação muito procurada é a busca por introduzir uma gestão de cadeia bem estruturada em sua empresa. Para Tower e Burnes, 2008, Atualmente existem diversos discursos sobre a implementação do método de gestão da cadeia de suprimentos em pequenas e médias empresas (PMES), embora seu enfoque de estudo seja as grandes empresas, o discurso sobre estas pratica em PMES tem ganhado espaço.

Existem diversas classificações para as pequenas e médias empresas, que podem ser dadas tanto pelo número de empregados quanto pelo faturamento. As principais categorizações utilizadas são aquelas estabelecidas pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), pela Resolução GMC nº 59/98 do MERCOSUL e pelo Estatuto da Microempresa de Pequeno Porte (Lei 9. 841/99). Para o presente artigo, utiliza-se a classificação do SEBRAE (2005) para consideração das PMEs, ou seja, aquelas que possuem menos de 500 funcionários, tendo em vista que este critério foi utilizado na maior parte dos artigos consultados para a revisão da literatura (ver quadro 1).

Quadro 01 – Classificação de Empresas (SEBRAE)

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Fonte: SEBRAE (2005).

No cenário brasileiro as pequenas e médias empresas, ocupam um lugar importante no mercado. Para Alves et al (2007) As pequenas e médias empresas (PMEs) têm um papel importante, pois são responsáveis por 41% dos 27 milhões de empregos formais (carteira assinada) no Brasil, que corresponde a 11,07 milhões de empregos e por 20% do PIB nacional.  Com base nestes dados de geração e renda, podemos voltar a ressaltar a importância das pequenas e médias empresas desenvolverem-se acompanhando a expansão do mercado.