ESTUDO DE CASO ROCK IN RIO MICROAMBIENTE E SUAS OPORTUNIDADES
Por: Roberto Ricardo • 10/9/2020 • Artigo • 1.192 Palavras (5 Páginas) • 602 Visualizações
Caso Rock in Rio – Empreendedorismo Internacional
1.
Um importante variável no macroambiente do Rock in Rio é a tecnológica. Além dos patrocinadores como Itaú, Heineken e Coca-Cola, outras empresas também aproveitam o evento no Rio para testar inovações tecnológicas, desde ações que envolvam o público a projetos mais amplos: a Oi transformou a Cidade do Rock na primeira cidade 5G do país, fornecendo wi-fi gratuito nos 345 mil m² do evento, com 550 hotspots e 7 antenas, enquanto que a Globo e a Globoplay também têm realizando os primeiros testes de 5G Broadcast do Brasil durante os festivais.[pic 1]
A Trident levou para a Cidade do Rock o primeiro painel informativo com inteligência artificial a partir do reconhecimento de imagem, e o centro de comando Vizia, da Brandwatch, mostrou em tempo real tudo o que foi dito sobre o festival nas redes sociais – esse produto de gestão de conteúdo é capaz de prever e prevenir crises e reconhecer oportunidades. Assim, percebe-se uma oportunidade para maior investimento futuro em tecnologia por parte de eventos dessa magnitude e seus patrocinadores.
A fim de compreender melhor o comportamento dos jovens, a Viacom realizou uma nova pesquisa, a MTV: 2020, procurando entender como os jovens consomem conteúdo musical: “O estudo foi realizado com 6800 pessoas, com idades entre 15 e 24 anos, em 34 países. Segundo a pesquisa, 65% dos entrevistados ouvem música e assistem a videoclipes através das mídias sociais, e 64% ainda escutam música pelo rádio. Outro dado importante revelado é que 56% dos entrevistados já compareceram a um show e 48% já esteve em algum festival de música.” Claramente, tal variável sociocultural se configura como uma oportunidade para megaeventos musicais em todo o mundo, inclusive para o Rock in Rio, que é um dos mais conhecidos por esses mesmos jovens cuja diversidade de estilos de música significa um público alvo mais abrangente; em outras palavras, garante ao evento uma maior fatia de mercado (marketshare).
2.
Preço: No brasil, cada dia de festival foi vendido por R$ 495 (inteira) e R$ 247,50 (meia-entrada, para estudantes ou menores de 21 anos) em 2018 – valor relativamente caro em comparação à inteira de R$ 435 e meia de R$ 217,50 do ano anterior. No mesmo ano, em Portugal, os ingressos estavam sendo vendidos por 69 euros, o que na época equivalia a apenas 320 reais; no entanto, considerando o euro a R$ 6,30 atualmente, os ingressos podem passar facilmente de 400 reais, levando em conta o fato de que existe uma tendência de o preço aumentar anualmente.
Promoção: A marca alcançou mais de 10 milhões de seguidores nas redes sociais no mundo todo, um de seus principais veículos de divulgação, superando outros grandes festivais do mundo. No Instagram, o Rock in Rio do Brasil possui mais de 1 milhão de seguidores – praticamente o dobro alcançado pelo Lollapalooza, outro grande megafestival de música no Brasil; enquanto isso, o Rock in Rio Lisboa conta com apenas 115 mil. Sua comunicação durante os meses de precedem os dias de shows também é dada pelos próprios artistas que irão participar do evento, por meio de suas contas no facebook e Twitter, por exemplo. Dados da Brandwatch contabilizaram 3,2 milhões de menções sobre o evento nas redes sociais, durante os dias em que ocorreram.[pic 2]
E-mail com informações sobre o festival enviados aos usuários do Spotify, um site destinado a música e parceiro do evento (marketing direto), também está entre as promoções utilizadas. Outro fator conhecido é a preocupação do evento com sustentabilidade que, ao fornecer apoio às empresas terceirizadas para que práticas sustentáveis sejam disseminadas, recebeu o selo 100R, garantindo que a marca mantém uma média de 70% de lixo reciclado durante os dias de shows tanto no Brasil como em Portugal – apesar de ser uma característica do produto, pode ser usado para apelar durante a promoção ao se tornar interesse da mídia, representando também uma oportunidade no macroambiente do evento.
Praça:
Deve-se conhecer as preferências do público alvo, como sua proximidade com o local escolhido e consequente facilidade de locomoção, como por exemplo garantir que o metrô permanecerá aberto após o término do festival ou ser capaz de oferecer alternativas como estacionamentos. No Brasil, o Parque Olímpico do Rio de Janeiro tem sido o local do evento nos últimos anos, nas edições de 2017 e 2019 – o local fica conhecido como “Cidade do Rock”, sendo este o 4º local desde o início do festival no Rio, em 1985. Já em Portugal, o Rock in Rio acontece no mesmo lugar desde sua primeira edição, no parque da Bela Vista – um parque com vegetação típica do país e significativamente menor que o Parque Olímpico do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, abrigando somente 90 mil pessoas dentre seus 5 palcos, ao invés das 125 mil espalhadas pelos 8 palcos no Brasil. Por acontecer no verão europeu, o Parque da Bela Vista possui um clima de festival europeu ao ar livre e com muita vegetação, em contraste com a versão carioca, que por sua vez tenta idealizar um clima urbano, evidenciado pelas lojas em forma de casas temáticas de tijolos e concreto e a praça de alimentação típica de um shopping. O Rock in Rio Lisboa também conta com “pool parties” na piscina, que só é possível por conta do anoitecer tardio da Europa que ocorre depois das 9 da noite durante o verão, ao mesmo tempo que, no Brasil, essa atração seria inviável com as noites frias e longas do evento; em contrapartida, o megaevento carioca conta com outras atrações, desde a descida em uma tirolesa da Heineken até um passeio na roda gigante do Itaú que se ilumina à noite, principal símbolo do evento.[pic 3]
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