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A Arquitetura Italiana em Nova Veneza

Por:   •  9/8/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.547 Palavras (11 Páginas)  •  151 Visualizações

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ALEXANDRE DA MATA FAQUIM

ARQUITETURA ITALIANA EM NOVA VENEZA – GO

DINÂMICAS TERRITORIAIS NO CERRADO

CIDADES, SISTEMAS, HABITAR E MEIO AMBIENTE

OUTUBRO/2021

RESUMO: Trata-se da relevância do Festival Italiano de Nova Veneza (GO) como uma nova manifestação cultural na cidade. Assim, analisaremos a forma pela qual se deu a inserção dos imigrantes italianos no local. Sendo o festival uma tentativa de evidenciar a cultura da cidade com costumes dos imigrantes italianos que se instauraram no local. Para tanto usaremos, amplamente, o recurso de fontes orais tendo a memória e costumes como o fio condutor do processo. O festival compreende questões sobre o hibridismo cultural e o pastiche, que ajudam a entender não somente como produto de turístico, mas também como patrimônio cultural. As manifestações culturais do festival são parte da identidade cultural dos imigrantes italianos, vindos de várias regiões da Itália, que, ao reelaborar suas expressões, adaptou-se a região. Como desejo de reviver uma experiência estética do passado por meio da arquitetura, a renovação e criação e imitações da identidade social de um grupo estão presente em Nova Veneza (GO). O enfoque se dará no âmbito da arquitetura levando em consideração as memórias que os pioneiros e seus descendentes relatam de suas histórias.

Palavras chave: Festival Italiano, hibridismo, pastiche, arquitetura.

  1. JUSTIFICATIVA

Nova Veneza (GO) está acontecendo um processo de transformação na paisagem visual – mesmo que lentamente. A questão que deu partido ao estudo foi o questionando sobre a nova arquitetura, que é majoritariamente dos espaços públicos, que está sendo construída na cidade, dando novos sentidos e um novo visual paisagístico. A arquitetura da cidade nos propõe reflexões acerca da cidade como lugar de aceitação de nossas visões da arquitetura italiana.

A importância da pesquisa está também no reconhecimento do Festival Italiano que apresenta uma manifestação diferente quando comparado a outras manifestações culturais do centro-oeste do Brasil. Analisando o festival e a arquitetura da cidade, podemos trazer um novos elementos de análises: hibridismo cultural e pastiche, que auxiliam na compreensão do festival e da arquitetura não somente como produto turístico, mas também como patrimônio cultural.

Dessa maneira, o estudo do festival está no reconhecimento de que ele é distinto de outras festividades do centro-oeste do Brasil. A importância da pesquisa ajuda no entendimento de reconstrução, renovação e criação e imitações da identidade social e cultural de um povo; seja como criação de cenários urbanos para o desenvolvimento da indústria turística, ou simplesmente como desejo de reviver uma experiência estética do passado por meio da arquitetura. Para mais, enfatiza-se que poucas pesquisas acadêmicas são feitas sobre a cultura italiana no Cerrado, dando preferência quase sempre às regiões sul e sudeste do Brasil. Esse trabalho pretende fazer essa discussão sobre o direcionamento da reprodução da arquitetura em Nova Veneza (GO).

  1. OBJETIVOS
  1. OBJETIVO GERAL

O objetivo geral é identificar, catalogar e analisar a arquitetura italiana da cidade de Nova Veneza (GO), assim como, explorar a arquitetura antes e depois da criação do Festival Italiano Gastronômico.

  1. ESPECÍFICOS
  1.  Investigar como fora criada as primeiras construções dos imigrantes italianos em Nova Veneza (GO).
  2.  Analisar as obras italianas que compõe a cidade: Portal Monumental da Cidade, Arcos, Ponte de Madeira e Instituto Cultura Oswaldo Stival & Edith.
  3.  Analisar se a criação do festival e da arquitetura é somente a construção de uma imagem para a atividade turística.
  4.  Explicar como que a partir do festival a arquitetura de Nova Veneza (GO) se manifesta.
  1. REVISÃO DA LITERATURA

Por volta de 1912, imigrantes italianos em busca de novas terras, chegaram à região onde hoje se localiza a cidade de Nova Veneza (GO), no Mato Grosso Goiano como era chamado. Esta imigração foi resultado em parte pelo governador Jerônimo Coimbra Bueno, que notou a ignorância dos lavradores quanto à carência de novas técnicas na agricultura, percebendo que a imigração seria uma alternativa para solucionar esse problema. O Estado de Goiás encontrava-se em uma situação econômica desfavorável em relação às regiões litorâneas, pois, havia falta de vias de comunicação, linhas férreas ou fluviais, tornando-se difícil o tráfego, atrapalhando a comercialização com outros lugares. Camilo; Barbosa; Santos (2001) dizem que:

Goiás permanecia atrasado devido à baixa densidade populacional e aos baixos índices de produtividade da terra, a ausência de meios de transporte e comunicação modernos e no inexpressivo desenvolvimento urbano.

Chegando em Goiás, os imigrantes tinham um objetivo primordial, tomar providências para se acomodarem. Iniciaram assim medidas necessárias para a construção de uma grande casa, com muitos cômodos, para acolher todos imigrantes que por consequência eram da mesma família – Stival e Fachin. O arquiteto Key Imaguire diz em seu texto que, a contribuição na composição da arquitetura no Brasil está no uso da linguagem clássica:

“Decorrência da planta é a volumetria sempre idêntica das edificações. As proporções do retângulo da planta repetem-se na elevação principal e na posterior, sendo as laterais com tendência ao quadrado. Esse paralelepípedo retângulo, quer nos casos de construção térrea ou assobradada, é coberto por um telhado de duas águas.”

Bonnemaison (2002) diz que esse tipo de construção e suas adjacentes abrigaram a todos assumindo o caráter de território em pequena escala. Sendo assim, o território é antes de tudo, uma forma de viver em grupo. Nesse contexto, a convivência é de suma importância para as relações cotidianas. Para isso, era preciso que todos colaborassem, pois todos estavam compartilhando do mesmo espaço.

Os imigrantes vieram com uma bagagem imensa de história de luta, assim como disposição para serviço e desejo de vencer. Muitos tinham uma recordação infeliz da Itália, pois trouxera lembranças de sofrimento. Acontece que o ato de recordar não é igual para todos. Geralmente as pessoas mais velhas sofriam mais com a terra natal, enquanto as mais novas se adaptavam à nova rotina. Bertazzo (1992) comenta que: “A cabeça, o sentimento, o coração sempre ficara na Itália, presos à terra que sempre tinha sido a paisagem de toda a vida, na grande planície onde nasceram e vivera”.  Segundo Amorim (2008), o recordar era um exercício possível e o relembrar um meio de suportar as saudades que lhes oprimia o peito.

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