A CASA E A RUA
Por: Mércia Infantis • 10/5/2018 • Resenha • 1.235 Palavras (5 Páginas) • 2.353 Visualizações
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RESUMO RESENHA
DAMATTA, Roberto. A casa e a rua: espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. In:__. ESPAÇO – Casa, rua e outro mundo: o caso do Brasil.¹ Rio de Janeiro: Rocco, 1997. cap. 1, p. 19-45.
O capítulo, Espaço – Casa, rua e outro mundo: o caso do Brasil, da obra, A casa e a rua, de Roberto DaMatta. Refere-se muito a sociedade brasileira com suas características de convívio social, na maioria das vezes, comparando a sociedade brasileira com outras demais. No decorrer da obra, percebe-se o autor se referindo muito a caracterização de espaços e tempos de varias sociedades, destacando a brasileira.
No decorrer, DaMatta primeiramente destaca o espaço, sua importância para a sociedade e cita que o espaço onde se vai, se tem o mesmo espaço mais de maneiras e organizações diferentes, com suas personalizações de acordo com a sociedade. Cada sociedade tem sua maneira de se adaptar ao espaço, de acordo com as ordens sociais, umas de formas complexas, outras exatas e outras de forma básicas. Sendo as cidades brasileiras divididas em classes, centros, periferias, hierarquia e ruas principais.
Outro fato destacado por DaMatta é o tempo, que junto ao espaço são constituído pela sociedade. Para uma sociedade esses são fatores principais para evolução dos mesmos, tendo em vista o saber da noção de tempo e noção de espaço. São demonstradas sociedades indígenas, que tem referencia do tempo de acordo com condições ecológicas e naturais, e outros casos por antecedentes mais velhos. Dizendo que eles não têm o saber de lutar contra o tempo, não tem limite para executar uma tarefa em determinado tempo, pois seus tempos são conseqüência de suas próprias atividades executas socialmente. Concluindo que o tempo não pode ser esquecido quando se fala de espaço, devido a sua grande influência social, para que modifique o determinado espaço.
Pode-se dizer que o tempo e o espaço, tenham suas medidas únicas, tendo seu complexo sistema ideológico. Outras sociedades o tempo foi desenvolvido pela relação de patrão e funcionário, onde tempo é dinheiro e gastos, onde todo momento pode ser comprado quanto vendido. Outro método de sociedades diferentes era em medir o tempo em preces e atos naturais.
Um fato curioso que DaMata ressalta, é da sociedade brasileira em relação ao tempo dos dias da semana e do final de semana. Os dias da semana são dias que custam a passar, dias ligados ao trabalho e obrigações. Já os finais de semana, são os adoráveis, da diversão e descontração, da casa e da família.
Cada sociedade tem sua formalidade de espaços e tempo para poder ser articulada. Dependendo de eventualidades ordenadas em oposições diferenciadas, permitindo lembranças e memórias diferentes de varias formas. Assim onde casa sociedade guarda suas vivências e experiências que devem ser esquecidas, mais que influencias nas culturas sociais.
DaMatta fala também da mudança de algumas temporalidades no caso de festas, rituais e cerimônias, a idéia do tempo comum dessas situações muda, bem com o as unidades, revelando a natureza social e capacidade de variação da sociedade. Falando assim em duração normal, onde está se falando de atividades especificas de rotina. Em caso de festas, a relação do tempo acelera ou atrasa. Do mesmo modo em rituais permite a volta no tempo. È isso que nos permite falar de controlar o tempo e tornar o espaço mais significativo, tendo em vista a relação de grupos sociais e combina e reformulam a lógica do tempo e espaço.
Outras coisas citadas na obra são os espaços eternos e transitórios, legais e mágicos, individualizados e coletivos. Praças, que são espaços abertos e públicos, servem de foco para a relação estrutural entre um individuo e a sociedade que é praticamente seu complemento. Esses espaços são marcados por objetos marcantes que se pode referenciar a vida social em todo. Também se tem os espaços transitórios e problemáticos e conflito, como regiões pobres, localizadas em regiões periféricas.
Chegando a um dos pontos principais do capitulo, onde se refere que a sociedade brasileira, se vive em um sistema de três perspectivas diferentes, poder ser ate mesmo em um só individuo. Perspectivas essas a da casa, a da rua e de outro mundo, onde o comportamento de cada uma e diferente entre si. Cada uma dessas perspectivas se tem seu significado social, tendo em vista a visão e ética particular que constitui a realidade e o comportamento perante a cada uma delas. Cada perspectiva tem seu comportamento diferencial e o ponto de vista.
Resumindo a interpretação das diferentes perspectivas, a casa, vem do código da casa e da família, ligada a historia, a economia, a vivência familiar e o progresso. Já a da rua, tende ao certo e exato, a legalidade, a compra, historias exatas e individualidade. A ultima perspectiva, de outro mundo, segue a ideologias e ilusões.
Com tudo isso, não pode igualar o espaço da casa com o espaço da rua, a sociedade desde cedo aprende o que se pode e deve fazer em casa e na rua, diferenciando com seus pontos negativos e positivos, para não demonstrar uma imagem ruim.
Na sociedade brasileira, levando em conta a gramática, a casa tem oposições a rua. A simbologia da casa vem de laços familiares, casal, união, atos de relacionar e convívio em bem comum, relacionando tudo isso a moradia e segurança. Com uma casa você tem a liberdade e harmonia de convívio de um espaço, marcado pela hospitalidade, moradia e familiaridade. Sem a casa já não tem a mesma posição está sem um espaço para suas vivencias, está na rua e sem sua moradia. Pode-se dizer que então são opostos a casa e a rua, em relação ao espaço.
De certo modo é na rua que se tem as classes informais, junto aos maus elementos. A rua é associada a cada um por si, atos individualizados, podendo tornar o local perigoso, não tem companhia de se estar seguro no local, é cada um com suas ações em um grande espaço e sem esconderijos. Conseqüentemente, o mesmo individuo da sociedade, na rua é uma pessoa e dentro da casa esta totalmente diferenciada, pelas diferenças citadas da casa e da rua. A mesma pessoa má na rua se torna uma pessoa de família quando entra em sua casa.
A sociedade vê a rua e a casa como espaços totalmente diferenciados, a rua como local totalmente individualizado, perigoso, com propício a desgraças e roubos, local onde se pode conviver com pessoas indigentes e negligentes, se ouve historias ruins e falsas, tudo isso ligado sempre a espaços públicos. A casa tem o sentido de se estar seguro, esta com companhias descentes, pessoas conhecidas e familiares, seus confortos e descanso a todo o momento, coisas verdadeiras e leais.
Concluindo assim com o pensamento de DaMatta, que a sociedade brasileira está sempre relacionando os conjuntos separados e complementares – A casa, a rua e o outro mundo, de um mesmo sistema social. Conjunto esses de espaços para criar uma ética no sistemas divididos pela sociedade de dupla ou tripla opinião.
GABRIEL FIALHO COTA
ARQUITETURA E URBANISMO
1º PERÍODO
AO DOCENTE,
Dr. Hudson Lucas Marques Martins.
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