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Fichamento A CASA E A RUA – ROBERTO DA MATTA

Por:   •  11/9/2017  •  Trabalho acadêmico  •  555 Palavras (3 Páginas)  •  972 Visualizações

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ENTENDIMENTO

Partindo da leitura do capítulo indicado, relata-se um conceito de cidadania como algo que se aprende, algo individual e singular, mas através da atuação política, passou a ser algo que vem da própria natureza humana e sua essência.

O papel social de um indivíduo, principalmente no Brasil está relacionado às suas relações com outras com outros indivíduos, tendo o homem como parte principal, diferente de outras civilizações onde a hierarquia prevalece sobre o homem.

 O individualismo torna o cidadão cada vez mais responsável pela formação da autoridade, através de grupos sociais de cidadãos com interesses distintos.

A cidadania passou a ser vista, portanto como algo universal, excluindo complementariedades e graduações do indivíduo, igualando os papeis sociais dos indivíduos.

No Brasil o individualismo é visto como algo negativo, tendo em vista que seus pilares estão baseados nas relações afetivas e familiares, e não somente no indivíduo, tendo também a palavra “cidadão” como algo negativo, que demonstra uma certa inferioridade.

Toda essa influência das relações sociais na formação do indivíduo como cidadão gera uma bipartição na vida social do mesmo, onde se tem o lado burocrático das leis universais e do mercado e o lado das relações amigáveis e familiares.

Há assim uma visão de poder e direitos em sua própria casa e a visão de um universo de deveres e obrigações fora de casa, tendo a necessidade do equilíbrio e a relação entre estes dois mundos.

Fatos como a valorização das relações sociais de amizade como resolução de problemas, expressões de superioridade, e a obrigação do cumprimento de pedidos amigáveis, são fatores centrais na preocupação dos cientistas sociais.  

CITAÇÕES

“(...) ser cidadão (e ser indivíduo) é algo que se aprende, e é algo demarcado por expectativas de comportamento singulares. (...) o grau de institucionalização política do conceito de cidadão (e de indivíduo) que passou a ser tomado como um dado da própria natureza humana.” (P. 60)

“(...) uma civilização em que o todo prevalece sobre as partes e a hierarquia é um princípio básico da vida social (caso da Índia).” (P.60)

“Aqui, a parte é a mais importante que a totalidade social e as relações que se dão entre os homens.” (P. 60)

“(...) são os indivíduos (cidadãos) que permitem a formação da autoridade pública pela representação concedida e livre de seus interesses.”  (P.61)

 “(...) como demonstração de que sexo e idade não servem mais como dimensões sociais legítimas nos contextos sociais e políticos da discussão de algumas questões.” (P.62)

“O conjunto de cidadãos, assim, é um conjunto de unidades teoricamente idênticas e absolutamente iguais e paralelas, como as listras da bandeira norte- americana.” (P. 63)

“No Brasil, por contraste, a comunidade é necessariamente heterogênea, complementar e hierarquizada. Sua unidade básica não está baseada em indivíduos (ou cidadãos), mas em relações e pessoas, famílias e grupos de parentes e amigos.” (P.70)

“Com efeito  palavra “cidadão” é usada sempre em situações negativas no Brasil, para marcar a posição de alguém que está em desvantagem ou mesmo inferioridade.” (P. 72)

“No fundo, vivemos em uma sociedade onde existe uma espécie de combate entre o mundo público das leis universais e do mercado; e o universo privado da família, dos compadres, parentes e amigos.” (P.77)

“Não há brasileiro que não conheça o valor das relações sociais e que não as tenha utilizado como instrumento de solução de problemas ao longo de sua vida.” (P. 86)

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