A Cidade para pessoas e o espaço público
Por: carolb. • 20/3/2018 • Tese • 541 Palavras (3 Páginas) • 330 Visualizações
Cidade para pessoas e o espaço público
As cidades são locais de encontro, troca de ideias, compras e vendas, ou simplesmente um lugar para se divertir e relaxar. Podem ser lidas e sentidas.
Espaços públicos são os grandes palcos que convidam as pessoas a praticarem estas atividades. No entanto, para que mais pessoas possam sentir-se seguras e convidadas a deixar seus automóveis em casa e saírem para caminhas, andar de bicicleta, utilizar transportes públicos, é necessário um aumento da quantidade e qualidade dos espaços públicos agradáveis, bem planejados, em escala humana, sustentáveis, seguros e cheios de vida.
Todos devem ter direito á um espaço aberto com árvores, bancos de praça, ruas agradáveis para se caminhar e espaços seguros perto de suas casas. A forma com que os bairros são planejados influenciam totalmente na forma em que a sociedade se comporta. Como Jan Gehl diz: “ Nós moldamos a cidade e elas nos moldam. ”
Devido a forma de vida da maioria das pessoas, geralmente com falta de tempo e a grande distância a ser percorrida de sua residência até seu local de trabalho e vice-versa, os carros passaram a tomar conta de um considerável espaço no parcelamento do solo, fazendo com que caminhar em certos lugares, se tornasse uma atividade quase impossível. Diante disso, as cidades não podem ser pensadas somente para automóveis, mas sim para as pessoas, pois é na velocidade do caminhar que acontecem os encontros. São pessoas circulando pela cidade, bem como bom planejamento, que a deixam segura e cheia de vida.
Ruas, praças, parques, são essenciais ao bom ambiente urbano. Quanto mais valorizado o espaço público, mais valorizada será a dimensão humana. Como diz Jaime Lerner: “Uma cidade de pessoas para pessoas. ”
Referência: Livro Cidades para Pessoas, Jan Gehl, 2015.
Loteamentos Fechados
A forma desordenada do processo de urbanização das cidades, traz consigo algumas consequências negativas que foram surgindo perante aos sistemas que compõem a cidade que não são benéficos em alguns aspectos, como exemplo, a ocorrência de inundações causadas muitas vezes pela impermeabilização do solo e ocupações de áreas de várzea, o precário sistema de saneamento básico, e a caótica e desordenada ocupação do solo nos grandes centros urbanos.
Influenciados pela imagem de má qualidade de vida urbana e visando comodidade, luxo e segurança, o ramo imobiliário tem optado pelos chamados “loteamentos fechados”, caracterizados por serem cercados por muros, com guaritas em suas entradas permitindo a entrada apenas de seus moradores e pessoas autorizadas, o que priva as pessoas de circularem ao parcelamento do solo.
Os loteamentos fechados juridicamente não existem, e não há nenhuma lei que os ampare, demonstrando sua ilegalidade.
O fato preocupante é que as pessoas não percebem o quanto esse parcelamento do solo é prejudicial a toda sociedade, inclusive para quem opta por este tipo de moradia, pois estão privados de viverem e sentirem a cidade em que habita, o que acentua ainda mais os problemas de desigualdade social, segurança em relação á cidade, e atenua a violência. Vivem presos, sem relação nenhuma com que os cercam, ignorando a diversidade de usos que a cidade pode proporcionar e privando as outras pessoas de circularem por onde, legalmente, devia ser espaço de bem comum para todos.
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