A Consagração de um Urbanismo Modernista e de Aplicação em Escala Mundial
Por: marcela_89 • 13/12/2022 • Trabalho acadêmico • 1.390 Palavras (6 Páginas) • 76 Visualizações
Um tipo específico de urbanismo se consagra no mundo, ao longo do século XX. O
urbanismo modernista, que dentro do que a Françoise Choay denomina, ele compõe o que
ela chama de “modernismo progressista” (SOUZA, 2021).
A inserção da indústria nas cidades se propaga e prevalece sobre outras lógicas, o
crescimento dos principais núcleos urbanos segue com muita potência. Na lógica de
produção do urbanismo, o que prevalece se dá pelo urbanismo modernista ou progressista,
conforme citado por Choay (SOUZA, 2021).
O texto apresenta o urbanismo modernista, que foi se desenvolvendo no fim do
século XIX e início do século XX, seu emprego e relevância para o incremento das cidades até
os dias de hoje, fundamentado em estudos anteriores, tendo como premissa a Carta de
Atenas de 1933.
No fim do século XIX e início do século XX, o mundo passava por grandes
transformações, a revolução industrial mudou a forma do indivíduo se relacionar com o
espaço, com a cidade. Em meio a tantas transformações temos como marco as guerras
mundiais, que são acontecimentos importantes para a compreensão da consolidação do
urbanismo modernista. Muitas cidades foram destruídas, entre as duas guerras, era preciso
reconstruí-las, casas, prédios, bairros inteiros, entretanto era essencial que fossem obras
rápidas, com custo benefício, fácil execução.
Entre as duas guerras mundiais, vários congressos internacionais de arquitetura moderna acontecem, o mais imprescindível deles foi o IV Congresso Internacional de
Arquitetura Moderna em 1933, onde foram sintetizadas bases teóricas da arquitetura e
urbanismo modernista e extensivamente divulgados. Com o fim da segunda guerra as
transformações, reconstruções de cidades são bem maiores, a lógica da arquitetura moderna
tem significado inteiramente entendido, onde tudo, habitar, operar, lazer e circular era
pautado em vias de trânsito intenso e no uso de veículos particulares.
Prevalece neste período então, uma lógica industrial onde há uma produção em série,
uma perspectiva de possuir uma relação muito próxima com a máquina, não sendo apenas
aquele objeto que produz mercadorias em larga escala, mas sim uma lógica da máquina,
sendo ela o fundamento de que a casa se denomina uma máquina de morar, tornando-se
assim uma questão que prevalece sobre a sociedade da segunda metade do século XX
(SOUZA, 2021).
No IV Congresso em 1933, que aconteceu em Atenas, onde foi realizada uma análise
de 33 cidades, e a partir dela, foi elaborada a Carta do Urbanismo, com apresentação de
diversas questões e diretrizes relacionadas a arquitetura e urbanismo, porém aqui vamos
destacar algumas mais importantes.
“8 – O advento da era da máquina provocou imensas
perturbações no comportamento dos homens, em sua
distribuição sobre a terra, em seus empreendimentos,
movimento desenfreado de concentração nas cidades a favor
das velocidades mecânicas, evolução brutal e universal sem
precedentes na história. o caos entrou nas cidades”.
Partindo dessa perspectiva, sempre há uma ideia advinda do urbanismo, de que se
produz um outro espaço, dialogando com essa nova realidade, e nós, enquanto sociedade
ocidental, naquele momento, iria ser produzido um novo espaço, organizando essas relações
de morar, trabalhar, produzir, divertir, etc. Tentando minimizar esse caos, adentrado as
cidades (SOUZA, 2021).
(...) “25 - Densidades razoáveis devem ser impostas, de acordo com as formas de
habitação postas pela própria natureza do terreno”.
(...) “26 - Um número mínimo de horas de insolação deve ser fixado para cada moradia”.
(...) “27 - O alinhamento das habitações ao longo das vias de comunicação deve ser
proibido”.
(...) “28 - Os modernos recursos técnicos devem ser levados em conta para erguer
construções elevadas.
(...) “29 - As construções elevadas erguidas a grande distância umas das outras devem
liberar o solo para amplas superfícies verdes.
(...) “37 - As novas superfícies verdes devem servir a objetivos claramente definidos:
acolher jardins de infância, escolas, centros juvenis ou todas as construções de uso
comunitário ligadas intimamente à habitação”.
(...) “38 - As horas livres semanais devem transcorrer em locais adequadamente
preparados: parques, florestas, áreas de esporte, estádios, praias etc...”
(...) “47 - os setores industriais devem ser independentes dos setores habitacionais e
separados uns dos outros por uma zona de vegetação”.
(...) “48 - as zonas industriais devem ser contíguas à estrada de ferro, ao canal e à
rodovia”.
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