A Dimensão Humana
Por: ThemissGuerra • 18/3/2024 • Resenha • 1.373 Palavras (6 Páginas) • 73 Visualizações
Resenha crítica - “A dimensão humana – esquecida, negligenciada, progressivamente eliminada-”.
Por anos a dimensão humana foi esquecida nas questões do planejamento urbano, deram baixa prioridade aos espaços públicos, áreas de pedestres e locais de encontro dos moradores da cidade. Muitas pessoas ainda utilizam espaços da cidade mesmo que limitados, com riscos de acidente ou muita poluição. Outro ponto importante, é o aumento do trafego de automóveis, que resulta em uma cidade sem vida separadas entre edifícios e automóveis, pois quanto mais vias de carros, mais carros vão circular.
Muitos pesquisadores e teóricos do planejamento urbano argumentaram na discussão da vida ou morte das cidades. Nas décadas recentes ouve um importante processo no planejamento urbano, muitas cidades criaram melhores condições para os pedestres e a vida urbana, assim, moderando o tráfego de veículos.
Com o crescimento acelerado das cidades existentes e as novas, colocar maior foco nas necessidades das pessoas é essencial. Os arquitetos e urbanistas devem projetar áreas para os pedestres, assim desenvolver cidades vivas, seguras, sustentáveis e saudáveis. Essa preocupação se da pelo aumento da preocupação com pedestres, ciclistas e com a vida na cidade.
Cidade viva é definida por uma cidade convidativa como ponto de partida para o planejamento urbano, entende que os espações vivos transpassam sinais amistosos e acolhedores promovendo integração social. A vitalidade da cidade não se limita a quantidade de pessoas e sim a sensação que o espaço transmite, se as atividades sociais e de lazer estão combinadas.
Destaca-se também que as atividades devem ser concentradas em poucos espaços de tamanhos compactos e adequados no mesmo nível. A vitalidade requer estrutura compacta, densidade populacional, distanciamento aceitável para serem percorridas a pé ou de bicicleta, assim gerando fluxos na escala humana.
As cidades seguras são essenciais para a apropriação dos espaços, com objetivo de gerar bons convites a permanecer, caminhar ou pedalar. Uma cidade aberta onde todos os grupos sociais possam frequentar os mesmos espaços para praticar seus afazeres cotidianos.
A desigualdade social é um dos pontos principais que determina os altos índices de criminalidade, influenciando a falência das calçadas e sucessivamente, gerando insegurança.
Uma cidade sustentável considera a questão do consumo de energia, emissão de gazes, atividades industriais, fornecimento de energia e gerenciamento de água, mas o foco da analise é o transporte, que abrange a mobilidade através de bicicletas e deslocamento a pé, pois eles demandam de menos espaço sendo uma solução importante.
Mas se quisermos nos livrar da dependência pesada do carro, é necessário ter um transporte público extremamente maravilhoso, para que possamos caminhar ou pedalar, por exemplo, até uma estação de trem. Afinal, deslocamentos a pé e de bicicleta se articulam com o transporte público nas vizinhanças e cidades mais voltadas para as pessoas.
Precisamos de cidades habitáveis, vibrantes, sustentáveis e saudáveis como o autor mesmo afirma. E se considerarmos as pessoas com cuidado nos processos de planejamento urbano, vamos contemplar todas essas questões, pois a medida que melhoram as condições para os ciclistas, surge uma nova cultura da bicicleta que é mais rápido e mais barato que os outros meios de transportes, além de ser sustentável, já que o tráfego de pedestre e de bicicletas demandam menos espaço sendo estes uma solução importante rumo a uma cidade sustentável.
Até um tempo atrás o planejamento das cidades se dava por desenvolver um cenário racional e simplificado, assim eram praticamente anulados o pedestrianismo, a vida urbana e a cidade como um ponto de encontro. Mas nos últimos anos vemos que esse planejamento mudou, onde as cidades sofreram um importante renascimento e ao mesmo tempo os meios eletrônicos estavam sendo introduzidos no mundo.
Hoje vemos cidades vivas, seguras, sustentáveis, apresentando uma vida urbana com mais qualidade, onde existe mais contato direto entre as pessoas e o lugar onde vivem, e também dando as oportunidades de praticar diferentes atividades as quais não são feitas no cotidiano.
Uma simples caminhada até um destino, é possível observar as pessoas praticando atividades diferentes, muitas dessas sendo recreativas e deste modo muitas vezes acaba incentivando e inspirando outras pessoas a fazer o mesmo, como dá uma caminhada no calçadão num fim de tarde, ela também pode sentar-se num lugar e observar as belezas que a cidade ou até mesmo apreciar o bom tempo.
E para isso acontecer o clima é um importante fator a ser considerado principalmente quando se trata de atividade ao ar livre, dependo da temperatura ou das condições meteorológicas acaba tornando essas atividades praticamente impossíveis de serem realizadas.
Além disso como arquitetos e urbanistas outro fator que também deve se destacar é a qualidade física do espaço urbano que será destinado a esses usos, pois um bom planejamento pode influenciar as pessoas a praticarem mais atividades ao ar livre, principalmente se este espaço traz, proteção e segurança para todos, além de ter um mobiliário adequado e uma qualidade visual.
Com tudo isso notamos um forte aumento no interesse de contato com toda a sociedade, pois quanto o maior o fluxo num determinado espaço, cada vez mais pessoas iram circular por ali, visto que por ser um local cheio de “vida” e, com várias atividades, acaba se tornando cada vez mais interessante e segura, e assim as pessoas preferirão passar por ali do que num local que seja mais deserto e não tenha um fluxo tão intenso quanto o outro.
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