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A EXPANSÃO DA ESTETICA

Por:   •  10/12/2018  •  Resenha  •  6.791 Palavras (28 Páginas)  •  205 Visualizações

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A Modernidade surgiu com as transformações econômicas, políticas, sociais e culturais. Esse período testemunhava a filosofia de que a modernidade significava o desaparecimento dos valores absolutos, das essências, do fundamento divino e o aparecimento de valores humanos.

EXPANSÃO DA ESTETICA 
No fim do sec. XVIII, a Alemanha ainda se encontrava fragmentada em estados feudais absolutistas. Para superar essa degradação, era necessário instituir uma cultura unitária. O discurso estético, não ameaçava a autoridade política, apenas buscava inserir a sensibilidade em um sistema de poder sustentado na razão iluminista.

O que está em questão é a produção de um tipo novo de sujeito humano, um que, como a obra de arte descobre a lei na profundeza de sua própria identidade livre e não em algum poder externo opressivo.

A estética, definida como ciência do conhecimento sensível era considerada irmão da lógica. Para elevar a sensibilidade à condição de conhecimento. A fundação da estética como disciplina filosófica resultou de uma mudança radical na representação do belo, que passou a ser vinculado ao gosto. Com o surgimento do gosto, a filosofia da Antiguidade tornou-se inconsistente e foi substituída por uma ciência moderna, a teoria da sensibilidade, desenvolvida a partir da negação da beleza objetiva. A necessidade de suporte na objetividade impediu uma plena autonomia do mundo sensível em relação ao inteligível, mostrando que essa estética ainda estava envolvida com o racionalismo cartesiano e sua noção de limite do conhecimento humano.

O novo paradigma humanista implicou a secularização da figura divina e a revalorização da sensibilidade no âmbito da teoria do conhecimento, permitindo a Kant desvincular totalmente a estética do mundo inteligível e, assim, inaugurar a Modernidade filosófica. Kant fundou uma filosofia critica independente a antagônica da metafísica da representação, filosofia esta que passou a subordinar o conhecimento ao sujeito humano, a uma subjetividade constitutiva da objetividade.

Formas puras e vazias da sensibilidade, sempre originadas no sujeito, o espaço e o tempo estabeleciam as condições para ordenação da exterioridade, viabilizando a experiência humano.

Os objetivos belos tinham como modelo a arte da medida e, portanto, a experiência estética implicava a contemplação de formas limitadas, criadas pela natureza ou pelo ser humano. Todo objeto belo era singular, mas o sentimento tenderia a uma universalização subjetiva, instituída à partir de uma beleza capaz de despertar as ideias da razão em cada ser humano e de fazer emergir um senso comum a toda humanidade.

A beleza aparecia para p sujeito, que descobria um prazer puro no objeto ou em sua representação, prazer este desvinculado de todo interesse sensível ou racional. Assim surgiu a famosa formula kantiana: o belo é o objeto de uma satisfação desinteressada.

Finalmente, ao propor que o belo é reconhecido como conceito, como objeto de uma satisfação necessária, Kant ressaltou a relevância da adesão de todos a um juízo, exemplo de uma regra universal, porem não enunciável.

Na arte ou na natureza, a beleza era expressão de ideias estéticas. A arte era uma obra humana, que tinha como razão o fundamento para sua criação. “A natureza era bela se ela ao mesmo tempo parecia se arte; a arte somente pode ser denominada bela se termos consciência de que é arte e de que ela, apesar disso, parece ser natureza.”

Na filosofia Kantiana, a arte se distinguia tanto da natureza quando do artesanato. A pratica artística produzia objetos belos, mas a atividade artesanal produzia objetos uteis, comercializáveis. O milagre da arte consistia na apresentação de ideias estéticas sem enunciação, sem nenhuma linguagem capaz de definir u explicar, porem com um alcance que se pretendia universal.

Expansão da crítica

A partir do seculo XVII surge um circulo de leitores, espectadores e ouvintes que atuavam como consumidores e criticos de arte e literatura, denomidados public, que passaram a contrastar cultural e politicamente com a corte. Estes eram intelectuais e capitalistas que passaram a ter o privilegio de proferir discursos. Assim, foi necessario a construção de um espaço urbano e, principalmente, público que promovesse o processo critico racional. Bibliotecas, teatros, museus e salas de concerto foram espaços construidos para aumentar o acesso do público ao conhecimento. No entanto, alguns espaços ficaram restritos para encontros de academicos, artistas e escritores que submetiam suas obras apenas a um público que fazia o uso da razão, que atendessem aos requisitos de propriedade e formação academica. Desse modo, os intelectuais burgueses utilizaram suas posições para impor à cultura a ideologia do sistema de produção capitalista, atuando como objeto e como instrumento da verdade.  

O museu público foi criado a partir do surgimento da cultura democrática, atraindo um público de diversas classes sociais. No entanto, o julgamento leigo sobre arte foi simultaneamente estimulado e reprimido por esta nova instituição. A crítica era feita por profissionais e árbitros de arte, pois possuiam argumentação, porém rejeitavam o debate com o público leigo por serem considerados desprovidos de formação intelectual. Assim, estes espaços foram transformados em uma tecnologia disciplinar, pois as coleções eram reorganizados de acordo com os interesses, rompendo com a tradição e a memória.

O pricipal conteúdo do museu moderno é o público, onde as experiencias estéticas fazem os individuos se reconhecerem como sujeitos do saber. Assim, o museu constituia seu espaço teatral, onde a seleção e a disposição das obras eram determinantes para o prazer ilusório de conhecer. Surgiu, consequentemente, um olhar mais critíco, atraves do pensando iluminista que buscava racionalizar os antigos sistemas de classificação. Assim, a obra de arte passou a ocupar um lugar especifico na história e no museu, na tentativa de narrar os acontecimentos marcantes das nações, onde se fazia necessaria a inclusão do tempo no conhecimento. A divisão das obras segundo uma sequencia temporal contribuiu para a representação de uma cronologia, e converteu o museu em instrumento de especialização do progresso da arte.

A modernidade investiu em um projeto de arquivo universal, onde a organização de toda produção humana e todos os tempos permaneciam em espaços paradoxalmente imóveis, excludentes do tempo. Porém o final da idade clássica produziu outras utopias, onde a historia produziu uma serie de analogias para aproximar organizações distintas. Agora o principio ordenador não dependia mais da forma, da disposição espacial, da configuração, agora era determiando pela estrutura orgânica e pela atividade funcional.

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