A Escola Transitória

1-INTRODUÇÃO

Em 1982, o arquiteto João Filgueiras Lima, conhecido popularmente como Lelé, integrou-se ao projeto AMA (Ação no Município de Abadiânia). Através deste projeto se diagnosticou a vocação do município de Abadiânia em fabricar componentes para a construção civil, devido à grande quantidade de matéria prima como areia e cimento disponível.

Com base neste diagnostico Lelé concebe neste mesmo período uma fábrica para produzir elementos pré-fabricados em argamassa armada para a construção civil. A partir da implementação desta fábrica se permiti avaliar do ponto de vista técnico o uso e o potencial da argamassa armada para a construção de edifícios no município.

Dentre os edifícios construídos a partir da fábrica no município de Abadiânia está a escola transitória. Criada em 1983-1984 a escola transitória tinha como objetivo ser totalmente extensível e desmontável visando se adequar a realidade do campo, que neste período possuía pouca mão de obra qualificada, consequentemente possuía pouca oferta de empregos e poucos investimentos. Além disso possuía grande transitoriedade domiciliar devido ao uso predatório da terra e a instabilidade política.

Por incrível que pareça, acho que meu maior sucesso profissional foi nessa cidadezinha de Goiás, porque houve um envolvimento total das pessoas. Abadiânia era uma cidade tão primitiva, tão pobre, que nem havia operários. Eu tinha de fazer uma espécie de cartilha para ensinar as pessoas a trabalhar. (LIMA, 1994, pg 57)

2- OBJETIVOS

A pesquisa terá como objetivo principal analisar o impacto da fábrica de elementos de argamassa armada no município de Abadiânia em Goiás entre os anos 1982-1986, sob a ótica da metodologia de projeto da escola transitória.

Para atingir o objetivo principal da pesquisa é preciso definir alguns objetivos específicos como:

A) Analisar o processo construtivo da escola transitória

B) Compreender a metodologia de projeto

C) Analisar os impactos para o município,

D) Verificar a infraestrutura da escola atualmente e comparar ao estado da época da construção,

E) Entrevistar os trabalhadores que atuaram na obra que ainda se encontram no município,

F) Levantar acervo fotográfico do local,

G) Identificar as desvantagens do projeto da escola, bem como os possíveis problemas gerados.