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A HISTÓRIA E TEORIA DA ARQUITETURA DA CIDADE II

Por:   •  28/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.387 Palavras (6 Páginas)  •  291 Visualizações

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VAM 1 – HISTÓRIA E TEORIA DA ARQUITETURA DA CIDADE II

Aluna: Juliana Savariêgo França

Três Corações 04/2019.

 1 - Sobre o Barroco Mineiro, quais foram suas influências?

A principal manifestação artística do Brasil Colônia, tanto na arquitetura quanto na escultura e pintura com temas sacros foi o Barroco Mineiro,

O barroco mineiro sofreu diversas influências da arte barroca exercida em outras partes do País e do mundo, como Salvador, Rio de Janeiro e Portugal.

        A Capitania de Minas Gerais, que foi o centro da atividade mineradora no Brasil Colônia. Graças à enorme movimentação econômica que acontecia no estado de minas no Brasil, principalmente nos anos de 1800, o barroco ganhou espaço e visibilidade, pois essa movimentação agitava não só a economia da época, como também as atividades culturais.

        O catolicismo popular foi uma das principais influências para o surgimento das irmandades leigas, que eram compostas por profissionais liberais, artistas e escravos que prestavam assistência mútua e tinham em comum a prática da devoção religiosa. Algumas cidades mineiras, como São João Del Rei, Mariana e Ouro Preto, foram palco de grandes obras arquitetônicas barrocas que sobrevivem até os dias atuais, feitas por membros dessas irmandades.

        Essas obras arquitetônicas eram compostas principalmente por igrejas, sendo que em seu interior (cujo estilo também recebia a alcunha de Rococó) eram pintadas diversas imagens, geralmente no teto e instaladas inúmeras esculturas. Essas imagens e esculturas possuíam temas cristãos, fortalecendo a idéia da prática religiosa instaurada na sociedade da época. O barroco mineiro traz consigo toda a áurea religiosa, mesmo nos pequenos detalhes. Altares eram construídos de forma suntuosa, geralmente de madeira, com imagens de anjos, santos, espirais e flores entalhadas, e a maioria das obras eram revestidas por camadas de ouro, minério que ainda existiam em abundância nessa região do Brasil. Os tetos das construções faziam referência ao céu com suas pinturas detalhadas e ricas, detalhes que aumentavam a sensação de profundidade dentro das igrejas, como o teto da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, pintado por Manuel da Costa Ataíde. Além das pinturas que dominam todo o teto, a Igreja de São Francisco de Assis ainda conta com adornos em ouro e prata e esculturas de Aleijadinho, escultor e arquiteto responsável também pelo projeto dessa mesma igreja. Aleijadinho (também conhecido como Antônio Francisco Lisboa), ao lado de Manuel da Costa Ataíde e Mestre Valentim, formou o principal grupo de artistas do Barroco Mineiro.

        Além da Igreja de São Francisco, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário também em Ouro Preto, é um dos principais símbolos da arte barroca mineira, em virtude de sua suntuosidade e da forma como foi construída. Em se tratando de materiais para a confecção das peças artísticas, os artistas mineiros tiveram que improvisar, haja vista que nem sempre podiam desfrutar dos melhores recursos vindos de Portugal, como registrou o historiador Arno Vehling.

        As características do barroco, segundo especialistas, foram inspiradas na contra-reforma que a igreja católica vinha sofrendo, tendo como intuito dar mais espiritualidade e emoção à idéia renascentista.

        Na época do Brasil colônia, a coroa portuguesa estava diretamente ligada ao Vaticano, e uma de suas preocupações eram esconder da Santa Sé as riquezas presentes em sua colônia, o Brasil. Sendo assim, a organização social aconteceu naturalmente: as classes mais ricas dividiam-se entre as ordens do Carmo e de São Francisco de Assis e as mais pobres formavam as confrarias e as irmandades. Foi por esse fator que a arquitetura religiosa da região de Minas Gerais acabou sendo visivelmente diferenciada das outras construções ao longo do território nacional. A rivalidade entre as ordens terceiras e as irmandades resultou em diversas construções. Essas construções acabavam competindo entre si, cada vez mais decoradas e ricas.

        As edificações religiosas foram construídas pela população, sem utilizar de auxílio de órgãos oficiais governamentais. A falta de escolas que determinavam estilos específicos proporcionou uma liberdade artística sem igual.

        A arte barroca mineira veio retomar as cores fortes das pinturas e esculturas, além do uso de telhados de muitas águas e a preferência pela madeira como matéria prima, entre outras coisas.

        Historiadores afirmam que o barroco passou por quatro fases:

Primeira fase: caracterizada por obras de retábulos, altares muito altos e diversos painéis de influência renascentista. Essa fase foi chamada de barroco jesuíta e não chegou à região de Minas Gerais, ficando apenas no Nordeste.

Segunda fase: surgida no ano de 1700, a segunda fase do barroco é chamada de período da antiguidade mineira, tendo como principais características os interiores das construções bastante requintados, porém, com fachadas mais simples.

Terceira fase: a terceira fase do barroco, sendo a segunda fase do barroco mineiro, é reconhecida por fachadas mais detalhadas e elaboradas devido à adição de cantarias e de dosséis no alto dos retábulos. Alguns exemplos da terceira fase do barroco são a Matriz de Santo Antônio, na cidade de Tiradentes e a igreja de Nossa Senhora do Pilar, na cidade de Ouro Preto.

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