A Importância da Iluminação Natural em um Edificio
Por: Débora Costa da Silva • 8/8/2016 • Artigo • 5.518 Palavras (23 Páginas) • 506 Visualizações
A Importância da Luz natural no Edifício
Débora Costa da Silva – contato@deboracostaarquitetura.com.br
Design de Interiores e Iluminação
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Florianópolis, SC, 17 de julho de 2015
Resumo
Este estudo tem por finalidade demonstrar a importância da luz natural em uma edificação, apontando a necessidade do uso desta ferramenta para melhorar a qualidade dos ambientes internos e externos além do aumento da eficiência energética do edifício. Este trabalho está embasado em pesquisa de livros e artigos científicos, encontrando oportunidades de aproveitamento da luz natural como fonte luminosa por meio da adequada integração dos sistemas de controle de iluminação (artificial e natural) para o alcance de condições de iluminação com elevado desempenho, confortáveis e energeticamente eficientes. Foi analisado as propriedades da luz natural incluindo a cor e como a luz é afetada pelas condições atmosféricas e as formas de entrada de luz no edificio, além de estudar o controle da luz natural a fim de buscar o conforto e atender as necessidades do edificio de acordo com as diversas atividades exercidas no seu ambiente interno e externo. Os resultados encontrados indicam que a iluminação natural possibilita o melhor de desempenho da edificação do ponto de vista do comforto ambiental e energético. Conclui-se que é necessário valorizar a iluminação natural e artificial nos projetos pensando não apenas na praticidade proporcionada pela luz, mas também na criação de ambientes mais agradáveis para a permanência humana, evitando fadigas visuais e diminuindo o máximo quanto possível o uso da luz artificial no período diurno, com indiscutíveis benefícios para a comodidade dos clientes e economia de energia elétrica.
Palavras-chave: Luz Natural. Edifício. Ambiente.
Introdução
Por milhares de anos desenvolvemos nossa complexa interação e dependência com a fonte de luz que mais está no nosso alcance: a luz natural. Em comparação, ao longo do último século, acostumamo-nos á luz elétrica. Apesar de nossa incrível capacidade de adaptação, a evolução dotou física e mentalmente os seres humanos para a vida em um mundo com iluminação natural. Compreender isso pode nos permitir a criação de ambientes iluminados que sejam confortáveis, pareça natural e sejam física e mentalmente bons para nós.
Também temos os meios necessários para criar deliberada ou acidentalmente ambientes desconfortáveis e insalubres se insistirmos em trabalhar contra os padrões da luz natural. Nesse sentido, o projetista tem o enorme poder de influenciar não somente a percepção visual, mas também a experiência emocional física do ambiente construído. Para que possamos fazer isso intencionalmente, precisamos entender os padrões e as propriedades da luz natural.
Comportamento da luz do Sol
A luz do sol é uma fonte de energia incrível para nosso planeta. Sem ela não haveria qualquer forma de vida na Terra. A luz do sol ilumina nosso planeta a milhões de anos sendo “a luz da vida”, é para responder a essa luz que os seres humanos se desenvolveram de maneira mais sofisticada.
Seja direta ou indiretamente, a luz do sol é a principal fonte de luz natural do nosso planeta. A luz do sol incide sobre a terra de diversas maneiras: diretamente, sendo refletida e difundida pelas nuvens, dispersa na estratosfera (tingindo o céu de azul) ou refletida pelos objetos que se encontram na superfície do planeta.
Denominação: luz natural é a iluminação conseguida por meio da luz solar, seja através dos raios solares diretos ou indiretos, que também podem ser retransmitidos para o céu, a vegetação , as nuvens, os pisos, as construções adjacentes ou qualquer outro corpo reflexivo. (PRADO, 1961;ROBBINS, 1986).
A luz visível que deixa o Sol é uma fonte de luz branca muito fria,com temperatura de cor de aproximadamente 6.000 graus kelvin. Uma vez que se aproxima da terra, a luz do sol se divide em partículas minúsculas na estratosfera.
Esse processo, denominado “dispersão de Rayleigh”, distribui a luz azul com mais intensidade quando transmite mais luz de outros comprimentos de onda. Como resultado, grande parte da luz azul do sol é dispersa na atmosfera, o que confere ao céu sua tonalidade azulada. Devido a essa dispersão, a luz solar que alcança a superfície terrestre é de cor muito mais quente do que seria se tal fenômeno não ocorresse. No entanto, a combinação de um sol levemente mais amarelado com o azul forte da abóboda celeste significa que a luz natural média na Terra apresenta uma temperatura de cor muito similar à da luz branca natural do Sol propriamente dita.
A luz solar também é dispersa pela água e pelo gelo contido na atmosfera, mas, devido ao tamanho muito superior das gotículas de água das nuvens, todos os comprimentos de onda da luz são espalhados e a luz mantém sua cor branca.
Embora todas as nuvens (exceto as muito escuras) mesmo assim consigam transmitir grandes quantidades de luz,a dispersão por elas provocada pode criar uma luz muito difusa. Até mesmo em dias de céu totalmente encoberto, quando não há luz solar visível, os níveis de iluminação podem ser elevados. Ainda assim, um dia nublado é bastante desanimador. Costumamos descrevê-lo como “um dia feio”, e a atmosfera criada pelo céu encoberto pode ser deprimente e ameaçadora.
Muitas das características de um céu encoberto devem ser evitadas na iluminação de interiores, se quisemos evitar ambientes deprimentes. A característica mais óbvia é o aspecto quase uniforme e sem direção da luz. Sem a noção de direção, pode nos faltar a indicação visual que nos permite distinguir entre acima e embaixo. A falta de sombras também significa que perdemos um dos indicadores visuais mais sutis para a percepção tridimensional dos volumes e das texturas.
Outra característica não tão óbvia é a mudança de temperatura de cor. Em comparação com uma média de 6.500 graus kelvin para a luz diurna (dependendo muito das condições climáticas e de onde você se encontra no mundo), um céu encoberto pode projetar uma luz branca muito fria de, aproximadamente, 10.000 graus kelvin. Isso está fortemente associado com o clima ruim e, em espaços internos, quando combinado com uma com uma iluminância uniforme e a falta de luz direcional, pode gerar um efeito deprimente tão intenso quanto teríamos no exterior.
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