A Instalação True Rouge - Tunga
Por: Millena Trindade • 10/3/2023 • Trabalho acadêmico • 595 Palavras (3 Páginas) • 122 Visualizações
Instalação
True Rouge
-Tunga
Obra
A instalação True Rouge (1997), obra do artista Tunga (nascido em 1952 em Palmares/PE), reúne recipientes suspensos, em posições irregulares, que contém um líquido viscoso e vermelho que derrama sobre si.
A obra também conta com o processo que o artista nomeou de instauração, ou seja, é a partir de um ato performático composto por um grupo de atores nus que ocupam o espaço, interagindo com as peças, que a obra começa a construir-se. ativando o trabalho. A obra remete a questões importantes na produção de Tunga: os ciclos vitais, a alquimia e a presença dos corpos.
A arquitetura
Com projeto do arquiteto Paulo Orsini, a galeria inaugurada em 2002 é a primeira a expor o trabalho de um único artista em caráter permanente.
A obra arquitetônica estabelece uma relação entre interior e exterior.
Pode ser observado que o projeto foi criado seguindo as características de outros pavilhões de autoria do mesmo arquiteto.
Esta edificação, acaba se destacando em meio ao paisagismo exuberante do entorno do parque, pois apesar da arquitetura discreta, seu exterior pintado de branco evidencia sua presença.
A obra do artista Tunga pode ser observada através do vidro que compõe toda a fachada.
O volume parece “flutuar” por cima do lago e é acessado através de uma “passarela”.
Movimentos artísticos presentes na obra
Materiais
Minimalismo: O minimalismo se caracteriza pelo uso da instalação como forma de expressão.” O espaço da galeria com paredes brancas, o uso do vidro e o entorno fazem parte do conceito da obra.
Arte conceitual: "A arte deixa de ser visual e passa a ser uma ideia, uma expressão, um questionamento.” Na obra de Tunga o conceito, a interpretação e os sentimentos que cada um tem ao observar a obra são únicos. O uso do vermelho e emaranhado de objetos pode ser interpretado como amor, dor, ódio, solidão, são várias as emoções que os indivíduos podem sentir ao analisar a obra.
Arte povera: Na obra o artista usou materiais simples e naturais como redes de pesca, madeira, vidro soprado, esponjas, escovas etc.
Body Art: “A body art (arte do corpo) é caracterizada pela utilização do corpo como forma de expressão ou como suporte para a expressão da arte.” Na True Rouge atores nus fazem parte da obra, é quando eles estão performando que ela começa a construir-se, a partir da interação dos atores com os objetos pendurados.
Arte cinética: Se caracteriza por explorar o movimento e também a ilusão de óptica na busca pelo movimento.
Por que a escolha?
A instalação possui 130 redes, penduradas em 12 cruzetas de madeira, dentro delas estão escovas, esponjas do mar, bolas de sinuca, feltro e pérolas de vidro na cor vermelha. E entre os objetos transparentes encontram-se cálices, garrafas e funis em três tamanhos cada um, além de bolas de cristal. Dentro das garrafas e cálices há um líquido vermelho.
Me chamou atenção o fato da obra ocupar toda extensão da sala dando maior noção do espaço não preenchido.
É muito comum analisar exposições nas paredes ou em totens no piso. Porém, essa exposição ocupa todos os níveis da sala e não faz uso dos elementos tradicionais como parede e piso. O volume central e os objetos orbitantes usam o teto como elemento de sustentação.
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