A SUFRAMA e o conforto bioclimático - Severiano Porto

SUFRAMA

Sede        da        Superintendência        da        Zona Franca de Manaus

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Anhanguera

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Construção do Arquiteto Severiano Porto com forte presença de concreto armado, a obra se destaca pela proposta apresentada na ventilação por efeito chaminé. O Arquiteto precisou elaborar dois projetos distintos, para este edifício devido a um incêndio ocorrido na década de 1980 que destruiu toda sua área interna, permanecendo apenas a cobertura de concreto. A SUFRAMA  é a Sede administrativa pelo órgão responsável pelo planejamento, implantação e administração da Zona Franca de Manaus do Distrito Industrial e Agropecuário.

Análise Crítica

O método construtivo utilizado nesta obra foi o efeito chaminé. Os Domos em fiber glass (material da telha, resina plástica) proporcionam além da iluminação interna uma abertura e saída de ar. Entre p edifício e o final da coifa o pé direito varia de 3.85m á 8,70m.

Ventilação natural: Na construção seria necessário o efeito venturi que provoca o aumento da velocidade do ar, porém o que ocorre nesse edifício é exatamente o contrário. Há uma abertura generosa para entrada do ar mas a saída é praticamente inexistente, por isso a coifa tornou-se uma solução desnecessária, uma vez que foi projetada de forma incorreta; tanto que após a reforma todos os ambientes fechados abaixo das coifas foram cobertos com laje e instalados ar condicionado.

Desempenho Térmico: A Ashrae Standard para os meses de janeiro e fevereiro realizou um monitoramento de temperatura interna do edifício da SUFRAMA. Com temperatura máxima de 29,2ºC e mínima de 26,2ºC, o ediífico está dentro do limite da norma e considerado confortável. Apenas no dia 04/02 a temperatura máxima foi ultrapassada no ambiente interno chegando a 30,71ºC ás 17:15h. Nestes dois pontos o concreto armado permitiu que o ambiente interno permanecesse na mesma temperatura na zona de conforto, ex: no dia 1/2 a temperatura externa chegou á 32,76ºC enquanto a temperatura interna chegou apenas á 29,5ºC.

Concluindo, o concreto armado não é recomendado para construção nessa zona, o correto seria o uso de coberturas e paredes leves com cores claras que refletem a radiação solar, por conta da sua inércia térmica o concreto perde para a madeira quando falamos de material recomendável para construções nesse clima. Alguns dados mostraram que o concreto conduz 11 vezes mais calor do que a madeira, o uso ecxessivo do concreto mostrou uma escolha contraditória a adequação bioclimática na obra de Severiano Porto. Mesmo com aberturas em todas as fachadas, inclusive na orientação Leste e Oeste não há beirais adequados para proteção contra radiação solar, os brises móveis ao lado externo das fachadas hoje funcionam como uma barreira de vento nas laterais.