A Vila Iracema
Por: Poliana Ribas • 22/4/2021 • Projeto de pesquisa • 1.426 Palavras (6 Páginas) • 195 Visualizações
Vila Iracema - Juiz de Fora (MG)
Situado na rua Espírito Santo, 651, o solar da Vila Iracema foi construído em 1914 pelo arquiteto Rafael Arcuri, sob influências ecléticas e Art Nouveau, e representa um dos edifícios mais belos da cidade, ocupando posição de destaque, na opinião popular, como obra de relevante valor arquitetônico-artístico dentre os bens de interesse cultural em Juiz de Fora.
Tombada pelo decreto municipal nº 6505, de 18 de agosto de 1999, é em minha opinião o prédio mais belo da cidade. A parte de trás do terreno, onde havia um pomar, foi transformada em estacionamento.
O solar foi construído em 1914 para a Sra. Olympia Peixoto - portuguesa enriquecida residente na cidade e que deu ao imóvel o nome de Villa Olympia. Dez anos depois foi alugado para o casal José Raphael e Iracema de Souza Antunes que após três meses residindo no solar optou pela compra do imóvel que, passou a ser chamado de Vila Iracema em homenagem à nova proprietária. Foi a primeira residência em Juiz de Fora com piscina desde sua construção. Com a morte de Raphael Antunes, a casa foi mantida pelos herdeiros embora atualmente encontre-se vazia.
Destacam-se, na parte frontal da casa, os canteiros delimitados por elementos curvilíneos, o chafariz com bacia em forma de estrela e haste com flores de onde jorrava a água, e os pedestais que sustentam os grandes jarros com pés de leão, ligados ao corpo da casa por folhas de acanto.
Protegendo a construção no alinhamento da calçada, encontra-se o magnífico gradil de ferro, trabalhado com barras verticais, circulares, encurvadas e retangulares, ornadas por rosetas e pontas de lança. A entrada é destacada por pórtico constituído de dois pilares de alvenaria, ornados por frutos e flores em cascata, que sustentam, cada um, um grande jarro de flores.
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O solar foi construído em 1914 pelo arquiteto Rafael Arcuri para a Sra. Olympia Peixoto - portuguesa enriquecida residente na cidade e que deu ao imóvel o nome de Villa Olympia. Dez anos depois foi alugado para o casal José Raphael e Iracema de Souza Antunes que após três meses residindo no solar optou pela compra do imóvel que, passou a ser chamado de Villa Iracema em homenagem à nova proprietária Curiosamente, foi a primeira residência em Juiz de Fora com piscina desde sua construção. Com a morte de Raphael Antunes, a casa foi mantida pelos herdeiros embora atualmente encontre-se vazia.
A edificação em tela, sob influências ecléticas e Art Nouveau, representa um dos edifícios mais significativos da cidade, ocupando posição de destaque, na opinião popular, como obra de relevante valor arquitetônico-artístico dentre os bens de interesse cultural em Juiz de Fora.
Seus dois pavimentos, que se erguem sobre porão alto, desenvolvem-se em forma de "L", sendo compostos por dois corpos - um recuado e outro avançado - ligados pela varanda frontal oblíqua, evitando a monotonia de composição. Implanta-se no centro do terreno, o que lhe permite estar totalmente solta dos limites do mesmo. Conservando, porém, o paralelismo em relação a estes, apesar de encontrar-se ligeiramente rotacinada para o leste, através da colocação da varanda no lado direito. O acesso principal é feito pela varanda oblíqua e o de serviço, pela lateral direita (onde hoje funciona um estacionamento).
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No primeiro pavimento, o corpo avançado apresenta vão com janela tripartida, sendo as duas laterais - igualmente estreitas, com verga reta, esquadrias de madeira divididas em diversos caixilhos retangulares e sem bandeira fixa - e uma central, com esquadria de madeira em duas folhas, dividida em caixilhos retangulares e bandeira fixa em abaleta na parte inferior. A verga, em forma de arco-de-círculo, é ornada por pequenos círculo, "apoiando" a sobreverga e o painel de azulejos em meio relevo. A decoração em estuque fica por conta dos festões que formam guirlandas sob o parapeito da janela, da cartela com elementos florais em cascata ao lado do painel de azulejos, e da haste helicoidal que sugere um "parafuso" prendendo os dois pavimentos em sua divisão, ou seja, na cornija perfilada.
A varanda oblíqua, que une os dois volumes do térreo, é acessada por uma escadaria ornada em suas laterais, por estátuas lampadófaras sob pedestais e jarros. A varanda tem como principal objetivo, proteger e destacar o acesso principal da casa, estando protegida por guarda-corpo em balaustrada retilínea. O vão da porta é ornado por moldura saliente de estuque, onde encontram-se moldados diversos motivos florais ladeando uma cabeça de leão. A porta destaca-se ao centro da composição, sendo feita de madeira em duas folhas, assim como as almofadas curvilíneas que a ornamentam. Como na moldura da porta, a sobreverga do vão da varanda é dividido em três partes, por folhas de acanto, cada parte com uma cabeça de leão central ladeada por motivos florais.
O corpo recuado, apresenta vão único bastante estreito, com esquadria fina de madeira dividida em diversos caixilhos retangulares e bandeira fixa. O parapeito é "sustentado" por elemento floral pendente. Sobre a verga reta encontram-se pequenos círculos de estuque e um lindo painel de azulejos em meio relevo na cor violeta e rosas vermelhas, material de luxo provavelmente importado da Europa. Separando os pavimentos, há uma larga cornija perfilada.
Junto a este volume foi construído uma varanda lateral sua planta baixa retangular com face alongada em forma de semicírculo. A varanda é protegida por guarda-corpo em balaustrada retilínea decorada. As arestas superiores são recortadas em desenhos geométricos que "apoiam" a sobreverga decorada, como na varanda oblíqua, com cabeças de leão e motivos florais. Sobre a varanda, aparece um terraço, com o mesmo desenho de planta baixa, sustentada por finas colunas com pequenos capitéis sugeridos e protegido por balaústres.
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