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A representação da depressão pós-parto na ótica das mães

Por:   •  11/3/2020  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.911 Palavras (8 Páginas)  •  158 Visualizações

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Gemima Maximio

Naara Dejane

Trissia Menezes

A representação da depressão pós-parto na ótica das mães 

Silvana Costa, 40 anos, e enfermeira e mãe do jovem Carlos Eduardo de 11 anos. Aqui ela fala sobre o período conturbado que passou durante e após o nascimento de seu filho e o que aprendeu com sua experiência pós-parto.

‘me pergunto todos os dias por qual motivo a depressão pós-parto aconteceu comigo. Carlinhos como gosta de ser chamado sempre foi muito desejado, fiz vários tratamentos para engravidar e não era tão fácil tinha uma dificuldade devida muitos anos usando os anticoncepcionais. Até que após muitas tentativas deu certo descobri que estava gravida. Foi um momento de grande alegria pois todos nós esperávamos essa criança!

Minha gestação foi tranquila, como de toda mãe de primeira viagem, só que ainda não sabíamos qual seria o sexo do bebê, na nossa primeira ultrassom não conseguimos saber qual era o sexo do bebê. Mas em meu coração eu sabia que era um menino o meu filho tão esperado, agente até brincava dizia que iriamos o chamar de Frederico, pois era assim que dona Florinda chamava o Kiko. Mesmo sem ter a certeza de que era um menino começamos a comprar o enxoval chegamos até a comprar um terninho do Kiko. Foi  ai que  que fizemos uma nova ultrassom e pra nossa surpresa o resultado da ultrassom veio pra mudar toda nossa história o que antes tinha sido criado um mundo azul naquele momento se desfazia pela ultrassom pois o resultado mostrava que o bebê que já tinha ate nome de Carlos Eduardo invés de ser um menino seria uma menina. Meu mundo desabou naquele momento, como reverter tantos planos tantos sonhos. Não vou mentir não quis aceitar e dentro de mim não aceitei, pois era algo maior dentro de mim. Foi ai que as dificuldades começaram a aparecer, meu esposo me dava dinheiro pra mim comprar as coisas para a menina e eu não comprava pois eu rejeitava de todo meu coração aquela criança, não queria ela eu me recusava a ser mãe de uma menina, todas as noites eu chorava as pessoas tentavam me consolar , mais eu não aceitava! Eu queria um menino meu Carlinhos meu tão esperado filho só isso e mais nada. Passado alguns meses mais necessariamente no 8 mês de gestação já estava meio que aceitando ter que criar uma menina, foi então quando tive que fazer uma outra ultrassonografia e para minha surpresa e de todos, o bebê que na  ultrassom anterior era uma menina, nessa ultrassom tudo mudaria novamente pois por mais uma vez o resultado era diferente agora o resultado e que era um menino meu tão esperado Carlinhos, só que agora dentro de mim não havia mais felicidade, não havia mais sentimentos estava simplesmente parada ali, não expressei nenhum tipo sentimento só fui embora, não amava mais aquela criança que estava dentro de mim era apenas como se eu fosse um hospedeiro de algo que eu não queria , logo em seguida ele nasceu Carlos Eduardo um bebê  fraquinho cheio de problemas ele precisou ficar na UTI neonatal, ele não mamava era um bebê sem forças uma criança muito fraca sinceramente eu como mãe achei que ele não sobreviria, eu olhava para aquele menino e sentia medo, não sentia amor só medo, nem amamentar eu conseguia ele chorava e eu logo ficava com raiva, quem dava de mamar ele era minha irmã que também estava com um bebê novinho, e eu quando olhava sentia era nojo, nem pegar ele no colo eu queria. Meu sentimento era de ficar sozinha sem bebê, por muitas vezes culpei a Deus porque de tudo isso, era o meu sonho de ser mãe e agora em não tinha nem mais forças para cuidar do meu filho. Eu me sentia frustrada, triste e vazia. Mesmo recém-parida, tinha meus pontos doloridos, e culpava aquela criança por isso. Foi quando fui procurar ajuda pois nem comer eu conseguia mais, dormir então nem se fala, e o pior sentia um medo tão grande  de ficar perto daquela criança era como se fosse  um bicho papão só o choro dela me dava calafrios, e eu comecei a pensar que a minha vida não tinha mais nenhum sentido, não tinha mais liberdade, e eu queria minha vida de volta, eu não me sentia mãe, na verdade eu não era mãe, e só queria que tudo voltasse como era antes .eu ate procurei ajuda mais não conseguia falar pra ninguém! Agora imagina como falar sobre isso para meu esposo e amigos e dizer que não tinha a certeza se realmente amava meu filho e que não estava gostando da experiência da maternidade.

Meu esposo me via chorando o tempo todo, sem coragem nenhuma para cuidar do nosso filho ele não falava nada acho que isso era o pior. Depois de muito acompanhamento tanto psicológico e também da igreja tive uma grande melhora e comecei a melhorar, tive contato também com outras mães o que me ajudou muito conviver um pouco com outras pessoas com o mesmo problema.

Objetivo Geral

Nossa pesquisa tem como objetivo geral analisar investigar os casos de depressão pós-parto onde nós fizemos uma entrevista com uma senhora que relatou a tais fatos ocorridos em sua gestação e também no período de puerpério. Através disso nós podemos analisar que a depressão pós-parto ela não ocorre tão somente no pós-parto mas sim também durante a gravidez são séries de fatos que acarretam para que essa grávida venha ter essa depressão pós-parto no caso da nossa entrevistada o  que ocorreu e fez com que ela tivesse essa depressão pós-parto foi o erro na hora da ultrassonografia não descartando outros fatores também mas na minha visão o que Teria colocado um agravamento maior foi esse erro, quando ela falava em questão a ultrassom eu pude sentir ainda a questão de mágoa pois devido a esse erro mudou totalmente a história dela e as expectativas né Porque ela relata que se sentiu como uma mãe que tivesse abortado seu bebê  pois ela não teve o prazer de poder viver essa gravidez ela simplesmente só teve o bebê porque os momentos mais felizes de alegria sente a criança mexer pela primeira vez ela não sentiu esse amor por conta da depressão e apesar de ela ter apoio da sua família ela se sentia como se fosse anormal Por que quando o esposo dela não demonstrava nenhum sentimento em relação negar aquilo que ela estava sentindo ela achava que estava tudo bem E então ela continuava daquela maneira e não procurava ajuda.

Nossa entrevista foi aberta de forma  informal uma roda de  conversa falando de forma livremente  E espontânea no início ela ficou um pouco envergonhada por conta das coisas que ela falava mas durante a entrevista ela foi se soltando e foi falando mais sobre suas situações muitas vezes pude perceber a tristeza dela em falar sobre o que ela passou e outras vezes a angústia que ela passava através de suas palavras.

Por conta de tudo isso a entrevistada relata que hoje ela não tem nenhuma capacidade de ter outro filho enquanto o seu único filho Carlos Eduardo expressa um grande desejo de ter um irmão e ambos vivem suas frustações pois Silvana relata que se sente triste e não poder realizar o sonho de seu filho de ter um irmão.

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