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AS MATERIAIS E SISTEMAS CONSTRUTIVOS

Por:   •  15/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.028 Palavras (9 Páginas)  •  451 Visualizações

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1. MATERIAIS E SISTEMAS CONSTRUTIVOS:

No começo da civilização suméria, era utilizado o junco e a argila nas construções, porém eram pouco resistentes ao tempo.  O barro era obtido nas margens dos rios Tigre e Eufrates e poderia ser transformado no tijolo seco ao sol (adobe), ou cozido, o que era mais difícil pela falta de madeira na região. Este material também possuía uma simbologia, pois se acreditava que os deuses moldaram os seres humanos com o barro. Com o passar do tempo, a população foi aprimorou a forma do material e historiadores já o encontraram na forma quadrangular, convexa, retangular e com diferentes espessuras, em barro cru ou queimado, vitrificado ou esmaltado.

A pedra não foi um recurso muito explorado nas construções, ainda que existissem pedreiras de calcário na região. Foram usados o diorito, o basalto, o alabastro e o granito. Para a decoração de templos, esculturas e joias, eram usados o giz natural e o lápis-lazúli.

A madeira profusa na região era pouco resistente, sendo a palmeira e o salgueiro. Era necessário viajar parte do Líbano para se obter o cedro e ébano, esta última utilizada na fabricação de esculturas.

O Betume era obtido da terra e recolhido para ser usado como argamassa de impermeabilização dos tijolos.

“Os adobes eram blocos prismáticos de barro seco ao sol de uns 35cm de comprimento. Era costume dispô-los ainda úmidos, de forma que, ao secarem, constituíssem blocos compactados. Por vezes, as paredes reforçavam-se com encadeados de madeira e tijolo. A partir do IV milênio costumava-se esmaltar a face externa dos tijolos para preservar as paredes de umidade. Raras vezes se utiliza a argamassa de cal para a fixação ou o betume. A escassez e a má qualidade da pedra que se tinha determinaram a sua pouca utilização como material de construção. A pedra e a madeira precisavam ser importadas.” (CARVALHO, Beijamim. A História da Arquitetura. Ed.de Ouro);

O sistema construtivo consistia em construções sobre plataformas; coberturas planas; escadas e rampas; colunas de tijolos; muralhas e paredes espessas (também serviam como contraforte), arcos e abóbadas.

As construções transpareciam monumentalidade, domínio sobre os cheios e vazios, simetria, decoração temática (animais, deuses, caçadas); alguns templos possuíam cobertura ajardinada; baixos-relevos com teor artístico.

2. A CONTRUÇÃO DOS TEMPLOS:

Uma civilização de religião politeísta, os sumérios ergueram vários templos e cidades em honra de suas diversas divindades. Suas crenças eram, desde o início, vinculadas à montanha, de onde precediam o sol, a luz, os ventos e a água.

2.1 O ZIGURATE DE UR:

O Zigurate de Ur, templo construído cerca de 2113-2096 a.C. por ordem do rei Ur-Nammu, detêm 21 metros de altura por 62,5x43 metros de base. A pirâmide foi construída com um núcleo sólido de tijolos de barro, sua arquitetura consiste em uma série de plataformas sobrepostas, os muros foram crescendo com taludes intercalados por contrafortes que conformavam saliências e recuos proporcionando um jogo de luz e sombra quebrando a monotonia da parede contínua. O templo foi disposto de forma que seus cantos fossem orientados para os pontos cardeais. Sua estrutura teria função de elevar o templo mais próximo aos céus, de forma que pudesse ser acessado desde o solo até o topo, por meio de um acesso monumental, portanto, servindo como ponte entre dois mundos.

2.2 O TEMPLO OVAL DE KHAFADYE:

Em Khafaje, outro templo foi erguido, o Templo Ova datado entre 2.700 - 2.400 a.C., a planta correspondia a um retângulo de 24m x 12m fortemente contraventado com grandes colunas que pareciam torres. O templo se erguia sobre uma plataforma de 2 metros de altura também retangular com 30m x 25m, a qual se acessava por uma escada monumental e perpendicular ao lado maior. Talvez este projeto tenha inspirado Ur-Nammu na construção do zigurate de Ur. Uma muralha dupla com planta oval defendia os recintos sagrados.

2.3 O TEMPLO DE ETEMENANKI

Um exemplo de zigurate sumido e abrangente simbolicamente é o de Etemenanki ou Torre de Babel ( dedicado ao deus supremo dos babilônicos, Baal-Marduk ou Enlil para os antigos sumários). Construído no período neobabilônico, e de acordo com achados arqueológicos e fontes históricas, a torre colocava-se sobreposta a sete camadas multicoloridas, em cujo topo achava-se um templo de proporções singulares. É sabido que havia três escadarias que levavam a tempo, e diz- se que duas delas escondiam apenas até a metade de altura do zigurate.

3. A CONTRUÇÃO DAS RESIDÊNCIAS:

As cidades mesopotâmicas surgiram como pequenas vilas agrícolas que se formavam ao redor dos templos. As casas eram feitas de tijolos de barro e, atualmente, são conhecidas como o mais antigo modelo de casa do pátio oriental, onde um pátio serve como elemento de distribuição principal da residência, tendo os ambientes dispostos ao seu redor. O sucesso funcional desse tipo de casa com pátios dá-se, principalmente, devido a maior privacidade das atividades domésticas, maior densidade da população, proteção climática e simbolismo religioso.

As principais características das residências da Mesopotâmia eram: a entrada possuía uma parede opaca e lisa, com a função de esconder o interior, chamada de “parede de privacidade”.As fachadas tinham poucas janelas e somente na parte superior, pois era usado o princípio da exaustão e conforto térmico devido às altas temperaturas da região. Além disso, os terraços eram usados com frequência a noite para dormir por sua temperatura ser mais amena.

As residências mais comuns eram construídas em um único pavimento, com os ambientes articulados ao redor do pátio. Enquanto as classes mais abastadas moravam em casas de dois andares, de tijolos revestidos de gesso e possuindo diversos aposentos. No primeiro andar, havia a recepção, cozinha, banheiro, local para os empregados e em algumas casas, uma capela. No segundo andar, geralmente era distribuído a parte íntima. Em algumas casas, haviam mausoléus onde eram enterrados os ancestrais. Os móveis incluíam camas com armação de madeira, mesas baixas, cadeiras de espaldar alto, cestos e caixotes feitos de cana e etc. O assoalho e o teto eram enfeitados com tapetes de junco, pele de animais e panos de lã. Arcos e abóbadas eram frequentemente usados como elementos estruturais e ornamentais.

Entre os móveis básicos da casa da Suméria, havia mesas baixas, camas com armações de madeira e cadeiras e cozinhas com apoio alto com vasos domésticos; havia cestos e caixotes feitos de cana. As paredes e os pisos eram frequentemente cobertos com tapetes de cana e tapetes desnatados. Aqueles que não podiam comprar camas confortáveis, luxuosas e cadeiras dormiam em tapetes de palha ou canas, que cobriam o chão da casa.

Sob o chão da casa, havia às vezes um mausoléu familiar onde os membros da família morta foram enterrados. No entanto, também parece haver cemitérios especiais para os mortos localizados fora das cidades.

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