Administração de Medicamentos
Por: Juliana Silveira • 9/6/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 3.555 Palavras (15 Páginas) • 415 Visualizações
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
“...talvez pareça estranho enunciar como
primeiro dever de um hospital não causar mal
ao paciente...”
(Florence Nightingale, 1859)
“...Primum Non Nocere...” (primeiro não cause
dano)
(Hipócrates 460-377 a.C).
Medicamento é todo produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, introduzido no organismo com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico.
A administração de medicações é uma das mais cruciais responsabilidades em Enfermagem. Para garantir uma terapia medicamentosa segura e eficaz, um dos pontos importantes é o profissional de enfermagem familiarizar-se com as indicações, dosagens habituais e os efeitos desejados das medicações prescritas. Outro ponto fundamental é o profissional estar capacitado(habilitado)para administrar os medicamentos de forma eficiente e eficaz, minimizando também a ansiedade do paciente.
Formas de apresentação dos medicamentos:
Forma sólida: pó, granulado, comprimido, cápsula, drágea, pílulas, pastilhas, pérolas, supositórios e óvulos vaginais;
Forma semi – sólida: pomada, pasta, creme, emplastro;
Forma líquida: xarope, elixir, emulsão, tintura, solução, suspensão, emulsão, loção, linimento, colutório, colírio, enemas, unguentos;
Forma gasosa (por inalação): oxigênio, protóxido de azoto e carbogênio.
Administração de medicamentos: Trata‐se da aplicação de fármacos no organismo através de uma das várias vias possíveis de acordo com a proposta terapêutica.
Prescrição médica: é a transmissão de um plano terapêutico pelo profissional médico. Geralmente válida por 24h. Podem ser:
- Auto- limitadas: requerem ação imediata e apenas naquele momento;
- Contínuas: abrangem um período de 24h;
- Se necessário: são aquelas executadas de acordo com a queixa do paciente e após avaliação do enfermeiro.
Aprazamento da prescrição: é feito escrevendo-se os horários em que cada medicação deve ser ministrada ou o cuidado/encaminhamento deve ser executado. Utiliza-se para o aprazamento e para as anotações de enfermagem no prontuário do paciente, caneta de tinta azul para os horários dos turnos diurnos e caneta com tinta vermelha para o turno noturno. Habitualmente cada instituição estabelece horários de rotina para a administração de medicamentos. Ex: medicação 6/6 horas pode ser: 16 22 4 10 ou 12 18 24 6.
Princípios Gerais na administração de medicamentos:
- Conhecer o histórico medicamentoso do paciente;
- Conhecer cada droga que vai administrar, usando as referências medicamentosas disponíveis (bulas, guias, etc);
- Saber calcular a quantidade necessária de medicamento;
- Via de regra não se deve misturar medicamentos líquidos;
- Manter o local de preparo de medicamentos em perfeita ordem, limpeza e desinfecção e iluminação;
- Fazer desinfecção da bandeja onde serão colocados os medicamentos;
- Lavar as mãos antes de iniciar o preparo;
- Fazer o rótulo completo do medicamento a ser aplicado: nome, enfermaria, leito, medicamento, dose, via, horário, rubrica;
- Empregar rigorosamente as técnicas de assepsia (médica ou cirúrgica) e usar as precauções padrão;
- Ler várias vezes o rótulo dos medicamentos;
- Atentar para a necessidade de miscigenar compostos em suspensão;
- Evitar distrações enquanto prepara a medicação;
- Desprezar droga com período de validade vencido, com rótulo danificado, ausente ou ilegível, com alteração na cor ou consistência;
- Não ministrar medicações preparadas por outras pessoas;
- Prescrições que oferecem duvidas devem ser questionadas e esclarecidas;
- Estar ciente dos efeitos do medicamento e saber reconhecer os efeitos adversos, as reações tóxicas e as alergias a medicações;
- Após a ministração, lavar as mãos;
- Registrar a recusa do paciente ou o não recebimento do medicamento por outras razões (jejum, paciente ausente, etc)
- Comunicar imediatamente algum erro cometido;
Erro de medicação- é qualquer evento evitável que pode causar ou induzir ao uso inapropriado do medicamento ou prejudicar o paciente, enquanto a medicação está sob o controle de um profissional de saúde, paciente ou consumidor.
Evento adverso relacionado a medicamento- é todo dano ou prejuízo ao indivíduo (não intencional) resultante do uso de medicamentos, porém nem todo imputado ao erro de medicação.
Reação adversa a medicamentos (RAM) - qualquer efeito prejudicial ou indesejado e que se apresente após administração de doses normalmente utilizadas, no homem para profilaxia, diagnóstico ou tratamento de uma enfermidade.
O mais importante na compreensão das definições é entender que, na vigência de erro, não se deve procurar, inicialmente culpado, mas entender por que esse evento aconteceu. Devemos instituir a cultura da segurança e não adotar a cultura da punição. Na maioria das vezes, “não importa” quem cometeu o erro e sim como o sistema contribuiu para tal ocorrência.
“Em vez de serem os causadores de um acidente,
os profissionais tendem a ser os herdeiros dos
defeitos dos sistemas; a parte deles é comumente
a de adicionar o toque final a uma mistura letal
cujos ingredientes já estão cozinhando há muito
tempo.”
(Reason, 2000)
“As ações e falhas das pessoas têm
individualmente um papel central, mas seus
pensamentos e comportamentos são muito
influenciados e restringidos pelo ambiente de
trabalho que os cerca e pelas rotinas
organizacionais.”
(Vincent.2009)
Os erros durante o tratamento medicamentoso podem resultar em sérias consequências ao paciente e a sua família, como gerar incapacidades, prolongar o tempo de internação e de recuperação, expô-lo a mais procedimentos e medidas terapêuticas, atrasar ou impedir que reassuma suas funções sociais e até provocar sua morte (Peterlini et al., Reason, 2004).
...