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Análise Crítica Richard Meyer x Charles Eames

Por:   •  29/6/2016  •  Artigo  •  4.779 Palavras (20 Páginas)  •  440 Visualizações

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ANÁLISE CRÍTICA SOBRE MODERNISMO E PÓS MODERNISMO : Charles Eames X Richard Meier

Thaís Souza dos Passos e Maurício César Martins Gondim

RESUMO

 O presente artigo tem como objetivo fazer uma análise crítica sobre dois grandes nomes na Arquitetura e no Design. Charles Eames, arquiteto e design americano seguindo o estilo modernista é conhecido por seus projetos de mobiliário inovadores que ajudaram a definir o modernismo. Juntamente com sua esposa Ray desenvolveram novos processos de produção para tirar proveito dos materiais e tecnologias da época, sendo pioneiros na utilização de inúmeras técnicas, como a fibra de vidro, cadeiras em resina plástica, e as cadeiras em malha de metal. A sinergia única de Charles e Ray Eames resultou em um estilo completamente novo de mobília fina, moderna, funcional, sofisticada e simples.

Sua atividade arquitetônica assume essencialmente como uma estrutura de elementos metálicos (pré-fabricados), à qual se adiciona uma pele exterior de grande leveza, concebida igualmente com elementos construtivos correntes.

Na arquitetura, podemos citar a Case Study House, construída em estrutura metálica e pré fabricada em uma estrutura seguindo a linha arquitetônica modernista e que refletia uma nova forma de se morar nos Estados Unidos do pós guerra.

Richard Meier, arquiteto americano conhecido por suas construções abstratas, modernistas contemporâneas, limpas e sem adorno e pelo uso do branco em seus desenhos. O trabalho de Meier cria uma distinção e um diálogo entre a natureza e o homem feito. Arquitetura para Meier não deve imitar, mas sim fornecer um contraponto ao ambiente e ainda manter um relacionamento.

Meier é considerado um arquiteto da transparência. Sua fórmula é utilizar uma paisagem natural fantástica e instalar nesta, um cubo branco de vidro. Desenvolveu uma linguagem arquitetônica moderna, formada por uma trilogia: o branco (sua cor preferida), um módulo (o quadrado) e uma constante preferência pela luz natural. Proporciona através de seus projetos uma perfeita integração entre o interior e o exterior, interagindo com a natureza. 

Seu objetivo é ir além da teoria e referência histórica explorando espaços, formas, iluminação natural em busca de um vigor arquitetônico. Podemos citar a Igreja do Jubileu em Roma na Itália como uma representação da utilização do branco, formas geométricas e a entrada de luz natural que passa a sensação de maior proximidade do cristão com Deus.

PALAVRAS CHAVES: Design. Arquitetura. Natureza. Estilo.


INTRODUÇÃO

A arquitetura em toda a sua história é composta de várias fases. Assim como na história da humanidade a arquitetura se molda a partir de uma evolução. Na arquitetura, podemos observar que a evolução de técnicas e estilos se dá a partir da evolução dos marcos culturais, sociais e políticos ocorridos concomitantemente. Não esquecendo o fato de  que a arquitetura é uma continuidade de várias tradições passadas, sempre evoluindo.

Contudo, nesse artigo iremos abordar dois arquitetos de estilos diferentes, sendo Charles Eames arquiteto modernista e Richard Meier arquiteto pós-modernista.

Notaremos, que o estilo pós-modernista é oriundo o estilo modernista e que muitas características modernistas prevalecem no estilo pós-modernista.

Charles e Ray Eames deixaram uma marca inegável no design de móveis e também na arquitetura moderna. Seu trabalho tem sido altamente reconhecido pela invenção e pela consideração para com os princípios do modernismo. Charles, estudou arquitetura na Universidade de Washington – St. Louis e Ray estudou pintura na Escola de Hans Hofmann e posteriormente ingressou na Cranbrook Academy of Art, onde Charles era o chefe do departamento de design industrial. Em 1941, Charles e Ray se casaram em Chicago e, a partir daí, começa uma longa e bem sucedida parceria no desenvolvimento de vários trabalhos.

Richard Meier, graduado em Arquitetura na Cornell University. Em Ithaca, New York, Meier trabalhou para Davis, Brody e Wisneiwki, para Skidmore, Owings and Merril e para Marcel Breuer(1975-63). De lá pra cá exerce sua função independente em seu escritório em New York. Meier, mantém em suas obras características modernas contemporâneas que tangem em sua carreira uma nova forma de ver o mundo.

A partir desses dois grandes nomes, pontuaremos semelhanças e diferenças entre eles, não diminuindo a importância de nenhum deles para a história da arquitetura. Ambos são referências em design e obras arquitetônicas em todo o mundo.


CHARLES EAMES

O casal Charles e Ray Eames desenvolveu sua carreira com o principal objetivo de desenvolver mobiliários de designer acessível e de alta qualidade, criar opções de moradias com espaços econômicos e funcionais para se morar e trabalhar, atender as necessidades das pessoas aliando tecnologia, conforto, estética para todas as pessoas sem distinção de classes sociais. Após se casarem, Charles e Ray Eames abriram seu escritório em Los Angeles, lá produziam peças para aviões, instrumentos hospitalares e do compensado moldado surgiu a ideia da construção de mobiliários.

Os primeiros trabalhos do casal, já no Escritório Eames Office, se deram no campo da arquitetura e do design. Entre os anos de 1940 e 1941, Charles Eames em parceria com Eero Saarinen, vence a competição Organic Design in Home Furnishings” lançada pelo Museum of Modern Art de Nova York. Logo após, os Eames foram chamados a participar de um programa da revista Arts and Architecture, que tinha como proposta desenvolver projetos arquitetônicos que refletissem uma nova forma de se morar nos Estados Unidos do pós guerra. Esse programa resultou na construção de 26 projetos de casas, onde muitas delas foram construídas, dentre elas a Case Study 8, casa essa que fora projetada e construída com estrutura metálica pré-fabricada, onde poderia ser produzida industrialmente em larga escala. Charles e Ray se mudaram para lá e viveram até o fim de suas vidas. Em 1950, o escritório muda seu foco onde somente criava para indústria e passa a criar para o campo do conhecimento e entretenimento. A partir daí o Eames Office passa a produzir, além de mobiliário, livros, exposições e filmes.

Como era de se esperar, a maioria dos mais de 80 filmes produzidos pelo escritório fez grande sucesso. Entretanto, o sucesso ocorrido na maioria dos filmes não se repetiu em “The World of Franklin and Jefferson”. A sobrecarga de informações foi criticada e considerada excessiva e de difícil compreensão, diante disso Charles Eames declara:

Eu fui criado à maneira do século XIX, minhas primeiras experiências com a ciência envolveram pequenos experimentos de física, feitos quase como truques, matemática através de cubos mágicos e eletricidade através de uma máquina de choques que supostamente teria algum valor terapêutico. Tudo isso tinha uma aura de mágica; quando eu me tornei um arquiteto, não me surpreendi ao ver que nossa compreensão da eletricidade veio de brincadeiras com bolas energizadas, ou que a pneumática e a hidráulica foram primeiro usadas para impressionar as pessoas ao abrir portas e jorrar fontes de forma mágica. Para as pessoas da idade média, não havia muita diferença entre malabaristas, alquimistas, cientistas que estudavam mecânica e todos aqueles que viviam de produzir mágica e glamour. (Kirkham, 1998:264)

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