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Residência Charles Eames

Por:   •  1/10/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.391 Palavras (6 Páginas)  •  523 Visualizações

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Introdução

Análise do projeto

A casa Eames foi criada em um projeto chamado Case Study House Program, da revista Arts e Architecture, ela foi intitulada a número #8. Esse programa atendia a necessidade de fabricar casas a baixo custo, utilizando componentes padronizados para criar designs de qualidade para o estilo de vida do pós guerra.

Utilizar tecnologia industrial da segunda guerra mundial e atender a escassez de habitação dos soldados que regressavam também eram partidos do programa.

Foi na véspera de Natal, a 24 de dezembro de 1949, que Charles e ray eames finalmente mudaram para a sua nova casa. A sua “casa de senho” situava-se num promontório, 45 metros acima do oceano, e quando Ray Eames viu o terreno pela primeira vez, disse: “estávamos dispostos a empenhar tudo o que tínhamos para ficar com ele”. Compraram o lote ao seu amigo, John Entenza, que tinha adquirido este terreno de 2 hectares em Pacific Palisades, propriedade de Will Rogers, com a intenção de lançar o ambicioso e idealista Case Study House Program, da revista Arts e Architecture. Como observou Esther McCoy no seu livro Case Study Houses 1945-1962. “Em 1945 Estenza abandonou seu papel passivo como editor para desempenhar um papel mais ativo na arquitetura do pós-guerra. Anunciou que a própria revista se tinha tornado cliente. Oito ateliers foram encarregados de conceber oito casas... incluindo Charles Eames e Eero Saarinen” O programa pretendia ser uma experiência sobre o uso social da tecnologia, e as casas seriam abertas ao público durante seis a oito semanas depois de concluídas. A equipe de Eames e Saarinen foi escolhida para desenhar a parcela de cerca de 1,2 hectares da Pacific Palisades; o resto do terreno foi usado para outras casas do projeto, confiadas ao arquiteto Richard Neutra e ao designer Rodney Walker.

Ray e Charles Eames tinham conhecido John Entenza pouco depois da sua chegada a Los Angeles, em 1941. Os Eames depressa se tornaram amigos de Entenza, e no final do ano Charles foi nomeado para a direção e Ray para o comitê consultivo da revista Arts e Architecture. Quando o Case Study House Program foi anunciado, em 1945, os Eames faziam parte integrante do pessoal da revista e envolveram-se ativamente no desenvolvimento do Case Study House Program. O final da Segunda Guerra Mundial estava próximo, e uma filosofia marcada por uma atitude “das armas para a charrua”, isto é, utilizar a tecnologia industrial da guerra para construir casas para os soldados americanos que regressavam e responder à futura escassez de habitação, era um princípio  subjacente ao Programa. Projetos como Levittown, em Nova Iorque, que produziam casas convencionais em série para famílias da classe média, eram típicos de um movimento crescente no país que pretendia proporcionar habitações acessíveis aos americanos. O Case Study House Program respondia a esta necessidade de fabricar casas a baixo custo, utilizando componentes padronizados para criar designs de qualidade para o estilo de vida do pós-guerra.

As Case Study House #8 e #9 partilhavam um prado ondulado coberto de erva salpicado de eucaliptos e rico em vida selvagem sobranceiro ao Oceano Pacífico. De noite, quando o trânsito diminuía na Pacific Coast Highway, que passa abaixo, o som das ondas a desfazerem-se enchia a escuridão. Os Eames e John Entenza gostavam deste prado e passavam lá muito tempo, antes e durante a construção das suas casa; faziam piqueniques com os amigos e com a família, instalaram um alvo para tiro ao arco, lançavam papagaios de papel e gozavam a gloriosa beleza natural do local. Os dois hectares da propriedade eram suficientemente grandes para que as duas casas pudessem estar afastadas 60metros uma da outra, e permitiam uma privacidade total aos seus proprietários. Em dezembro de 1945, os projetos originais das duas casas foram publicados juntos num artigo na Arts e Architecture. Contudo, a falta de materiais industriais no pós-guerra e a dificuldade de obter aço para a construção atrasou a conclusão dos projetos vários anos, até 1949 a Case Study House #8 e até 1950 a Case Study House #9.

“Para um casal, ambos ocupados profissionalmente com experiências mecânicas e apresentações gráficas... A casa não deve ter muitas exigências, deve funcionar como um apoio à vida de trabalho. Esta casa – na sua relação livre com o solo, com as árvores e com o mar -, com a proximidade constante da vasta ordem natural atua como um reorientador, como um amortecedor, e deve proporcionar o relaxamento necessário face às complicações quotidianas da vida e dos seus problemas”. Este resumo para a Case Study House #8, publicado com o seu anúncio em Arts e Architecture, era o modelo para a singular casa que Charles e Ray Eames conceberam e construíram para si próprios. O projeto era a segunda versão da casa, apurado ao longo dos anos que passaram a estudar e a fazer experiências com a paisagem da propriedade enquanto esperavam pela entrega dos materiais de construção. A configuração original publicada em 1945 era da equipe constituída por Charles Eames e Eero Saarinen, arquitetos, com Edgardo Contini como consultor para a estrutura.

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