Análise à estrutura arquitetónica do Palácio dos Marqueses da Fronteira
Artigo: Análise à estrutura arquitetónica do Palácio dos Marqueses da Fronteira. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: anamargarida • 26/11/2014 • Artigo • 2.051 Palavras (9 Páginas) • 229 Visualizações
Introdução
Neste trabalho vai ser feita uma análise à estrutura arquitetónica do Palácio dos Marqueses da Fronteira cujo inicio da construção data de 1666.
Irá ser feita de forma sumária a contextualização do Palácio a nível histórico e cultural, bem como uma contextualização mais específica e concreta do ambiente que envolveu a construção do Palácio dos Marqueses da Fronteira.
O plano de trabalho consiste na descrição do objeto de estudo baseada na análise dos elementos constituintes da Quinta e da sua estrutura arquitetónica, nomeadamente do corpo principal do palácio, o Pavilhao de Caça.
De seguida será apresentado o estado da questão baseado na enunciação objetiva de todas as considerações realizadas acerca do Palácio por vários autores e posteriormente a minha própria abordagem à problemática do objeto em estudo.
Serão depois considerados os aspetos mais relevantes do trabalho bem como a sua importância para a compreensão da temática.
A realização deste trabalho irá assentar num levantamento de tudo aquilo já publicado ou escrito acerca do Palácio dos Marqueses da Fronteira e numa observação analítica, realizada in situ, dos aspetos ligados à sua arquitetura, ficando assim concluído o trabalho de investigação.
Sumária contextualização histórico-cultural geral
A data da construção vai desde 1666 até 1672 e coincide com os reinados de D. Afonso VI (1662-1667 e de D. Pedro II (1667-1706). É nesta parcela do tempo da História de Portugal que em 1666 se inicia a construçãodo Palácio dos Marqueses de Fronteira.
O Palácio dos Marqueses da Fronteira é mandado edificar na Quinta dos Loureiros situada nas imediações do Parque Florestal do Monsanto em S. Domingos de Benfica. O Palácio situa-se na Rua 24 de Janeiro.A zona era caracterizada pelos solos férteis sendo que posteriormente à construção do palácio regista-se o aumento de propriedades, quintas pertencentes às famílias burguesas da época, que continham sempre uma zona de cultivo, característica idêntica à do Palácio.
Contextualização histórica especifica
Segundo Cassiano Neves (1995), o terreno e questão tem registos de pertença de propriedade que remontam ao século XIV, mais precisamente de 1339.
É no Século XVII, no ano 1666 que o palácio foi mandado construir por João de Mesquita, um cavaleiro da corte que pela sua lealdade durante o período da restauração da independência, é nomeado por D. João IV, 2º Conde da Torre e 1º Marquês de Fronteira.
Vive-se então em Portugal, na década de 40 do século XVII a recente Restauração da Independência de Portugal face a Espanha, que durante 60 anos tinha governado Portugal.
A dinastia filipina, não exerceu mais poder politico em território português e mais tarde, em 1668 é assinado o Tratado de Lisboa que estabelece a paz entre Portugal e Espanha.
É neste contexto de relativo entusiasmo e otimismo que são elaborados os planos de construção do Palácio dos Marqueses por D. João de Mascarenhas, ao mesmo tempo iniciava-se a reconstrução de um Portugal em todos os domínio mostrando uma abertura a novas ideias e inovações culturais.
A construção do palácio é realizada por fases , cada uma delas caracterizada pelo acrescimento de estruturas arquitetónicas. Admite-se que a capela seja o único elemento da primeira fase de construção, preexistente ao palácio devido à inscrição que se encontra na sua entrada que data de 1584 - " Dicatum Charitati Coeli – Januae MDLXXXII”.
No século XVII é construído o corpo principal do palácio, a cargo de D. joão de Mascarenhas e na 3ª fase de construção foi acrescentada uma nova ala.
Este acrescento ficou a dever-se a D. José Luís de Mascarenhas ( 1721- 1799) , Vº Marques da Fronteira. Após o terramoto de 1755 que destruiu a residência oficial dos Mascarenhas em Lisboa, a família teve que ir morar para a sua quinta de veraneio, Quinta dos Morgados onde fica o Palácio dos Marqueses de Fronteira, palácio este que passou a ser ocupado a tempo inteiro.
Foi então levado a cabo uma série de intervenções de caracter ajustativo e acrescentada uma nova ala rectangular.
Descrição do objecto
O Palácio dos Marqueses da Fronteira localiza-se numa zona onde o ambiente urbano se cruza com o ambiente natura, a fachada principal do palácio está orientada para Este e em frente situa-se o largo de S. Domingos de Benfica. Já as traseiras da Quinta onde se situa o Palácio confundem-se com a vegetação do Monsanto.
A visualização do Palácio do exterior elucida-nos a cerca da sua volumetria que é essencialmente retangular, veja-se a ala acrescentada no séc. XVIII. sendo que o corpo principal é aproximadamente quadrado. (Vide ANEXO 1)
O corpo central, o Pavilhão de Caça, é mandado construir no séc. XVII e é constituído pelo quadrado no qual se inserem 4 pequenas torres, ligeiramente salientes. Em frente encontra-se o pátio também de forma quadrangular que vai dar então acesso à porta principal do Palácio.
No corpo central do Palácio, nomeadamente na fachada Norte, observa-se um pórtico que inicia uma loggia de três arcos de volta perfeita que sustentam acima deles o varandim semiaberto do 2º piso, também ele de três arcos de volta perfeita. Ambos os pisos "são definidos por três arcos de volta perfeita, constituindo, com quatro vãos colaterais, três serlianas perfeitas, assentes em colunas dóricas no piso inferior e jónicas no superior"
Nas duas torres que se avançam ao ligeiramente o pórtico, uma de cada lado, é possível observar que são ladeadas por cunhais rústicos no piso térreo.
Já ao nível do 2º piso observa-se uma mudança do ladeamento das torres, este, transforma-se em pilares fundidos na parede, a que se dá o nome de pilastras. Estas pilastras são claramente jónicas sendo possíveis identificar os seus elementos constituintes, a sua base, o fuste e o capitel com as suas volutas características.
Cada uma destas torres possui tanto num piso como no outro duas fiadas de janelas que dão para o pátio. Sendo que no piso térreo as janelas são de peito e no piso superior de sacada ou seja, as janelas são abertas
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