Apresentação Instituto de Longa Permanência Para Idosos Com Alzheimer
Por: Gustavo Carneiro • 3/11/2020 • Monografia • 1.369 Palavras (6 Páginas) • 213 Visualizações
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INSTITUTO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS COM ALZHEIMER EM MATEUS LEME –MG[pic 2]
Centro Universitário UNA
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Orientador: André Tomich Pinheiro
Orientando: Gustavo Henrique Barbosa Carneiro
INSTITUTO DE LONGA PERMANÊCIA PARA IDOSOS COM ALZHEIMER EM MATEUS LEME -MG
Belo Horizonte
29/11/2019
ÍNDICE
- Memorial descritivo
- Programa de necessidades
Instituto de longa permanência para idoso com Alzheimer em Mateus Leme – MG
O aumento da população idosa tem como consequência um grande número de indivíduos atingindo uma idade crítica para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, sendo há doença de Alzheimer a mais comum. No entanto, no Brasil, apesar do grande número de anciões acometidos pela doença, ainda há uma carência na assistência especializada para os mesmos.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que atinge a população idosa, mas que pode iniciar mais cedo. Os sintomas eram antes entendidos como comuns e parte do processo de envelhecimento humano, mas estudos provaram tais conceitos como errôneos e mostraram que esta condição se trata de um dos vários tipos de demência e que, em muitos casos, pode vir associado a outras doenças. O Alzheimer não possui cura e é irreversível, porém medicamentos agora disponíveis são capazes de retardar o processo degenerativo e abrandar os sintomas. Os efeitos da doença são muitos e esta é seccionada em três estágios. Os pacientes são inicialmente sujeitos, no primeiro estágio que dura de dois a quatro anos e precede o diagnóstico, a dificuldades em concluir tarefas simples, tomar decisões e lembrar de eventos recentes. Já no segundo estágio, sendo este o estágio mais longo, durando entre dois a até dez anos, os sintomas se tornam mais agressivos. O paciente sofre de problemas de coordenação motora, dificuldades de expressão e de lembrar dados mais sólidos e pessoas mais próximas como amigos e parentes, além de ocorrer distorções de realidade. Ao atingir o estágio final no qual os pacientes não reconhecem a si próprios, perdem o controle motor, a habilidade linguística e o controle fisiológico.
À medida que a doença se desenvolve, os pacientes se tornam mais dependentes do auxílio de terceiros para realizar atividades básicas como tomar banho, comer, trocar de roupa e até mesmo ir de um local para outro. A razão para este fato está não apenas na perda motora, muscular e de destreza, mas a perda de memória também faz com que o indivíduo esqueça como é realizar tarefas diárias e onde locais, antes familiares, se encontram.
No processo de envelhecimento, outra área afetada da biologia humana é a visão. Estudos revelam que um indivíduo de 60 (sessenta) anos de idade captura apenas de 30 a 40% da luz capturada por uma pessoa de 20 anos de idade
Considerando tais fatos, e também a ausência de investimento público em equipamentos, moradia, lazer e integração social do idoso no Brasil, configura-se como o objetivo principal desse trabalho de graduação a concepção de uma solução arquitetônica voltada a essa parcela da população desassistida.
Sintomas e efeitos colaterais não estão apenas relacionados à condição clínica em si do indivíduo, mas também às suas características pessoais e singulares, como personalidade, padrões comportamentais e biológicos e fatores ambientais (PASCALE, 2002). É por isso que o ambiente construído pode ter um maior impacto e influência em portadores de demência quando comparado a indivíduos alheios a essa condição. Um ambiente que não prover estímulos adequados pode desencadear comportamentos indesejados, como, por exemplo, expressões de raiva, frustração, angústia e tristeza (SOUSA; MAIA, 2014).
Portanto, o tratamento correto deve conter um foco em criar uma rotina para o paciente que preserve suas capacidades ao máximo, nunca deixando de lado, porém, a importância da correta medicação e tratamento farmacológico.
Com estas informações em mente, o ambiente construído pode certamente facilitar a interação do paciente com seu entorno, compensar déficits cognitivos e reforçar habilidades remanescentes (PASCALE, 2002). Todos respondem de forma diferente ao espaço com que se interage e suas várias camadas – cor, luz, formas, som, etc. Um paciente de demência tem sua forma particular de perceber o espaço e interagir com ele. Um ambiente ergonomicamente bem projetado para um PA pode facilitar as tarefas diárias e tornar estes indivíduos mais independentes, elevando sua autoconfiança e bem-estar (PASCALE, 2002).
Um bom projeto luminotécnico, por exemplo, tem a possibilidade de contribuir com a segurança do paciente, criando caminhos e objetos mais visíveis e prevenindo estas pessoas de sentirem tonturas e desorientações por vezes ocasionadas por índices de iluminância e claridade elevados.
À medida em que um indivíduo envelhece, sua visão é comprometida – perda do senso de perspectiva, profundidade e distância assim como da habilidade de diferenciar cores somadas à redução da percepção de contrastes. Contudo, especialmente nos estágios iniciais da doença, um PA é ainda influenciado por cores semelhantemente ao restante da população, não existindo estudos que comprovem o contrário (SOUSA; MAIA, 2014). Dessa forma, a cor pode também auxiliar o paciente a sentir felicidade, contentamento, paz, recordar ambientes e suas funções. A partir do momento em que o PA começa a ter perdas em sua memória e sentidos em geral, um uso eficiente de cores no ambiente pode também assessorar o paciente na distinção de áreas e espaços ao trazer foco àquilo que requer atenção e esconder locais e objetos que não é recomendado ao paciente ter acesso.
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