Conforto Acústico

Aluna: Kallynara Tanure Gonçalves

O Ruído Urbano e a Desvalorização Imobiliária

Constantemente tem se discutido a respeito dos problemas urbanos motivados pelo desenvolvimento tecnológico e industrial e do crescimento sem controle e planejamento das cidades, entretanto a ausência de preocupação das autoridades com o fator ruído é insuficiente, ou jamais, abordado.

Sendo assim, a organização Mundial da Saúde considera como a terceira pior forma de poluição, a poluição sonora, que não só pode acarretar em lesões auditivas, mas também em possíveis disfunções nas atividades físicas e mentais.

Ainda que a poluição sonora comprometa diretamente na qualidade de vida, as legislações relacionadas a esse tema, com seus índices e limites de decibéis, desconhecem as principais motivações do excesso de ruído: as vias urbanas. Devido à manutenção insuficiente do tráfego, são inibidas as possibilidades de um domínio sobre esses ruídos pelas autoridades públicas.  

   Em Santa Maria, RS, por exemplo, o problema se mostra presente a cada ano. Com seus 270.000 habitantes e uma média de 90.000 veículos emplacados, a cidade apresenta um elevado nível de saturação viária, com geração de zonas de intenso ruído todos os dias. Observa-se que nos horários de pique a situação é nítida: com fluxo de trânsito conturbado, as imprudências por parte dos motoristas são agravadas e os níveis sonoros acentuados.  Os cidadãos que habitam perto desses locais e, até mesmo, os próprios condutores, tem mostrado sua insatisfação através de contínuas queixas perante aos órgãos públicos. Embora, algumas medidas atenuantes terem começado, os planejamentos eficazes e permanentes para a solução do problema são escassos.  

   A partir de medições técnicas apresentadas no artigo O Ruído Urbano e a Desvalorização Imobiliária, nos horários de 12h00min e 18h00min, foram registrados valores abundantemente acima dos tolerados pela normatização brasileira e o Código de Posturas de Santa Maria, o que comprova uma falta de fiscalização e dificuldade de transformação no cenário.

Devido a pouca atenção dada pelas autoridades e contínuo adensamento nos centros urbanos, o índice de ruído urbano é cada vez mais prejudicial à vida nas médias e grandes cidades. Portanto, há necessidade de planejamento e controle do tráfego, para que não haja prejuízo na qualidade sonora e um constante descontentamento das pessoas a respeito da vida nas cidades.

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