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Do Cabaré ao Lar: A Utopia da Cidade Disciplinar

Por:   •  13/9/2018  •  Resenha  •  990 Palavras (4 Páginas)  •  935 Visualizações

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Docente: Luciane Jobim

Resenhista: Filipe Augusto

Curso: Arquitetura e Urbanismo     Período: 6º

Disciplina: Hist. da Arquitetura e Urbanismo séculos XX e XXI no Brasil

Resenha Critica

RAGO, Margareth. Do cabaré ao lar: a utopia da cidade disciplinar. Brasil, 1890-1930.        

Margareth Rago é historiadora e professora livre-docente do Departamento de História do IFCH da Universidade de Campinas, Unicamp. É coordenadora do Grupo de Estudos Foucaultianos e da Linha de Pesquisa História, Cultura e Gênero do Programa de Pós-Graduação em História deste Departamento. Foi professora-visitante no Departamento de História do Connecticut College, nos Estados Unidos, pela Comissão Fulbright. E entre algumas obras, que a autora publicou, podemos destacar: “Do Cabaré ao Lar. A utopia da cidade disciplinar”, “Entre a História e a Liberdade”. Tal autora possui, então, experiência na área de Teoria da História e História do Brasil República, em que discute pós-estruturalismo, anarquismo, feminismo, gênero e subjetividade.

A obra Do cabaré ao lar: a utopia da cidade disciplinar, divide-se em quatro capítulos, intitulados: Fábrica Satânica/ Fábrica Higiênica, a colonização da mulher, a preservação da infância, a desodorização do espaço urbano. O recorte espaço-temporal é o Brasil entre os anos de1889 a 1930, e como fonte da pesquisa escolheu a imprensa literária (jornais da época). Podemos colocar que Rago ao discutir a vigilância cotidiana no trabalho, mostrou o objetivo da fábrica higiênica que buscava impor as novas regras de civilidade, sinal de país que lutava pela modernização. Para tanto a mesma utilizou-se de meios brutais como excessiva carga horária aonde os trabalhadores chegavam cedo da manhã e só saiam no final da tarde ou início da noite, durante o dia na fábrica não tinha uma alimentação de qualidade e nem um tempo suficiente para realizar as refeições, a exploração do trabalho em que homens, mulheres e crianças eram obrigadas a trabalhar além dos seus limites. Então é isso que podemos compreender como fábrica satânica, todo esse universo de não respeito e invasão na vida dos trabalhadores, como se os mesmos fossem apenas objetos de manipulação, que serviam de mão-de-obra. No referente ao papel da mulher no Brasil da Primeira República, podemos destacar segundo a autora que havia uma preocupação de manter esta no espaço do lar, para cuidar da casa, dos filhos e do marido, portanto a mulher era preparada não para uma profissão e trabalho na fábrica, mas sim o lugar que era discutido na sociedade para o sexo feminino ocupar deveria ser uma excelente dona de casa, isto implica dizer que era submissa ao sexo masculino, este deveria ser preparado para o trabalho fora do lar e também para ser o patriarca da família. Desta forma, notamos que a autora trabalha com o simbolismo que a sociedade elabora para a mulher, o de mãe devotada, que se dedica por completo a família, que não deve opinar sobre política e vida pública, daí colocou que essa desvalorização foi imensa por parte de uma sociedade machista e preconceituosa, pois parte da hipótese de que o sexo feminino em si não deve ser nada, ou não que não deva ter espaços e direitos iguais na sociedade, do "eu" deve abdicar de si em prol de uma família “perfeita e completa”. Mas nem todas as mulheres acataram todas essas decisões e ficaram presas em casa. Desta forma, Rago coloca que parte das mulheres, muitas delas anarquistas, não era tão submissa como a maioria da sociedade deseja, algumas saiam para a rua trabalhar e participam de movimentos de paralisação e manifestação nas fábricas e nas ruas. E ainda podemos destacar que a mulher que ficava a margem tanto do lar quanto das que lutavam por liberdade e participação na sociedade, eram as prostitutas, para estas a preocupação das autoridades era conscientizá-las de que não podiam circular em todos os cantos e horários na cidade, pois não era permitido ir aos mesmos cantos que uma mulher de família ia com marido e filhos.  No referente à infância, Rago destaca que a mesma ganha um lugar central na família, sendo constantemente vigiada. Nas fábricas elas eram obrigadas a trabalhar uma jornada de dez, doze horas de trabalho, com um ritmo intenso que deixavam cansadas e maltrapilhas, as mesmas eram controladas por contramestres, homens movidos pela ambição capitalista que explorava e até batia quando as mesmas se distraiam um pouco no trabalho. Outro ponto que podemos destacar é o do discurso médico na época para as crianças pobres, que deveriam ser vigiadas pela mãe, em que deveriam ocupar o tempo para estudar e com exercícios físicos, principalmente com ginástica, dessa forma não iriam pensar ou praticar a corrupção moral. Portanto, o discurso a época é que deveria cuidar das crianças que eram os futuros trabalhadores do país, estes deveriam ser educados para serem pessoas obedientes e em de saúde para contribuir com a mão-de-obra logo em breve para o Brasil. Assim, eram muitas vezes impedidas de brincarem e divertir, pois ou estavam sendo vigiadas pela mãe, ou se iam ao trabalho no caso dos filhos que a mãe trabalhava e levava eram obrigados a trabalhar também, daí a fábrica ser vista como um lugar prisioneiro e cansativo que humilha e castiga para as crianças que iam ao trabalho.

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