HISTÓRICO DO BAIRRO ALTO DE PINHEIROS

HISTÓRICO DO BAIRRO ALTO DE PINHEIROS:

O nome Pinheiros foi escolhido por conta das grandes extensões de pinheiros nativos (Araucaria brasilienses) que ali existiam e, sua localização geográfica, na região metropolitana de São Paulo, está ao longo do rio de mesmo nome. O bairro Alto de Pinheiros, pertencente ao distrito de Pinheiros, é considerado por seus moradores um oásis dento da capital paulista, pois é resultado de um projeto urbanístico que tem como partido o conceito de bairro-jardim.

O ciclo do café, no Brasil, impulsionou o desenvolvimento da região entre o final do século XIX e o começo do século XX. Em 1850, essas terras foram divididas em chácaras e sítios para venda em leilões.

O banqueiro Edouard Fontaine de Laveleye com a orientação do arquiteto Joseph Bouvard, ambos franceses, no início do século XX adquiriram grandes lotes de terra em São Paulo. Fundou a City of São Paulo Improvements and Freehold Land Company Limited, empresa do setor imobiliário, em parceria com o banco inglês Boulton Brothers, em Londres. Começou a operar no Brasil em 1912 e no ano seguinte já vendia os primeiros terrenos.

 Grande parte das terras do Alto de Pinheiros foram compradas pela City e devido a região ser fundos de vale e várzeas, sujeitas a frequentes enchentes dos rios, estudos urbanísticos foram feitos para chegar à proposta que vinculava ruas com canais de drenagem das águas até o rio Pinheiros. Dessa forma, se garantiu alterações das características pantanosas da região, mas sua execução ocorreu de modo lento e gradual.

Sendo assim, a implantação do bairro só ocorreu a partir de 1940, quando o Rio Pinheiros foi canalizado, tendo como modelo os bairros do Pacaembu e o Jardim América. Foram mantidas as curvas de nível e foi planejado extensas áreas livres, distribuídas em praças e canteiros de avenidas.

O padrão de exigência da City, como incorporadora, tinha critérios tão bem elaborados que foram posteriormente incorporados a legislação municipal; inclusive se tem registros que a empresa contribuiu para a elaboração de leis relacionadas ao Código Municipal de Obras. Deste modo, o projeto previu arborização e normas para execução dos passeios com faixas verdes e a ocupação dos lotes – em sua maioria com residências unifamiliares e recuos – de acordo com os critérios previamente estabelecidos no projeto.

A região ficou caracterizada por vias de dimensionamento generoso, canteiros centrais, calçadas, terrenos e inúmeras praças, trazendo para uma grande cidade harmonia entre o perfil da vida urbana e atributos do campo.

O planejamento urbanístico foi o responsável para que a região seja considerada um dos locais mais agradáveis e singelos para se morar do município de São Paulo. O comércio e os serviços foram alocados nos arredores de algumas praças; a massa arbórea está presente em praças, calçadas e nos jardins das casas e o tráfico intenso concentrado na Marginal Pinheiros, garantindo para as vias do bairro apenas trânsito local. Com este cenário, o resultado é a manutenção de espécies de pássaros no ambiente urbano e o benefício do microclima.