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ILUMINAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS: DIMENSIONAMENTO DE ABERTURAS LATERAIS (JANELAS) EM DIFERENTES SITUAÇÕES DE OBSTRUÇÃO NO CONTEXTO BRASILEIRO

Por:   •  8/10/2019  •  Projeto de pesquisa  •  4.114 Palavras (17 Páginas)  •  230 Visualizações

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Universidade de Brasília

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Programa de Pesquisa e Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Linha de pesquisa: Tecnologia, Ambiente e Sustentabilidade.

Projeto de Dissertação | Programa de Pesquisa e Pós-graduação da FAU

[pic 1]

ILUMINAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS: DIMENSIONAMENTO DE ABERTURAS LATERAIS (JANELAS) EM DIFERENTES SITUAÇÕES DE OBSTRUÇÃO NO CONTEXTO BRASILEIRO

Autora:

Márcia Bocacio Birck

Orientadora:

Profª Drª Cláudia Naves David Amorim

Brasília, setembro de 2014

  1. INTRODUÇÃO[pic 2]

A luz natural tem papel importante dentro das diversas exigências que a arquitetura deve atender - funcionais, estéticas, econômicas, ambientais, além de promover bem estar ao usuário. Nesse sentido, utilizá-la de maneira a otimizar os seus benefícios e diminuir os seus impactos negativos torna-se crucial (AMORIM, 2007).

De acordo com Baker et al. (1998), a utilização da luz natural em edifícios oferece várias vantagens, além da criação de ambientes mais confortáveis e atrativos.  Em relação ao usuário, é consenso que a luz natural é desejada e bem vinda, uma vez que permite satisfazer duas necessidades humanas básicas: a de ser capaz de ver a tarefa e o seu espaço ao redor, e a de receber estímulo ambiental. A luz natural possibilita o senso de orientação, de tempo e das condições meteorológicas. Além disso, Hathaway et al. (1992) determina que a luz natural é um componente necessário na regulação do ritmo do corpo humano (sistema circadiano).

Outra vantagem é que a luz natural mostra-se como fator indispensável à racionalização de energia nos edifícios, permitindo a redução ou substituição da iluminação artificial nas horas diurnas. A luz natural também possui uma eficiência luminosa maior em relação à luz artificial, ou seja, além da qualidade luminosa do ambiente melhorar, também pode-se provocar uma redução na carga térmica para refrigeração. (PEREIRA, 1993) Segundo Amorim et al. (2010), o potencial efetivo de economia energética será resultado de uma complexa inter-relação entre economia de energia em iluminação, através da substituição da luz artificial pela natural, e custos com aquecimento/refrigeração, ou seja, o impacto que o ganho de calor solar terá na climatização do edifício.

Atualmente, o uso eficiente da energia elétrica é um dos grandes assuntos mundiais com implicações nas áreas social e ambiental. No Brasil, um dos maiores consumidores de energia elétrica é o setor de edificações. As edificações residenciais, comerciais e públicas são responsáveis por aproximadamente 45% do consumo de energia elétrica, advindo da iluminação artificial e da climatização de ambientes.

Em reação a crise de energia no Brasil ocorrida no ano de 2001, promulgou-se a Lei de Eficiência Energética (nº. 10.295/2001) e incrementou-se o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), pela criação do seu subprograma Procel Edifica. De acordo com o Procel Edifica, “estima-se um potencial de redução deste consumo em 50% para novas edificações e de 30% para aquelas que promoverem reformas que contemplem os conceitos de eficiência energética em edificações.”[1] A divulgação do Relatório PNUMA – Iniciativas para Edificações e Construções Sustentáveis – evidenciou o potencial de economia nesse segmento e consequentemente, a necessidade de políticas governamentais que ajudem o setor da construção a melhorar o desempenho das edificações.

Nesse sentido, o melhor aproveitamento da luz natural contribui bastante para a racionalização energética, uma vez que o contexto brasileiro possui um alto potencial de economia energética e de melhoramento da qualidade ambiental nas edificações. Segundo Amorim et al. (2010), “(...) a substituição da luz artificial pela natural apresenta-se como uma das possibilidades de maior potencial individual de redução no consumo de energia elétrica.

De acordo com Souza (1995), em um dos primeiros estudos sobre o potencial que a luz natural tem de redução do consumo da energia em edificações, prevê-se uma economia na ordem de 35% - 40%, advertindo que “em virtude do potencial de economia de energia elétrica que a luz natural proporciona, essa jamais poderá ser descartada quando se pretende ter uma edificação eficiente energeticamente”.

Diante desse contexto, torna-se evidente a necessidade de se investir no uso de iluminação natural em edificações. Ademais, segundo Amorim (2010), as condições de céu no Brasil são, em geral, favoráveis ao uso da iluminação natural. A disponibilidade de luz natural é grande, chegando os níveis de iluminância[2] a representar o dobro daqueles obtidos, por exemplo, na Europa Central. É necessário, porém, que a luz natural seja aplicada de maneira tecnicamente apropriada, balanceando o ingresso da luz difusa e bloqueando os inconvenientes, como o calor e ofuscamento, causados pela incidência direta.

A importância do melhor aproveitamento da luz natural em edificações tem sido tema de diversas pesquisas iniciadas nas últimas décadas (BAKER, 1998; FONTOYONONT, 2002; BAKER et al, 2003; IEA, 2000). Nota-se que o interesse pelas questões ambientais, bem como a decorrente busca pela eficiência energética e pela qualidade e conforto ambiental em edifícios, estimularam o retorno ao uso da iluminação natural em edifícios.

Entretanto, de acordo com Amorim et al. (2010), ainda existem dificuldades em integrar luz natural em edificações, tanto em novos projetos quanto em retrofits[3]. Entre as possíveis causas desse problema, estão a falta de conhecimento do comportamento ambiental das edificações e das vantagens da luz natural, tanto por partes dos projetistas quanto por parte dos usuários. Também cita-se a falta de instrumentos para cálculo de luz natural que possuam uma interface amigável. Sendo assim, a luz natural como elemento projetual ainda é pouco utilizada.

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