INTERESSES IMOBILIÁRIOS NA PARALELA

INTERESSES IMOBILIÁRIOS NA PARALELA

Elton Andrade dos Santos^[1]

RESUMO

Este artigo tem como finalidade estudar o bairro da Paralela do ponto de vista da influência do capital imobiliário no crescimento e na construção de grandes empreendimentos.         Para isso, foram feitas entrevistas, coleta de dados em órgãos municipais e observações no local que forneceram uma série de informações para o enriquecimento do conteúdo. Há expectativa de que o conteúdo apresente os interesses de mercado do capital imobiliário como processo de ocupação das áreas urbanas da Paralela.

Palavras-Chave: Paralela. Capital imobiliário. Empreendimentos.

1 INTRODUÇÃO

        

O capital imobiliário na Paralela cresceu com um ritmo muito acelerado na última década, com a rápida verticalização do bairro provocada pela facilidade de financiamento dos empreendimentos. Nesse contexto surge um problema: Quais seriam os interesses imobiliários na Paralela?

A Paralela é um local em desenvolvimento, este documento apresenta conteúdos que buscam estudar o desenvolvimento desordenado na área, nesse contexto as influências ambientais e de mobilidade no contexto social estão diretamente relacionadas as ações do capital imobiliário.

No cenário da Paralela as influências ambientais e de mobilidade no contexto social estão diretamente relacionadas com a ocupação desorganizada do solo. O incentivo de novas alternativas de lazer no local significa contribuir com intervenções que possam melhorar a vida dos moradores. O estudo é resultado do amparo teórico em Henri Lefebvre (2001), Milton Santos (1993), Nelson Chaffun (1997) e Ângela Souza (2000), além de entrevistas e busca de informações com funcionários em órgãos municipais (SEMUT, SUCOM) e dados estatísticos no IBGE.

O artigo está organizado em cinco seções. Após esta introdução, a segunda seção, apresenta um breve histórico sobre o desenvolvimento do setor imobiliário, relatando as formas de uso do solo; a terceira aborda os problemas sociais e ambientais e suas consequências no cotidiano; a quarta trata as novas áreas de influência na Paralela na dinâmica urbana; a quinta, como conclusão levanta reflexões a respeito do tema. Ao final, registram-se as referências e apresentam-se os apêndices.[pic 1]

2 HISTÓRICO

        

Salvador é uma cidade que não parou de crescer nesta última década, do ponto de vista histórico a Avenida Luís Viana Filho, mais conhecida como Avenida Paralela ou simplesmente Paralela, foi construída na década de 70, como uma via expressa com 16 km de extensão, sem instrumentos de retenção de tráfego para permitir velocidade aos veículos e evitar congestionamentos.[pic 2]

O mercado imobiliário cresceu com um ritmo muito acelerado no início do século XX!, essa ocupação está relacionada diretamente com que Henri Lefebvre aborda sobre a especulação.

A especulação com os terrenos, mal combatida, somou-se a especulação com os apartamentos quando estes eram objeto de copropriedade. Assim continuava a entrada da moradia para riqueza mobiliária e do solo urbano para o valor de uso, com as restrições desaparecendo (LEFEBVRE, 2001, p. 26-27).

        Isso significa que a exploração imobiliária expressa monetariamente o processo de valorização que o espaço sofre. Na Paralela os recentes investimentos em mobilidade provocaram ao longo da área uma ocupação descontínua para especulação, fruto do processo capitalista. Segundo a Lei do Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo, LOUOS, essa área possui grande variedade de atividades, sendo formada por grandes empreendimentos e moradias de baixa renda, com hipermercado, shoppings centers, faculdades, concessionárias de veículos, entre outros.

2.1 Cenário atual

A configuração da Paralela em 2014 é bastante diferente da época de sua construção, o crescimento populacional devido à ocupação cada vez mais intensa é maior do que a capacidade do Governo Municipal solucionar o problema.

Com a queda nas vendas de imóveis, as construtoras reduziram o número de lançamentos. Na capital baiana, se a indústria da construção civil parasse de construir hoje, seriam necessários dois anos para vender o estoque. A diminuição da atividade é apontada como a principal responsável para o aumento do desemprego em Salvador, o setor, que empregava 192 mil pessoas em agosto de 2013, chegou em 2014 com 165 mil postos de trabalho.

Segundo Souza (2000), o déficit habitacional é “entendido como defasagem entre o ritmo de crescimento da população urbana e o da construção de novas residências” se tornou um problema, agravado com o passar dos anos.

Apesar disso, o aumento da procura por moradia própria e as políticas do governo indicam razões suficientes para manter o mercado imobiliário em uma posição vantajosa para o investimento.

Em entrevista com a Subcoordenadora de impactos urbanos da Secretária Municipal de Urbanismo e Transporte (SEMUT), Maria Teresa Torreão, ela explica um pouco sobre a condição atual do bairro da Paralela.

Como definir a Paralela do ponto de vista de suas modificações?

"A Paralela é um vetor em expansão, tanto pode ser residencial quanto comercial, o Plano Funcional é um decreto feito pelo município que lida com o todo e com destaque para mobilidade. A questão ambiental também é um motivo a ser observado em relação ao mercado imobiliário. As intervenções urbanísticas foram feitas em sua maioria pela Conder."

Existe algum projeto relacionado ao bairro?

"Há a intenção de criar uma escola de tempo integral no bairro, mas ainda é um projeto em discussão."

Qual a sua opinião sobre os grandes empreendimentos e quais melhorias poderiam ser feitas no bairro?

“O PDDU permite o desenvolvimento desses empreendimentos e não vejo nenhum problema, apesar do problema com o desmatamento ser bastante debatido, por exemplo, o Le Parc é uma construção bastante equilibrada.” Em relação ao bairro, melhorias seriam necessárias do ponto de vista do transporte em massa, acessibilidade e qualidade do ponto de vista da área construída e da área aberta.

2.2 Perspectivas futuras