INTERVENÇÃO URBANA - DOCAS DE BELÉM
Por: silvioalv • 25/2/2017 • Trabalho acadêmico • 1.429 Palavras (6 Páginas) • 427 Visualizações
INTERVENÇÃO URBANA TOCAS DE BELÉM
Fundada, com intuitos militares, em 1616, a pequena aglomeração, inicialmente denominada Feliz Lusitânia, foi posteriormente chamada de Belém.
Por muito tempo, as vias fluviais tiveram um importante papel na vida econômica e social de Belém;
No século XVI, foi criado o Mercado Ver-o-Peso, também na orla, que “se tornaria o primeiro meio de comunicação entre a cidade e o mundo.
O Ciclo da Borracha foi o apogeu de desenvolvimento da cidade de Belém que no início do século XX, se tornou uma das grandes capitais brasileiras e vivia o “Período do Embelezamento e Saneamento” com forte influência Européia.
Na área do atual Centro Histórico, havia casas burguesas, boulevares (avenidas largas) e equipamentos que outras cidades do país não possuíam – luxuosos e modernos cinemas, teatro, mercados construídos com estruturas importadas etc., aos moldes europeus.
Com o fim do Ciclo da Borracha, a cidade inicia também um período de declínio, e a industrialização, na década seguinte, trouxe a verticalização para a área central.
O “segundo ciclo da borracha” (durante a Segunda Guerra Mundial) traz uma esperança de desenvolvimento para a região, com o acordo entre Brasil e Estados Unidos, houve a implantação de uma base naval americana, e os americanos investiram em infraestrutura para a cidade – foi “implementado um complexo sistema de diques (construção destinada a represar águas correntes) além da implantação de sistemas de saneamento básico e telégrafos” Com o surgimento também de rodovias na região, novas centralidades foram criadas porém com isso o centro perdeu um pouco da importância locacional.
Os planos de desenvolvimento do governo Juscelino Kubitchek geraram uma considerada migração e conseqüente inchaço urbano na capital paraense. Houve um grande déficit habitacional e cresceu o número de atividades comerciais informais. No final da década de 1980 esse quadro tendia a piorar.
Na década de 1990, se estabelece o grande projeto de intervenção urbana, as intervenções na área central de Belém, em especial na antiga área portuária, “reproduzem lógicas de apropriação e gestão do espaço aplicadas a outras realidades, como as européias”, com forte apelo turístico e que buscam a integração história e paisagem natural com as práticas atuais de planejamento e gestão do espaço urbano.
DIAGNÓSTICOS
Diagnosticou que a imagem da cidade estava desvalorizada e isso tinha ligação direta com o estado em que se encontrava “o porto das docas e seu entorno”, o convívio com a população estava desintegrado havia poucas atividades culturais e de lazer na região, o trafego e o transporte no entorno eram precários a paisagem urbanística pobre de valor a qualidade ambiental era abaixo do mínimo que se pode considerar em uma região central como essa.
Na questão da orla continental de Belém, esta área vinha sendo ocupada por atividades privadas, em detrimento da geração de espaços com destinação pública, nela instalaram-se, principalmente, indústrias, portos particulares, comércio informal e serviços, de tal forma que a visualização do rio e o acesso à orla, pela população, tornaram-se limitados e muitas vezes totalmente impedidos.
Uma vez identificado o problema se estabeleceu como meta fundamental a execução de algumas ações, tais como: elaborar um plano de uso e ocupação para a orla; estimular o turismo; criar espaços de lazer e cultura para integração da cidade com sua orla; ordenar espaços para terminais fluviais de cargas e passageiros; criar um novo corredor de tráfego interligando o “centro” à área de expansão da cidade; e, integrar o transporte fluvial com o rodoviário
A partir daí ficou claro que o programa tinha como meta singular – valorizar a imagem da cidade
Esses Projetos de reestruturação e revitalização da orla de Belém e do entorno do Centro Histórico valorizaram a questão turística do Município, pois propiciou qualidade ambiental, houve o bom senso de se pensar na preservação de patrimônio municipal e que se refletiu na auto-estima da população e dos trabalhadores que atuam nesses locais.
A Requalificação Física do sítio e das edificações foi atendida, com os passeios, a arborização, a implantação de novas edificações, a preservação de equipamentos portuários e a inserção de mobiliário urbano. A Requalificação da Infraestrutura existente também é contemplada, uma vez que imprescindível para a reabilitação dos prédios existentes e daqueles a serem construídos.
Observa-se a efetiva Conexão com outros Espaços Públicos próximos à intervenção, sejam eles ruas, espaços verdes ou espaços abertos, tornando a área permeável e de fácil acesso. A Diversidade de Funções também foi buscada e alcançada, e vai além do olhar turístico sobre a área – nela existem escritórios, universidade, lojas, restaurantes, museus etc., que conferem ao local um amplo leque de opções. Há Presença de Habitação, particular e permanente – apartamentos –, e provisórias – hotéis –, ampliando assim o horário de uso dos espaços do bairro.
A intenção e a efetiva Preservação do Patrimônio também foram alcançadas, uma vez que, na medida do possível, os armazéns em melhor situação puderam ser restaurados, com as modificações necessárias aos novos usos. Novamente deve-se ressaltar que é a imagem mental histórica da área portuária, reforçada por alguns elementos que “lembram” o porto, e não o estilo portuário que foi mantida.
Por fim, acredita-se que houve uma apropriação do espaço (mesmo que não por todas as camadas da sociedade portenha), e este se tornou referencial imagético e simbólico para a população. A imagem da própria cidade de Buenos Aires foi realçada com a intervenção. O espaço foi fortalecido não só por sua
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