JOÃO PESSOA 1985

JOÃO PESSOA

João Pessoa foi fundada em 1585, no estado da Paraíba, quando o português João Tavares constrói, na foz do Rio Paraíba, o Forte de São Felipe para defender a área dos ataques dos franceses, que estavam ocupando aquela região e conquistando a confiança dos índios potiguares. Desde então, surgiu a cidade de Nossa Senhora das Neves. Por já nascer como cidade, ela nunca passou por designação de vila, povoado ou aldeia.

Antes de sua denominação atual, a cidade passou por vários nomes, como Nossa Senhora das Neves em 1585, Filipéia de Nossa Senhora das Neves em 1585, Frederica em 1654, Parahyba ainda em 1654, e finalmente João Pessoa no dia 4 de setembro de 1930.

João Pessoa foi fundada no Período Filipino, que permaneceu entre os séculos XVI e XVII. Era uma cidade que tinha sua dimensão maior que as outras vilas e foi fundada por iniciativa do donatário, construída por arquitetos e engenheiros militares, adotando um traçado regular.

Na segunda metade do século XIX, percebemos que a estrutura urbana era pouco superior a aquela do núcleo inicial, que era constituído pela cidade alta onde estava edificada a Igreja Matriz e o Varadouro na margem do Rio Sanhauá. Levantada a primeira planta da cidade da Parahyba em 1855 verifica-se que até aquela época era muito limitada a expansão da sua malha urbana. A cidade crescerá sobre os vazios existentes na área da encosta situada entre o Varadouro e a Cidade Alta, e dois eixos de crescimento estavam escassamente ocupados: Trincheiras e Tambiá.

Em 1889, registrou a existência de 128 logradouros públicos na cidade, havendo nestes mais de 2 mil prédios de alvenaria, isso aponta que a cidade em quase sua totalidade adensava-se sobre a área de seu núcleo inicial. A Rua Maciel Pinheiro destinava-se aos sobrados de uso misto que mesclavam o habitar e o trabalhar. As residências mais simples, casas térreas implantadas em lotes de pequena frente mas de grande profundidade e foram construídas nas regiões mais baixas da cidade. a distribuição espacial das casas remetiam aos padrões coloniais: uma sala de frente, aos

fundos a sala de convivência familiar e a parte de serviços. Entre estas salas encontravam-se as alcovas, ou camarinhas. Quanto aos materiais construtivos, era sempre ressaltado o uso do tijolo e as cobertas em telha, sinônimos de uma edificação sólida e duradoura.

Durante trabalhos de restauração da Igreja de São Frei Pedro Gonçalves no centro histórico de João Pessoa, foram encontradas por alguns historiadores as ruínas de uma fortificação cuja periodização foi estabelecida como sendo de fins do século XVI. Foram denominados pela imprensa como "muralhas do Varadouro" os vestígios de muros de pedra calcária, em algumas partes atingem entre oito e dez metros de altura. No ano de 1586 o governo de Frutuoso Barbosa reconheceu a necessidade urgente de se construir um forte para a defesa da Cidade de Nossa Senhora das Neves.

Foi escolhida a ponta de terra à margem direita do Rio Paraíba, local denominado por Cabedelo, que significa ponta de areia ou pequeno cabo conforme Câmara Cascudo. Esse forte foi construído em madeira e taipa na parte mais extrema do cabo, dominando toda a embocadura do rio. Em 1592 ele foi reconstruído e denominado Forte de Santa Catarina. Com o tempo, devido os ataques e invasões