NORMA DE DESEMPENHO, INFLUÊNCIA NA MODERNIZAÇÃO TECNOLÓGICA DA CONSTRUÇÃO E NA QUALIDADE DAS HABITAÇÕES BRASILEIRAS
Por: anapaula855 • 22/1/2021 • Artigo • 2.227 Palavras (9 Páginas) • 268 Visualizações
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NORMA DE DESEMPENHO, INFLUÊNCIA NA MODERNIZAÇÃO TECNOLÓGICA DA CONSTRUÇÃO E NA QUALIDADE DAS HABITAÇÕES BRASILEIRAS
Ana Paula Souza Goularte[1]
RESUMO
Atualmente no Brasil as empresas de construção civil seja de pequeno, médio ou grande porte visam a agilidade em executar suas obras, tendo como objetivo atender o cronograma e sempre que possível reduzir custos, e na maioria das vezes isto faz com que a qualidade dos serviços também seja reduzida, pois geralmente impacta na falta de cumprimento de normas, na aplicação de materiais de baixo rendimento e até mesmo em mão de obra sem qualificação. O resultado disso tudo é uma diversidade de patologias, estas que estão cada vez mais presentes no cenário de edificações novas. A Norma de Desempenho chegou em 2013 para determinar parâmetros que de uma forma geral faz com que as empresas cumprem com o mínimo de qualidade e possa garantir maior vida útil da edificação. Esta norma também induz a pesquisa e a modernização de métodos e materiais que comprovem um desempenho maior que os já conhecidos e usuais.
Palavras-chave: Inovação; Qualidade; Desempenho.
- INTRODUÇÃO
Este artigo tem como objetivo demonstrar o impacto que a NBR 15.575 causou e ainda esta causando no cenário das construções no Brasil, principalmente em relação à modernização tecnológica e na qualidade das construções.
A Norma de Desempenho esta em vigor desde 2013 e infelizmente ainda é desconhecida em algumas empresas, principalmente as de pequeno porte ou em obras onde a fiscalização é pouco atuante. Acredita-se que esta realidade seja mudada em pouco tempo através de treinamentos e divulgações, tendo a influência desta norma de forma que a inovação seja presente nas construções brasileiras e que o desempenho dos materiais aplicados tenham uma melhoria constante pós obra.
PINI...Após anos de revisão e debates, está em vigor a Norma de Desempenho (NBR 15.575:2013 - Edificações Habitacionais - Desempenho), publicada em fevereiro deste ano pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O texto institui nível de desempenho mínimo ao longo de uma vida útil para os elementos principais (como estrutura, vedações, instalações elétricas e hidrossanitárias, pisos, fachada e cobertura) de toda e qualquer edificação habitacional.
CAU...A Norma de Desempenho de Edificações é dividida em seis partes: uma de requisitos gerais da obra e outras cinco referentes aos sistemas que compõem o edifício (estrutural, de pisos, de cobertura, de vedação e sistemas hidrossanitários). Para cada um deles a Norma estabelece critérios objetivos de qualidade e os procedimentos para medir se os sistemas atendem aos requisitos. Por exemplo, a estrutura de uma parede deve agüentar, sem apresentar falhas ou rachaduras para impactos de uma determinada força medida em joules. Sistemas de coberturas têm que apresentar resistência ao fogo durante um determinado período de tempo. Tubulações hidrossanitárias que não estiverem escondidas devem suportar até cinco vezes seu próprio peso, para que não se rompam com facilidade gerando grandes transtornos. Vedações de paredes têm que garantir uma redução específica da temperatura verificada no lado exterior do edifício.
- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Qualidade
Em relação à qualidade Borges (2018), relata que a norma é um divisor de águas na construção civil brasileira, pois obriga as construtoras a conceberem e executarem as obras para que o nível de desempenho especificado em projeto seja atendido ao longo de uma vida útil, sendo isto um grande avanço. A adoção da Norma pelas empresas implica em uma nova metodologia de se projetar edificações, que ainda precisa ser compreendida pelos profissionais do mercado.
Cortés (2016), descreve que a norma estabelece padrões mínimos de qualidade, baseados no desempenho e na durabilidade dos sistemas. Isso serve como balizador para o mercado de construção civil, que atua em um mercado mais regulado, e segurança jurídica para os consumidores. A norma possui critérios objetivos para medir as responsabilidades em caso de problemas. O critério de desempenho é utilizado largamente em edificações dos países desenvolvidos há mais de 30 anos. Com a edição da Norma ABNT 15.575, o Brasil dá o primeiro passo para massificar esses padrões de qualidade em todo o seu território.
Leão (2012), entende que a abordagem de desempenho na construção civil pode significar o início de uma mudança rumo ao desenvolvimento de novas tecnologias e práticas construtivas, a partir de Normas que visem a flexibilidade de escolhas e busquem a qualidade do ambiente construído.
CAU...A indústria da construção brasileira está mudando seus parâmetros de qualidade. Trata-se de uma revolução conceitual sobre os requisitos mínimos de segurança para casas e edifícios residenciais. Desde julho de 2013 entrou em vigor a Norma de Desempenho de Edificações, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelece exigências de conforto e segurança em imóveis residenciais. Pela primeira vez, uma norma brasileira associa a qualidade de produtos ao resultado que eles conferem ao consumidor, com instruções claras e transparentes de como fazer essa avaliação.
2.2 Inovação
BorgesPara as tecnologias tradicionais, há um histórico do desempenho obtido ao longo de uma vida útil, mas para as tecnologias inovadoras muitas vezes ensaios são necessários. Para que os projetistas conheçam o desempenho dos sistemas que vão especificar, muitas informações dos fabricantes de materiais e fornecedores são necessárias e este ainda é um entrave, em função da falta de divulgação do desempenho dos produtos e sistemas comercializados no Brasil. Além disso, o conhecimento técnico dos projetistas é importante para a utilização de recursos para a fase de concepção, como a utilização de softwares para simulação do desempenho acústico, térmico dentre outros.
A análise da professora Mércia Maria Bottura de Barros foi reforçada pela observação de Paulo Sanchez, vice-presidente de tecnologia e qualidade do SindusCon-SP, que mediou os debates. Ele lembrou que os Estados Unidos, no período da crise entre 2008 e 2010, são um bom exemplo para a construção civil brasileira. “Em 2010, participei de uma missão do SindusCon-SP nos Estados Unidos. Naquele ano, os norte-americanos estavam em recessão. O que encontramos lá? Vimos as empresas investindo em tecnologia. Havia poucos canteiros de obras, mas as construtoras visitadas estavam trabalhando maciçamente com novas tecnologias, pois sabiam que a crise ia passar, que o país iria retomar o crescimento e elas tinham que estar preparadas para um novo momento. É esse exemplo que temos que seguir”, afirmou.
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