O Ara Pacis, projetado pelo arquiteto Richard Meier
Por: thaisesacerdote • 20/11/2017 • Trabalho acadêmico • 1.709 Palavras (7 Páginas) • 359 Visualizações
1. Introdução
O Ara Pacis, projetado pelo arquiteto Richard Meier, situa-se a beirar do rio Tibre, foi projetado como um cenário renovado para o Ara Pacis, um altar de sacrifício datado de 9 aC. e agora localizado na margem ocidental da Piazza Augusto Imperatore. Planejado como parte de um esforço para proteger o legado cultural de Roma, a nova estrutura substitui o recinto anterior do monumento, que estava em um estado de decadência avançada. Este monumento, uma obra-prima da arquitetura romana, representa um dos mais significativos testemunhos da arte da época de Augusto, e pretende simbolizar o período de paz e prosperidade vivido durante a Pax Romana.
A Ara Pacis propriamente dita estava dentro de um recinto de mármore, finamente decorado com cenas de devoção, nas quais o imperador e sua família foram retratados no ato de oferecer sacrifícios aos deuses. A polução em parte costumava levar gado para ser sacrificado. Alguns traziam suas togas cobrindo suas cabeças, como um capuz, o que significa que eles são sacerdotes. Outros usam coroas de louro, símbolo tradicional da vitória. Homens, mulheres e crianças se aproximam para honrar os deuses. As figuras em tamanho natural da procissão não são tipos idealizados, mas retratos, e alguns deles podem ser reconhecidos.
1.1 Objetivos
Este dossiê tem o objetivo de trazer todo o aprendizado em restauro, especialmente baseado nas teorias de Cesare Brandi. Onde as estudantes de Arquitetura e Urbanismo: Erica Bruna, Monalisa Oliveira, Railane Oliveira e Thaise Sacerdote, notaram sengundo Brandi que todo profissional tem que estudar caso por caso, garantindo que toda restauração seja feita de forma adequada. Logo, entendemos, que durante o processo restaurador, toda intervenção deve ser dirigida para a recuperação da estrutura física da obra, permitindo assim que os valores nela presentes se manifestem integralmente. Nesse processo, é a conjugação de conhecimentos científicos, estéticos e sócio-históricos que fixam os limites da intervenção.
2. Histórico da área
O Ara Pacis Augustae, ou seja, o Altar da Paz de Augusto é um altar com relevos narrativos em mármore, dedicado pelo imperador Augusto à deusa Pax (Paz). Celebrava o período de paz e prosperidade no Mediterrâneo alcançado graças às vitórias militares de Augusto, a Pax Romana. O monumento, um dos mais importantes da arquitetura da Roma Antiga, encontra-se no Museu dell’Ara Pacis na Itália, projetado pelo arquiteto Richard Meier em 2006. Foi apenas no século XVI quando encontraram parte dos restos e em 1838 foi realizada a reconstrução que se conserva até os nossos dias. Inicialmente, foi posicionado na área do Campo Marzio (Campo de Marte) na extremidade de uma grande meridiana. Essa posição estratégica foi estudada atentamente pois permitia que a sombra do obelisco alcançasse o altar no dia do aniversário do imperador. Todo de mármore esculpido, é uma construção quadrangular aberta tendo 11,65 m de comprimento, 10,62 de largura e 6 m de altura. Em seu interior, possui um pequeno altar cujo acesso é feito por três escadarias. Devido à cheia do rio, o altar ficou submerso em lodo no rio Tibre, onde permaneceu durante mais de um milênio.
O altar é ricamente decorado com padrão vegetal (folhas) na parte inferior, e em uma parte das laterais da parte superior, esta esculpida uma procissão composta pelos membros da família do imperador, além de diferentes alegorias relacionadas com a mítica fundação de Roma.
Somente em 1938, com as comemorações dos dois mil anos do nascimento de Augusto, os fragmentos foram unidos novamente dentro de um pavilhão próximo ao Mausoléu de Augusto. Na década de 1990, verificou-se que o altar estava sendo degradado pela poluição e variações de temperatura e umidade. Foi então que chamaram o arquiteto Richard Meier para projetar um pavilhão permanente e em 2006 foi inaugurado o prédio que hoje constitui o Museu dell’ Ara Pacis.
2.1 CARACTERISTICAS FISICAS
Planejado como parte de um esforço para proteger o legado cultural de Roma, a nova estrutura substitui o recinto anterior do monumento, que estava em um estado de decadência avançada. A estrutura é constituída por uma loggia glandeada longa, de uma só vez, elevada acima de um pódio superficial que proporciona uma barreira transparente entre o aterro do Tibre e o perímetro circular existente do mausoléu de Augusto, construído a partir de 28 aC. O altar foi deslocado do Campo Marzio em 1938 durante a era de Mussolini e um sistema de linhas reguladoras foi aplicado ao projeto para relacionar a posição atual do altar com seu site original. Bisecando a distância entre o centro atual do mausoléu e o local original produziu uma grade urbana de quatro quadrados que foi usada como um quadro proporcional para reorganizar a praça e seus arredores. Um obelisco artificial é usado como uma referência histórica no eixo norte-sul através do altar. A clareza dos volumes e as proporções do edifício se relacionam em escala às antigas estruturas de Roma. Uma característica predominante do novo edifício é uma parede de cortina de vidro com 150 pés de comprimento e 40 pés de altura. O hall de entrada assimétrico, definido por sete colunas delgadas em betão armado terminado com gesso em mármore branco encerado, leva ao salão principal, que abriga o Ara Pacis. O contraste entre a iluminação subjugada do espaço de entrada e o salão expansivo iluminado e altamente simétrico encoraja uma circulação naturalmente progressiva. O teto sobre o corredor principal repousa em quatro colunas com clarabóias para maximizar a iluminação natural e para eliminar "sombras falsas". Fora da estrutura principal, uma parede de baixo travertino que se estende de dentro do salão principal traça a antiga costa do rio Tíber.
Houve várias polêmicas porque muitos consideravam o projeto em vidro, moderno demais, destoando da antiguidade do monumento. Os políticos da vez até prometeram e ameaçaram desmontar a urna de vidro. Mas aí surgiu outro problema: destrui-la para construir o quê? Onde colocar a Ara Pacis? O objetivo principal da urna é proteger o monumento, mantendo a sua temperatura constante, além, claro, de protegê-lo das intempéries.
Como os demais prédios projetados por Richard Meier, o museu é todo branco, com grandes painéis de vidro, o que acaba diferenciando-o bastante da vizinhança, afinal, Roma é ocre e terracota. Mesmo com sua diferenciada construção, o prédio é bem inserido no contexto, principalmente porque segue a mesma altura e alinhamento das construções antigas.
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