O Fichamento “O clima do silêncio”

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Fichamento “O clima do silêncio”

Ao longo do tempo o objetivo pelo qual se trabalha a acústica na arquitetura vem sofrendo mudanças. Antes era estudado a forma como o som poderia melhor se difundir no ambiente, hoje é pensado em barreiras contra o ruído. Na arquitetura, entende-se por ruído todo som indesejado, mesmo este sendo uma canção ou uma conversa. Embora o som seja percebido através do sentido auditivo, o mesmo influencia em nossas percepções térmicas e luminosas, estando diretamente ligado ao bem-estar.

 É possível utilizar o isolamento acústico sem que o mesmo provoque uma separação do entorno do ambiente, fazendo-se uso de muitas barreiras leves ao longo da trajetória do som ao invés de uma única barreira espessa, além de uma apropriada disposição dos espaços da edificação. Embora tal método não promova um silêncio absoluto, o mesmo nos une ao exterior mantendo sua vista, iluminação, térmica e ventilação.

Ao projetar um edifício existem alguns critérios para alcançar uma acústica adequada. Em primeiro lugar, a sua implementação deve-se encontrar próxima a vegetação ou barreiras topográficas. O segundo critério seria proteger a edificação desde o exterior, podendo utilizar relevos artificiais, vegetação, muros etc. Está técnica não necessariamente impede a passagem do ruído por ser uma barreira visual, mas auxilia psicologicamente na sensação de transição de um entorno acusticamente caótico para um local mais silencioso. O terceiro é em questão a forma do edifício, onde é recomendado orientar a menor superfície para o ruído ou também criar pátios internos. Por último utilizamos a pele da construção para controlar a entrada do som.

Nos espaços internos é previsto que o som se atenue e se encerre. Ademais, é importante considerar a dinâmica entre os recintos principais, intermediários e independentes considerando as atividades executadas nos espaços e a simultaneidade temporal.

Telas acústicas, beirais, pisos flutuantes e paredes com câmara de ar são recursos que podem ser utilizados quando os problemas com a acústica ainda persistem. Também se enquadra como sistema acústico os espaços intermediário acústicos, onde é utilizado câmara de ar de alta absorção intensificando o isolamento acústico. Já os sistemas absorventes podem ser divididos em porosos ou ressonantes. Além disso, ainda há os sistemas geradores, cujo objetivo é encobrir o ruído com sons naturais ou artificiais agradáveis.

Sendo assim, ainda hoje talvez seja possível através da arquitetura nos reconectar e dar novo significado aos nossos sentidos, que por muitas vezes vem sendo interpretados como aberturas do corpo por onde adentram estímulos que atacam nossa mente. Reunindo os recursos de localização, entorno, forma, pele, interior e sistemas especiais quando necessário é possível recuperar o “clima do som e do silêncio” atualmente.