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O PAISAGISMO MODERNO NO BRASIL

Por:   •  14/6/2022  •  Trabalho acadêmico  •  545 Palavras (3 Páginas)  •  148 Visualizações

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O PAISAGISMO MODERNO NO BRASIL

COSTA, Denilson.

O Brasil está repleto de profissionais que conseguiram mudar a visão convencional da arquitetura. No entanto, grande parte das construções do país foi inspirada em desenhos europeus. Roberto Burle Marx foi um dos responsáveis ​​por trazer o Brasil para o mundo da arquitetura. Apesar da bagagem cultural dos anos de estudos na Alemanha, Burle Marx se apaixonou por árvores e plantas nativas e decidiu utilizá-las em jardins de formas fluidas, que se tornaram marca registrada de seu trabalho paisagístico ao longo da vida.

Burle Marx foi aclamado mundialmente pelos jardins projetados para a sede do Ministério da Educação e Saúde em 1938. A obra foi uma colaboração entre um grupo de jovens arquitetos brasileiros liderados por Lcio Costa (incluindo Oscar Niemeyer) e Le Corbusier, que atuou como consultor. Ainda é considerado um dos melhores exemplares da arquitetura moderna brasileira.

Foi no Rio de Janeiro que Burle Marx contribuiu significativamente para a definição da arquitetura moderna brasileira ao projetar o terraço-jardim para o Edifício Gustavo Capanema, considerado um verdadeiro marco do paisagismo brasileiro. O jardim tem uma configuração única no Brasil e no mundo, com vegetação nativa e formas sinuosas, conforme apresenta a figura 1.

FIGURA 1: Terraço-jardim, Edifício Gustavo Capanema.

[pic 1]

FONTE: Divulgação.

Os jardins de telhado de Burle Marx usavam um padrão contínuo de plantas tropicais. Esse estilo, que apresentava grandes plantações e uso de cores e texturas contrastantes, permaneceu com Burle Marx por toda a vida, apesar de ter reduzido o número de plantas e adotado formas mais geométricas em trabalhos posteriores.

A melhor opção é utilizar plantas nativas, pois são adaptadas ao clima e crescem apenas em áreas específicas, o que favorece tanto o seu crescimento quanto a resistência a fatores externos agressivos, como a falta de chuva e a presença de animais e insetos. Quando o assunto é sustentabilidade, o uso de plantas nativas de diversas espécies pode ajudar a reduzir o consumo de nutrientes e assim evitar problemas agora e no futuro. A rotação do plantio permite que árvores e plantas sejam retiradas e replantadas para aproveitar ao máximo os recursos naturais da região.

A obra de paisagistas como a paulista Rosa Kliass (1932-) e o brasileiro Fernando Chacel (1931-2011), que foi aluno de Burle Marx, pode ser reconhecido como paisagismo brasileiro contemporâneo. Foi ideia da Chacel desenvolver o Parque da Gleba E na Barra da Tijuca (RJ), uma área outrora desolada que, com a intervenção da Chacel, ganhou arborização, conforto térmico e redução de ruído, estabelecendo-se como modelo para projetos que aderem às conceito de desenvolvimento sustentável. Kliass é conhecido pelos projetos paisagísticos da Avenida Paulista e do Parque da Juventude, ambos em São Paulo. Este último, localizado na parte desativada do Complexo Penitenciário Carandiru, possui áreas de relaxamento e contemplação da natureza.

Atualmente, as perspectivas para o paisagismo são positivas, devido ao aumento do interesse público por espaços verdes e jardins. Como resultado, os profissionais têm uma maior responsabilidade pela arquitetura, urbanismo e desenvolvimento sustentável nas cidades. Eles devem ser profissionais com mentalidade histórica que consideram as necessidades das espécies de plantas e as condições ambientais enquanto tentam reduzir os impactos negativos sobre o meio ambiente. Por isso, o paisagismo, em todas as suas formas e funções, deve ser valorizado e reconhecido como parte de nossa história coletiva.

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