O PATRIMÔNIO, DO INDIVIDUO Á COLETIVIDADE
Por: PRISCILA FERNANDES • 13/11/2015 • Resenha • 1.539 Palavras (7 Páginas) • 1.154 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA
ARQUITETURA E URBANISMO
O PATRIMÔNIO, DO INDIVIDUO Á COLETIVIDADE
PRISCILA FERNANDES DOS SANTOS
CÓD 4005066
RIBEIRÃO PRETO – SP
2015
Ao referirmos sobre patrimônio, podemos descrevê-lo como “bens materiais”, sendo de grande valor monetário ou mesmo de pouco valor comercia, possuindo um transmitindo um valor emocional. O mesmo se define como patrimônio do individuo quando passado como herança; já o patrimônio espiritual que também se insere nesse conceito, faz relação á usos, ensinamentos, costumes, ou seja, uma tradição familiar; considerado um patrimônio imaterial que se transmite entre gerações, sendo exclusivamente nosso, voltado aos nossos interesses.
Porém o patrimônio coletivo é determinado por outras pessoas e é mais distante, pois “a coletividade não é uma simples soma de indivíduos, assim como o todo não é uma mera junção das partes”. Pois o mesmo se constitui por uma diversidade de grupos e interesses, se caracteriza pela constante mutação e pelo ciclo do desenvolvimento. Gerando assim infinitos pontos de vista, tornando-os muitas vezes conflitantes, pois o mesmo é influenciado pela diversidade de interesses, ocorrendo assim uma falta de convergência entre indivíduos.
Portanto para entendermos o conceito de patrimônio com clareza é necessário estudar o seu contexto mundial e sua trajetória.
Palavra originada o Latim “patrimonium” fazendo referencia aos pertences do pai de família. Sendo a família relacionada a tudo que estava sobre domínio do senhor, podendo ser legado por testamento. Esse conceito é de característica aristocrática e surgiu no âmbito privado do direito de propriedade, onde aqueles que não possuíam escravos eram considerados como não possuidores de patrimonium, sendo o conceito de patrimônio público ainda inexistente.
Surge então com a difusão do cristianismo e o predomínio da igreja no século IV – V e VI – XV o patrimônio religioso, considerado simbólico e coletivo, de valores espirituais e materiais que foram aumentando por categorias. Foi assim que as pessoas comuns passaram a ter um sentido próprio pelo patrimônio, incluindo assim a valorização dos lugares, dos objetos, das relíquias, culto aos santos entre outros. Mesmo sendo essas concepções ligadas a aristocracia, ocorre uma perca de controle sobre as mesmas. O que gera a reação das elites que vem inserindo a monumentalizarão das igrejas e a criação das catedrais.
Assim com o Renascimento, surge então a mudança de perspectiva, onde o que antes era uma luta pelos valores humanos, passa a ser uma luta pelo domínio da religião. O teocentrismo é combatido e assim buscam inspirações na antiguidade grega e romana em prol da valorização da cultura antiga.
Através da ajuda da impressa, dos desenhos, estudos, catalogações, e coleta de tudo o que vinha dos antigos, foi que se constituiu o Antiquariado, sendo inserido por toda Europa, até mesmo nas pequenas cidades e aldeias. Enfatiza-se assim o surgimento do patrimônio moderno. Atualmente existentes como colecionadores de Antiguidade.
“no entanto a preocupação com o patrimônio rompe com as próprias bases aristocráticas e privadas do colecionismo, e resulta de uma transformação profunda nas sociedades modernas, com o surgimento do Estados Nacionais”.
Por ser o patrimônio privado e aristocrático, o mesmo não era compartilhado publicamente para toda a sociedade. Com o surgimento dos Estados Nacionais, que ocorreram radicais transformações no conceito de patrimônio, sendo desenvolvido na França o moderno conceito para o mesmo. Com o passar do tempo viu-se então a necessidade de formar cidadãos. Sendo necessário para tal ação o fornecimento de meios para que compartilhassem valores e costumes, para que a comunicação fosse possível entre eles. Sendo o solo e suas origens supostamente comuns. Então, por meio das escolas foi possível difundir as línguas e inserir politicas educacionais que transmitissem a ideia de pertencer á mesma nação;
Através da importância da invenção de uma cultura nacional que surge o conceito de patrimônio atual, com traços que devem ser ressaltados: “entendido como bem material concreto, um monumento, um edifício, assim como objetos de alto valor material e simbólico para a nação, parte-se do pressuposto de que há valores comuns, compartilhados por todos, que se consubstanciam em coisas concretas”. “Determinado como patrimônio é o excepcional, o belo, o exemplar, o que representa nacionalidade”. “Com características de criação de instituições patrimoniais, além de uma legislação específica”. Interessante acentuar que até mesmo os vestígios de povos distantes no tempo e no espaço eram tomados como parte do patrimônio nacional, mesmo em países democráticos.
Na base da concepção do patrimônio nacional, a ideia de unidade nacional era minada no cotidiano das lutas sociais, sendo que os movimentos em defesa do meio ambiente, incluindo além de cultura, também a natureza, foram fatores contribuintes para a ampliação da noção de patrimônio; Atualmente é possível uma ampla variedade de âmbitos patrimoniais, sendo eles: “de valor provincial ou municipal, mas também de comunidade, como os indígenas ou as mulheres, de grupos religiosos ou esportivos”.
Mediante a diversidade, as alterações ambientais e culturais, a valorização isolada e específica, já não faz mais sentido. Surgindo assim à necessidade de desenvolvimento a noção de imaterialidade do patrimônio, onde a percepção incorpora um conjunto de bens que se repetem, comum em certo sentido, mas sem os quais o excepcional torna-se inexistente.
Bibliografia:
FUNARI, Pedro Paulo de Abreu e PELEGRINI, Sandra de Cássia Araújo. Patrimônio Histórico e Cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006.
Técnica
A palavra técnica vem do grego téchne, que se traduz por “arte” ou “ciência”. Uma técnica é um procedimento que tem como objectivo a obtenção de um determinado resultado, seja na ciência, na tecnologia, na arte ou em qualquer outra área. Por outras palavras, uma técnica é um conjunto de regras, normas ou protocolos que se utiliza como meio para chegar a uma certa meta.
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