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O Restauro Arqueológico

Por:   •  14/3/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.361 Palavras (14 Páginas)  •  1.035 Visualizações

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Texto síntese sobre os principais marcos teóricos, critérios de intervenção e cartas

patrimoniais.

Trabalho apresentado ao curso de

graduação em Arquitetura e Urbanismo

da Pontifícia Universidade Católica de

Minas Gerais, como requisito parcial para

conclusão da disciplina Patrimônio

Cultural: Intervenção e Gestão.

Belo Horizonte

2018

Johann Joachim Winckelmann - Restauro Arqueológico

A restauração arqueológica surge em meados do século XX e o termo caracteriza o

trabalho que tinha por objetivo fornecer elementos para projeto de restauração dos

monumentos. O trabalho se insere em uma fase histórica e cultural da arqueologia que só

servia para a área da arquitetura. Cabe o envolvimento de todas as partes na restauração,

todos os profissionais como - arqueólogos, historiadores, arquitetos, engenheiros entre outros

– contribuindo para a execução do projeto. A arqueologia pós processualista propõe estudos

na edificação sendo ela o objeto, aliás o super objeto – “um superfato” – não focado apenas

em uma parte, mas sim no todo dando vida no edifício. A arqueologia no século XXI tem um

“linguajar” diferente do século XX, pois são conduzidos por uma instituição governamental que

tem o objetivo de mostrar o edifício como era antes, com diretrizes de conservação mostrando

as marcas do passado.

Eugene Emmanuel Viollet-Le-Duc - Restauro Estilístico

Um dos primeiros estudiosos que tentou estabelecer princípios de intervenções e criar

uma sistematização para arquitetura histórica.

Participou da Comissão das artes e Edifícios Religiosos onde avalia projetos de

restauração, nesse mesmo período lançou sua obra teórica com ideias do papel do arquiteto

e suas condições de trabalho. Publicou em 1849 uma obra estabelecendo princípios

metodológicos para restauração de edifícios diocesanos, com orientações de analisar as

causas de degradação; criar um modelo de levantamento; definir formas de talhar as pedras

e de fazer rejuntes; explicações sobre as técnicas medievais e indicações de como proceder

para se restaurar uma edificação. Nesses escritos demonstrava grande conhecimento sobre

arquitetura e construção, especialmente da arquitetura medieval, e uma forte preocupação

com a adequação de formas, materiais, funções e estruturas que, na concepção de um projeto

de restauro, deveriam ter uma lógica para se iniciar as obras.

De todos seus trabalhos, o Dictionnaire Raisonné de l´Architecture Française du XIe

au XVIe Siécle teve maior propagação em outros países. No Dictionnaire pode-se assim

mostrar seus trabalhos e conhecimentos sobre a arquitetura e suas intervenções, e a

explicação do conceito sobre o assunto “restauração” que era assunto moderno na época,

pois nenhum edifício havia sido “restaurado” tal qual temos o conceito hoje, e indicou o

preconceito que assolava o restauro pois não gostavam de sair da zona de conforto

Os estudos e teorias sempre foram muito polêmicos, pois, apesar de sua

racionalidade, lógica e coesão de ideias, sua forma dogmática e abusiva de atuar acabou por

condená-lo ao ostracismo nas décadas seguintes. Percebia-se a falta de respeito pela matéria

e pelas modificações sofridas pelo edifício ao longo do tempo, pois “acertava os defeitos”

buscando a pureza de estilo através da retomada do projeto original ou, como aconteceu em

diversas obras, reconstituía edifícios inteiros a partir desse “modelo ideal” resultando em um

edifício completamente diferente do original.

Segundo Viollet-Le-Duc é importante a restauração tanto da função portante do edifício

como de sua aparência, o estudo do projeto original como fonte de conhecimento para

resolução de problemas, a importância dos levantamentos detalhados da condição existente

e documentação segura; mão de obra especializada; a importância de arquivos como

fotografias para o auxílio para tais levantamentos; que tenha um critério para a substituição

de materiais que devem ser melhores e mais resistentes; a reutilização do edifício para sua

sobrevivência e conservação e, principalmente, a atuação baseada em circunstâncias e

especificidades de cada projeto.

John Ruskin - Restauro Romântico

Considerado um restaurador romântico e teórico inglês do século XIX. Ainda hoje suas

teorias sobre o restauro apresentam temas atuais e pertinentes a preservação do patrimônio.

Ruskin defendia a ideia de que as edificações deveriam atravessar os séculos de

maneira intocada envelhecendo segundo seu destino, lhe admitindo a morte se fosse o caso,

que algumas intervenções até podiam ser

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