O Sentido ou Sensibilidade
Por: ClaraLopes122 • 23/5/2020 • Trabalho acadêmico • 2.613 Palavras (11 Páginas) • 187 Visualizações
- 1.1 Introdução
O presente ensaio na UC de teoria 1 tem como objeto temático a caracterização da arquitetura moderna, que se prense pelos novos materiais e dimensão sensorial e qualificação do espaço da arquitetura através do projeto. Pretendo formalizar um ensaio descritivo da sensoralidade da arquitetura moderna.
Primeiramente, irei analisar a evolução da técnica da arquitetura dos anos 20 aos anos 50 internacionalmente, destacando os principais protagonistas desta.
De seguida, pretendo realizar uma comparação formativa entre a técnica e as sensações a criadas pela arquitetura moderna a nível nacional.
Por fim, tenho como objetivo, analisar a influência desta técnica e sensoralidade do espaço do ponto de vista do usuário.
- 2.1 Enquadramento internacional
O Moderno do mundo exterior
A arquitetura moderna evoluiu exponencialmente entre os anos 20 e os 50.
Com o aparecimento e a evolução da tecnologia o Homem começa a encontrar novas formas de artificializar a natureza, criando assim uma “natureza” falsa à sua imagem.
A arquitetura moderna caracteriza-se também pela reformulação das mentalidades, forma-se então a hierarquia de projeto, teoria e construção, plano este que reforma o papel da teoria na arquitetura, perdendo esta a limitação que até então a prendia, não perdendo nunca, no entanto, as suas bases nos três princípios de Vitrúvio (utilitas, firmitas e venustas).1
A emergência do moderno dá-se através de uma série de revoluções de mentalidade e científicas.
A de mentalidade, que se espelha no nascimento do positivismo, do racionalismo e do funcionalismo bem como de duas novas doutrinas filosóficas, o empiricismo que se baseia na prioridade dos sentidos e de onde se extrai o romantismo e o racionalismo que consiste na prioridade da razão e de onde se extrai o neoclassicismo e o positivismo.
A científica, que se espelha no privilégio da experiência e cálculo. Onde se vê uma grande evolução na investigação astronómica e na biomecânica que prossegue a descrição objetiva da realidade iniciada na Renascença.
O “medievo” trata-se de uma correlação entro o neoplatismo e a cosmologia cristã que consiste no afastamento das “ars liberales” e a reaproximação da “techné”.2
A arquitetura moderna apresenta uma forte relação com a arte, pretendendo transmitir os seus sentimentos e sensações, esta arquitetura é mais visível no estilo romântico, no entanto em contraste tem também uma grande ligação com a industrialização e a produção em massa, que vêm aumentar a quantidade de materiais e industrializar as formas de realização e estilo (a metáfora da máquina), as cidades passam assim a ser cada vez mais lineares, influenciadas pelos transportes, estruturas e seguimentos da evolução. Com este contraste de estilos passa a haver uma separação entre o arquiteto (belas-artes) e o engenheiro (cálculo industrial).3
Conforme a evolução da indústria e do tempo o modernismo adapta-se, o tempo passa a dividir-se em duas gerações a dos anos 20-30, que se caracteriza por uma arquitetura do pós-guerra, pela geometria, pelo construtivismo e pelo confronto entre
racionalismo e o neoclassismo monumental, e a segunda que se concentra principalmente nos anos 50 caracterizada pelos vanguardismos, pela desornamentação, pelo elementarismo, espaço fluido, precisão técnica e pela abstração, tal como pela inovação dos materiais (betão, ferro e vidro), que conduz a possibilidade e consequente tendência dos arranha-céus, que aparecem primeiramente nos estados unidos.4
O material mais relevante e caracterizador da arquitetura moderna foi o betão armado que, devido à sua estrutura muito resistente, expressa outra relação relativamente ao binómio estrutura revestimento, abrindo as portas para a criação de uma nova arquitetura.
As reformas na arquitetura criadas pelo aparecimento do betão armado resumem-se a armações de peças pré-fabricadas e à capacidade matricial da estrutura, levando aos ideais da anti-estrutura, divulgados por Le Corbusier a partir do sistema “Dom-ino” em 1914. Este sistema anti-estrutura permitia a fachada possuir o sistema de fenêtre longuer.
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