O uso de imagens multitemporais

CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA REGIÃO SUL

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

INFORMATICA APLICADA À ARQUITETURA E URBANIMO. FERRAMENTAS: PROJETOS

PROFESSOR: DOUGLAS HEIDTMANN JUNIOR

ACADÊMICA: TAIANE CRISTINA GOMES LACERDA

SEMESTRE: 2015/2

O USO DE IMAGENS MULTITEMPORAIS PARA O PLANEJAMENTO URBANO E CARACTERIZAÇÃO DE AREAS IRREGULARES por Yuzi Anai Zanardo Rosenfeld & Carlos Loch

        A irregularidade fundiária constitui-se em um problema urbano recorrente em todos os países latinos, o caso do Brasil, com o crescimento de domicílios favelados nos anos de 1991 a 2000, foi de 4,18% ao ano, enquanto o parque domiciliar cresceu 1,01% no mesmo período.  Mediante tal realidade, aborda-se a temática da regularização fundiária do ponto de vista técnico e instrumental. A obtenção de dados mediante técnicas de sensoriamento remoto ocupa lugar central nas discussões. A cartografia representa geometricamente o território e sua ocupação. São nas plantas cadastrais que se tem a representação da relação jurídica existente na apropriação da terra pelo homem. Para obtenção dos dados necessários, utilizam-se técnicas de sensoriamento remoto. Trata-se da mediação ou aquisição de informações de um determinado objeto ou fenômeno, à distância. Os sistemas fornecem dados consistentes em alta resolução espacial e temporal. Imagens adquiridas através de processos fotogramétricos permite com exatidão a reconstrução das três dimensões do objeto observado, sendo sistema de coordenadas, os elementos geométricos derivados ou formas gráficas. A escolha de um tipo de sensor depende da informação que se deseja. Em escalas pequenas se obtém informações para o reconhecimento das paisagens em uma visão panorâmica. Nas escalas médias, visualiza-se informações semidetalhadas e nas escalas grandes, uma análise da estrutura fundiária bem como ao nível da parcela cadastral. O recobrimento de uma superfície com fotografias aéreas articuladas entre si, em formato de mosaico, é importante para métodos de fotointerpretação visual e estudos sistemáticos voltados à evolução da paisagem impactados pela ação do homem.

Para mapear bases cadastrais a utilização de produtos aerofotogramétricos, como é o caso das ortofotos, são eficazes. Essa técnica utiliza câmeras com rigidez geométrica, acopladas em aeronaves e é destinada a obtenção de imagens fotográficas com estabilidade geométrica. A Fotogrametria é a ciência, arte e tecnologia para determinação de informações precisas de objetos e o meio ambiente para mapas topográficos. Os avanços da tecnologia do sensoriamento e o desenvolvimento dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG) aumentaram as possibilidades de levantamento e integração de informações sobre o território. Ou seja, um conjunto de programas de computador que integram dados, equipamentos e pessoas com o objetivo de coletar, armazenar, recuperar, manipular, visualizar e analisar dados. No Brasil, as bases cartográficas, utilizam-se do sistema Geodésico Brasileiro como referência, um programa composto por rede altimétrica, gravimétrica e planimetria. A altimetria vincula-se ao geoide. O referencial da planimetria define a superfície, origem e orientação do sistema de coordenadas usado para mapeamento e georreferenciamento. O elipsoide e a orientação definem diferentes sistemas. O sistema de coordenadas utilizado pode ser o geográfico ou o plano retangular (UTM). A estruturação do mapa deve conter ainda: títulos, convenções ou legendas, base de origem, referência ou fonte, indicação de norte, escala, sistema de projeção e sistema de coordenadas. A principal origem das irregularidades fundiárias brasileiras é a não exigência por parte do Registro de Imóveis (RI) da definição de uma unidade cadastral delimitada por vértices com coordenadas, o que permitiria ao Imóvel tornar-se uma parcela única no território.

Os conflitos oriundos das diferenças entre os limites legais, materializados ou não e o limite da posse determinado pelo uso do imóvel, representam parte os conflitos fundiários. Somando-se ao aumento da concentração populacional, dos índices de pobreza nos centros urbanos e a falta de uma cultura quanto ao valor do titulo de registro de imóveis atrelado a cada unidade cadastral, percebem-se as razoes da irregularidade fundiária no Brasil. A classificação das imagens é normalmente feita através da classificação automática supervisionada ou não supervisionada.

Em áreas urbanas de recorte reduzido, como é o caso das áreas irregulares tendo disponibilidade fotográficas aéreas digitais de alta resolução, a classificação visual orientada a objetos é recomendada. Esta se baseia na percepção do interprete e que demanda o conhecimento prévio da área de estudo. As áreas irregulares são caracterizadas dentro da área urbana como possuindo certa homogeneidade, uma vez que cores, formas, texturas e tamanhos dos objetos visualizados apresentam um comportamento uniforme. Neste caso, as diferentes texturas interpretadas apresentam pouca variação entre si.

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