O uso do aço na construção civil

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ[pic 1]

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

METODOLOGIA DO TRABALHO CIÊNTÍFICO

        

O USO DO AÇO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

JOÃO PESSOA

2016

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1         INTRODUÇÃO            

O aço é um componente de extrema importância para o desenvolvimento da vida moderna. Aviões, navios, automóveis, motocicletas, redes de transmissão de energia elétrica, redes integradas de telefonia e internet, tubulações de água, tudo isso é feito de aço. Nas casas o aço está presente em larga escala, dos talheres às panelas, passando ainda pelas vigas que garantem a estabilidade das construções. Da mesma forma, além da presença direta nos bens duráveis, o aço é vital na construção das máquinas e equipamentos que tornam possível à humanidade, gozar dos benefícios e facilidades conferidos pelos bens de consumo modernos.

O aço é ainda um componente essencial para o funcionamento da economia por meio do encadeamento de diversas cadeias produtivas. Dados preliminares do Instituto Aço Brasil, apontam que em fevereiro deste ano, as siderúrgicas brasileiras produziram aproximadamente 6 mil toneladas do metal. Ainda de acordo com a DEAÇO – empresa especializada na distribuição e transformação do aço, a maior parte do que é produzido pelas siderúrgicas em nosso país é absorvida pelos setores da construção civil e indústria de bens de consumo duráveis- eletrodomésticos e automóveis, sendo o primeiro, o que mais nos interessa dentro do presente artigo.

Com cerca de trinta parques produtores, o Brasil exporta aço para mais de cem países. Além dessas indústrias, o país possui outras empresas que são responsáveis pela distribuição e corte do material. Toda essa evolução tem-se apoiado sempre num esforço constante de pesquisa. Quase nada pode ser fabricado sem recorrer a máquinas e equipamentos que, na maioria, são fabricados de aço, como no caso da construção civil.

Esse estudo tem como escopo central, o uso do aço na construção civil. Através de pesquisas empíricas, fenomenológicas e bibliográficas procuraremos definir e conceituar o componente aço enquanto ferramenta essencial para o desenvolvimento da construção civil. Trataremos ainda da sua história e evolução, bem como da sua importância e das suas vantagens para a construção civil enquanto essencial para o desenvolvimento das sociedades modernas.

2        AS PRIMEIRAS APLICAÇÕES DO AÇO            

A história da produção do aço está ligada à evolução tecnológica ao longo dos tempos em fornos e o processo de fundição. As técnicas mais antigas de fundição envolviam um forno conhecido como uma ferraria e as primeiras ligas de aço que conhecemos surgiram provavelmente como resultado das naturais “impurezas” de carbono (pedaços de ferro poroso) que o processo de fundição produzia. Os primeiros exemplos encontrados de aço vêm da pré-história e até mesmo remontam além do que consideramos como idades do bronze ou idade do ferro com as descobertas do material que remonta a 4.000 AC, na Turquia, enquanto mais uma prova de produção de aço foi encontrada no leste da África voltando para o início da Idade do Ferro em 1.400 AC.

Aço com alto conteúdo de carbono também foi produzido desde a Idade do Ferro na Ásia, com os primeiros exemplares encontrados no Siri Lanka. Os chineses, em particular, têm uma história fortemente ligada à fabricação de aço, usando uma variedade de processos incluindo a produção de aço Wootz (um aço resistente para armas afiadas), que tinha se originado na Índia, em 300 AC. O aço Wootz foi uma liga complicada que incorporou um grande número de oligoelementos dando-lhe propriedades únicas.

Até o século XVII, o aço foi relativamente complicado e caro para ser produzido e assim só foi utilizado em objetos que exigiam suas propriedades singulares, onde nenhum outro metal poderia ser usado. Foi, portanto, mais Comum em artefatos menores ou mais importantes, tais como espadas, facas e outras armas brancas em períodos anteriores (mesmo em civilizações avançadas como os romanos e chineses), enquanto era cada vez mais comum para objetos como relógios em séculos posteriores.

A expansão da utilização do aço no lugar de outras ligas de ferro só começou realmente no século XVII, quando os avanços nos métodos utilizados para sua produção, por sua vez o tornou muito mais acessível, bem como melhorou a qualidade real do próprio aço. A chave do desenvolvimento foi a adoção em maior escala de altos-fornos, em que a fundição do ferro foi alimentada pelo bombeamento de ar dentro do forno, durante o século XVII, especialmente em toda França e Grã – Bretanha. A tecnologia havia evoluído a partir de fornos de fundição em todo o continente europeu e mediterrâneo desde a idade do ferro, com influencias da china e do oriente, e progrediu significativamente durante o período medieval.

3         A HISTÓRIA DO AÇO NO BRASIL            

A partir da metade do século XIX, as transformações socioeconômicas e culturais sofridas pela sociedade brasileira ocasionaram um impulso na atividade industrial atraindo investidores e fazendo gerar um debate sobre a necessidade de estimular a siderurgia, já que o aço passava a ser insumo básico. Foi durante o X congresso geológico internacional, ocorrido em 1910, que especialistas do serviço geológico e mineralógico do Brasil, apresentaram seus estudos sobre as jazidas ferríferas do Brasil, atraindo assim, investidores de várias partes do mundo que passaram a adquirir terras em Minas Gerais.

Entre eles a empresa do capital inglês e norte-americano Itabira Iron Ore Co. LTDA deu início a uma enorme polêmica, comprando uma vasta área no Estado em 1911, planejando apenas exportar o minério de ferro, utilizando a estrada de ferro de Vitória a Minas Gerais, para liga as minas ao porto. Com a intervenção de Artur Bernardes, então presidente de Minas Gerais, a empresa Itabira teve seus planos fracassados.

A primeira fábrica instalou-se no País após 1589, no interior de São Paulo, mas foi em meados do século XIX que as fábricas de ferro começaram a ganhar importância no cenário nacional. Exemplo disto, é que desde o começo de seu mandato, o presidente Getúlio Vargas não deixou dúvidas quanto ao seu especial interesse pelo desenvolvimento industrial, com foco nos setores de base e da produção do aço.