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PROPOSTA REVITALIZACAO URBANA MINHOCÃO

Por:   •  3/9/2017  •  Projeto de pesquisa  •  1.730 Palavras (7 Páginas)  •  298 Visualizações

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O Elevado conhecido como “Minhocão”, que teve seu nome alterado no dia 23 de junho de 2016 de Elevado Presidente Arthur Costa e Silva, homenagem dada ao presidente da ditadura militar, para Elevado Presidente João Goulart, hoje é uma das maiores preocupações da cidade de São Paulo, e lembrado sempre como uma “cicatriz” que enfeia e marginaliza a face central da capital paulistana.

Apesar do absurdo do projeto, na época em que foi construído – 1971 – a Marginal ainda não estava completa, fazendo com que o elevado fizesse algum sentido naquele período. Idealizado pelo Prefeito José Vicente Faria Lima (1965 – 1969), foi resgato na gestão do Prefeito Paulo Maluf, nomeado nas instâncias da Ditadura Militar.

O elevado construído em 14 meses, de concreto protendido e pré-fabricado, com aproximadamente 3.500km, foi um presente de “grego” para o 417º aniversario da cidade de São Paulo, ligando Zona Oeste-Leste, cortando 04 bairros centrais da cidade – Barra Funda, Santa Cecilia, Republica, Consolação (MAPA) – destruiu marcos da cidade como a Praça Marechal Teodoro (FOTO), a Av. São João conhecida na época como “Park Avenue” de São Paulo - região que na década de 1930 a 1960 era composta pela elite paulista - foram “atropelados” na construção do elevado, causando a desvalorização dos imóveis, a deterioração do local, além das inúmeras reclamações dos moradores dos prédios lindeiras ao Minhocão que foram afetados pela poluição causada pelos automóveis, além da poluição sonora e visual. Diante disso, para amenizar os prejuízos causados, o elevado passou a ser interditado a partir de 1976 - fechando das 21h30min horas as 06h30min horas - e então em 1989, na gestão da Prefeita Luiza Erundina, ele passou a fechar também aos domingos, o dia inteiro. E finalmente na gestão do atual Prefeito Fernando Haddad, começou a fechar também aos sábados, a partir das 15h30min horas, e a partir do momento que foi fechado o Minhocão nos finais da tarde e finais de semana a população tomou o elevado, se tornando um local de encontro espontâneo e muitas intervenções culturais e sociais – Grupo Esparrama de Teatro; Movimento Baixo Centro; Virada Cultural; Feiras Gastronômicas; Festas temáticas (Juninas); “Minhocães”; Bloco “Minhoqueens” (Carnaval); entre outros (FOTOS).

JUSTIFICATIVA:

O minhocão já é uma ocupação, a preocupação agora é qualificar essa ocupação, em cada área com sua particularidade e necessidade de cada trecho. A minha intenção foi frequentar o elevado em todos os horários possíveis, e pelo maior numero de vezes. Realizar o estudo com embasamento pratico, a vivencia que o urbanista Jan Gehl - Cidade para Pessoas - tem repetidamente afirmado é de fato importante. Outro conceito valido é basicamente, a capacidade de se aprimorar dentro da situação do caos, ou seja, sem começar do zero. As grandes cidades do mundo já perceberam que devem cooperar com a transformação, afinal “passar a régua” é um conceito moderno, e já superado – como o Plano Voison para Paris, de Le Corbusier.

Então o que fazer? Hoje existem duas propostas, a de transformar o elevado em um parque – proposta estudada pela Associação Parque Minhocão - onde desde os primórdios existem a ideia de jardins suspensos ou elevados - como o Jardim Suspenso da Babilônia – e ainda como a primeira proposta do parque no próprio Minhocão pelo Arquiteto Pitanga do Amparo e considerada maluca por muitos nos anos de 1980. A ideia não consiste em apenas plantar arvores e plantas no elevado, ou achar que é possível apenas se inspirando no High Line em NY, que consiste em um entorno bem diferente que vivemos no Minhocão. O parque elevado americano, se trata de um elevado locado em uma área industrial, diferente do Minhocão que este inserido em uma área predominantemente residencial; além de sua disposição ser bem diferente, onde ele percorre por dentro das quadras, que foi possível, pois anteriormente o elevado era uma linha férrea, sendo a sua dimensão quase metade que o nosso elevado paulistano – além disso, o High Line foi construído para valorizar ao entorno, o oposto que ocorre no entorno do Minhocão.

E a outra opção mais discutida, não é de fato a demolição, pois iria gerar um custo médio de 80 milhões, e sim o desmonte, que seria “desmontar” o elevado, que é composto por vigas longitudinais, é retirar as camadas externas, deixando apenas os pilares e o vigamento que passar por cima. O mais importante neste caso é verificar onde será transplantada o elevado, o que não é muito discutido. Portanto, não adianta resolver um problema aqui e causar outro ali.

TRÂNSITO:

Referente ao transito, de acordo com a CET, passa em média 80 mil carros por dia pelo elevado, sendo um dos pontos mais congestionados da cidade, com transito intenso ou parado pelo menos quatro dias por semanas nos horários de pico. Mas o colapso viário já aconteceu há muito tempo e a retirada do elevado vai criar um caos dentro do que já existe aonde as ruas dos arredores vão da noite para o dia congestionar.

Conforme Sérgio Ejzenberg - mestre de engenharia de transporte pela Escola Politécnica da USP - diz que a desativação da via teria grande impacto, de inicio o transito vai afogar a Avenida Amaral Gurgel, o que degradará ainda mais a região. Em pouco tempo, os condutores descobrirão alternativas pela Marginal Tiete, pela Avenida do Estado e por vias locais, que ficarão sobrecarregadas. Uma das propostas da Prefeitura para evitar o caos é a previsão da Operação Urbana Lapa-Brás (A Operação Urbana Consorciada Lapa - Brás representa o agrupamento de três Operações Urbanas já existentes e previstas pelo Plano Diretor Estratégico: Água Branca, Diagonal Norte e parte da Diagonal Sul.)

Operação Urbana poderá prever via em cima da linha férrea existente enterrando a mesma, de forma a suprir a demanda do trafego existente.

MORADORES:

Uma região com aproximadamente 232 mil habitantes (IBGE, censo 2010), com a desvalorização do local, famílias que vieram para São Paulo para tentar algo melhor, e com a construção do Minhocão e a desvalorização desta região essa migração foi direcionada para esta região, onde atualmente é possível observar a mistura de pessoas de varias partes do país, na área mais central, mais próxima a Avenida Amaral Gurgel a concentração da população de baixa renda são normalmente moradores dos primeiros andares dos edifícios, ou abaixo desses, compostos também por cortiços com muitas famílias.

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