Parque da Cidade Brasilia - Copresencialidade
Por: Marcos Teixeira • 12/5/2019 • Artigo • 931 Palavras (4 Páginas) • 199 Visualizações
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Ensaio Teórico
ARQUITETURA DOS CORPOS – PARQUE DA CIDADE
Aluno: Marcos Vinícius Teixeira
Orientadora: Hiatiane Cunha
I - INTRODUÇÃO
Encarando a arquitetura, o gênero e a sexualidade enquanto a construção social cujos caminhos se sobrepõem, me traz uma curiosidade de olhar para a cidade a partir do gênero e a sexualidade, homens e mulheres ou pessoas não binárias são apresentadas à cidade de maneiras diferentes e como isso reflete na experimentação do urbano e na copresencialidade dos lugares.
II – JUSTIFICATIVA
Após trabalhar em um centro empresarial próximo ao parque da cidade, mais exatamente próximo ao Pavilhão do parque, notei que o parque é subtilizado por diversas pessoas em busca de sexo fácil, afinal, porque os carros param tanto nos estacionamentos 1 e 2? Ligando os pontos, chegamos ao Parque da cidade em Brasília – Brasil, um dos maiores parques urbanos do mundo com uma área de 4,2 km², com pistas de 4 km, 6 km e 10 km para corrida, ciclismo e caminhada. O Parque da Cidade possui quadras de areia para vôlei, futebol e peteca, além de parquinhos infantis, churrasqueiras, lago e um complexo para a segurança e diversão de seus usuários, um parque de extrema importância para a capital federal, onde a cada domingo – dia de maior movimento – cerca de 80 mil pessoas vão tomar sol, beber água de coco e praticar cooper. A área também oferece conforto para os usuários, e é claro, alguns usuários também buscam o parque por outros motivos, por isso explicarei através de situações vivenciadas diariamente no parque, que dirão a respeito das relações de poder que encontramos nos espaços urbanos que são acima de tudo, projetados a partir de desejos e privilégios masculinos, possibilitando um olhar sobre a cidade vista a partir de corpos sexualizados apreendidos através de marcas e conflitos. Em 2009, a ONG Amigos da Vida fez o primeiro e único mapeamento sobre a prática sexual no Parque da Cidade, onde tive a chance de estudar um pouco mais sobre a copresencialidade do local, onde tentamos entender os motivos que levam os usuários para o parque para essa prática.
O prazer e a cidade estão ligados e percebemos que a cidade e o meio urbano são alterados, e os corpos se reapropriam do ambiente urbano e o exercício do direito a cidade como um privilégio do prazer, e em quase todas as ocasiões, inclusive no parque, para prazeres masculinos, o que me permite pensar sobre as lógicas espaciais e as dimensões morfológicas de cada espaço.
III – OBJETIVOS
O objetivo geral dessa pesquisa é avaliar se a função do espaço urbano público é apropriada ou não para as práticas sexuais, mesmo elas sendo isoladas em áreas apropriadas, já que o parque é um direito de todos, inclusive para aqueles que querem buscar o prazer, em exemplo de alguns países que já estão liberando a prática, podemos citar a Holanda, onde as autoridades da cidade holandesa de Amsterdã liberaram sexo ao ar livre em um dos seus parques mais visitados: o Vondelpark. A permissão, no entanto, tem restrições: os casais só podem fazer sexo à noite e longe dos playgrounds, não são permitidos gritos e as camisinhas têm de ser jogadas nas lixeiras. A liberação é para gays e heterossexuais. O porta-voz da prefeitura, Paul Van Griken, declarou: “Não será uma perturbação para quem visita o parque e essa medida vai dar prazer para muitas pessoas”. Detalhe: não é permitida a entrada de cães sem coleira no parque. Motivo: eles incomodam os frequentadores. Os donos dos animais já protestaram.
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