Pós modernismo na arquitetura
Por: galvosilva • 26/2/2016 • Trabalho acadêmico • 2.643 Palavras (11 Páginas) • 519 Visualizações
Pós-Modernismo
Compreende o período posterior a 1965 até cerca da década de 1980, surgiu nos Estados Unidos e depois se espalhou pelo mundo, na Europa aconteceu principalmente na Itália. O pós-modernismo é um conceito diversificado e instável que tem denotado abordagens estéticas especificas na crítica literária, arte, cinema, teatro e na arquitetura.
O pós-modernismo apresenta características comuns, tais como a rejeição da visão de mundo unitária incorporada ao que chamamos de narrativas mestras, ou seja, os grandes sistemas de explicação. O pós-modernismo concentra-se nas diferenças locais, regionais e étnicas e traz para primeiro plano o que fora marginalizado pelas culturas dominantes.
Na arquitetura deve ser compreendido em primeiro lugar, no contexto daquilo a que o movimento se opôs e, em segundo lugar, daquilo que afirmou. Surgiu com uma arquitetura diferente e sucessora ao modernismo que muitos já começavam a considerar anacrônico. Os melhores registros dessa transformação foram publicados por Kenneth Frampton, Mary McLeod, Magali Sarfatti Larson e Heinrich Klotz.
No início dos anos 70 surgiu a denominação de pós-modernismo com projetos que apresentaram afirmações igualmente populistas e que a essência propunha um programa estreitamente estetizante e historiscista. Dominados por tons pastel e colagens irreverentes de revestimentos aplicados com delicadeza e adornados com elementos históricos, inspiravam-se em parte na arquitetura grega, essas misturas aparatosas acenderam o entusiasmo de jovens profissionais em ascensão por projetos para suas próprias residências e também de incorporações de mini-malls e shopping centers.
Nos Estados Unidos e na Europa, os debates sobre o pós-modernismo na década de 70 mantiveram-se exclusivamente no nível do estilo e, em alguns casos, da rejeição explicita de toda preocupação social. Os que defendiam o compromisso com o modernismo faziam-se muitas vezes alegando elevadas razões morais, em geral vinculando sua posição aos relatos apenas parcialmente verdadeiros da supressão do modernismo por regimes totalitários durante a década de 30. Também faziam afirmações sobre a lógica tectônica superior de seus projetos, a maior honestidade na expressão da estrutura e a elevada fidelidade aos imperativos dos materiais e da tecnologia contemporâneos.
Nos Estados Unidos existia uma vertente conhecida como os “Brancos”, que incluía Peter Eisenman, Richard Meier, Michael Graves e Charles Gwathmey, que seguiam estritamente a estética arquitetônica pura e polida do modernismo. Por outro lado, os “Cinzentos”, Venturi, Moore e Stern, rejeitavam cada vez mais a aparência branca em favor de estilos históricos e elementos arquitetônicos. (VAMOS VER NAS IMAGENS MAIS À FRENTE) Outras posições historicistas foram defendidas na Europa por Paolo Portoghesi, Quinlan Terry e Leon Krier. Apesar de suas disputas ocuparem muitas páginas de revistas de arquitetura na década de 70, seus debates ficavam à margem dos processos reais de encomenda, financiamento e construção de prédios.
Na década de 70, os projetistas pós-modernos produziram cada vez mais panfletos contra o que veio a tornar-se uma versão caricatural do modernismo. Ignoraram os expoentes do modernismo das décadas de 20 e 30, que tinham atacado as instituições arquitetônicas burguesas e elitistas, e ridicularizaram a esperança modernista de que uma estética inovadora pudesse ser acompanhada por transformações sociais.
No final dos anos 70 e ao longo dos anos 80 os pós-modernistas abandonaram toda aspiração de mudança social, não só por meio da forma, mas em todos os sentidos, em alguns casos fizeram aliança com preservacionistas para conservar prédios antigos, isso foi relativamente raro. Durante a explosão imobiliária dos impetuosos anos 80, as alianças com outras forças para melhorar a habitação foram a exceção, não a regra. A preocupação com a ecologia ou com a conveniência de se construir em áreas geologicamente inadequadas sofreu uma marginalização ainda maior. Em toda a Europa e nos Estados Unidos, muitos dos ousados projetos pós-modernistas da década de 80 não pareciam incorporar sonho algum além de riqueza e poder.
O primeiro teórico a atacar o modernismo foi Jane Jacobs no livro intitulado: “The Death and Life of Great American Cities” (Morte e vida de grandes cidades) em 1961 depois vieram Robert Venturi com “ Complexity and Contradiction in Architecture” (Complexidade e contradição em arquitetura) em 1966, Aldo Rossi “The Architecture of the City” (A arquitetura da cidade) em 1966 e Hassan Fathy com “Architecture for the Poor” intitulado na primeira edição de 1969 “Gourna: A Tale of Two Villages”,
Jacobs contestou as ideias de planejamento de Le Corbusier e de outros projetistas modernos, assim como o programa da Cidade-Jardim de Ebenezer Howard, popularizado nos Estados Unidos por Clarence Stein, considerou inadequado paras as cidades. Louvando a heterogeneidade dos bairros urbanos e dos prédios antigos, Jacobs usou seu próprio distrito em Nova York como forma de realçar a diversidade e a vivacidade possíveis das ruas das cidades, que contrastavam com a mortificante regularidade dos projetos habitacionais para população de baixa renda que matavam a rua.
Jacobs afirmava que a ordem oculta da rua não reprojetada sustentava uma vida urbana rica e variada, além de aumentar a segurança. Ela concluía que as cidades contemporâneas não deveriam sofrer novas e devastadoras renovações urbanas segundos princípios equivocados do movimento moderno e sim ser alimentadas como os espaços vitais e atraentes que realmente são. Jacobs lutou contra a globalização empresarial e incitou urbanistas e empreendedores a lembrar da importância das comunidades e da escala humana. Embora não tenha formalmente estudado urbanismo, suas ideias mudaram radicalmente a política urbana, destacando o poder da observação e da experiência pessoal. Jacobs nos deixou em 2006, aos 89 anos.
Em Morte e Vida das Grandes Cidades, seu mais famoso livro, Jacobs critica a falta de visão dos urbanistas na década de 50 e argumenta que suas suposições sobre o que faz uma boa cidade estavam, na realidade, em detrimento da escala humana
A abordagem de Venturi diferencia-se da de Jacobs por voltar-se especificamente para o que ele via como construções sem sentido projetadas pelos seguidores do movimento modernista, independentemente de suas motivações sociais ou de seus imperativos econômicos. Sua agenda envolvia diretamente estratégias para prédios individuais e para projetos de urbanismo, em especial aqueles produzidos por uma pequena classe de arquitetos de elite. Opondo-se à “arquitetura moderna ortodoxa”, Venturi louvava o predomínio da “vitalidade confusa sobre a unidade óbvia”, da riqueza sobre a clareza de significado, do “não só, mas também” sobre o “ou isto ou aquilo”.
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