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RESENHA DO CAPÍTULO 1 E 2: TEORIA DO RESTAURO, CESARE BRANDI E A CARTA DE VENEZA

Por:   •  24/10/2018  •  Resenha  •  1.219 Palavras (5 Páginas)  •  846 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL | ARQUITETURA E URBANISMO

TÉCNICAS RETROSPECTIVAS | 2018/04

PROFESSORES: MATHEUS GOMES CHEMELLO E SANDRA MARIA FAVARO BARELLA

ALUNA: ANDRESSA ANGELA DENARDI

RESENHA DO CAPÍTULO 1 E 2: TEORIA DO RESTAURO, CESARE BRANDI E A CARTA DE VENEZA

Os monumentos históricos são uma testemunha das tradições e histórias da humanidade, o que leva a tornar os mesmos cada vez mais importantes ao conhecimento e patrimônio comum. Com isso, é responsabilidade coletiva a proteção destes bens comuns. Assim, para saber como prosseguir em uma obra de restauro ou conservação, foi analisado o capítulo 1 e 2 do livro de Brandi mais a Carta de Veneza, fazendo uma comparação entre os mesmos. No capítulo um do livro de Brandi, é abordado o conceito de restauro, onde o termo restauração pode ser definido como uma intervenção em qualquer objeto, com o objetivo de resgatar a sua funcionalidade, mas o autor nos leva a ter uma interpretação completamente diferente, mais ampla do termo restauração quando tratado em uma obra de arte. Para isso, deve-se compreender o que é necessário para estabelecer uma obra de arte. Portanto, em primeiro lugar é necessário entender que uma obra de arte não pode ser considerada obra de arte sem a relação singular que ela desenvolve com a pessoa, no texto Brandi diz que essa é, sem dúvida alguma a característica peculiar da obra de arte, quando começa a fazer parte do mundo, do particular para o mundo de cada indivíduo. Esta mesma ideia é abordada na Carta de Veneza, onde a mesma cita a importância da consciência da unidade de valores humanos, e os considera um patrimônio comum e pensa nas gerações futuras com a conservação dos monumentos para transmitir a sua autenticidade, ou seja, leva em consideração a importância da conservação e restauração num âmbito internacional, levando suas características culturais e tradições, para assim manter a memória e história dos monumentos sempre vivos. Com isso, se percebe que sem essa relação, não existe obra de arte, o que à torna verdadeira somente após essa interação.

Após entender o que é uma obra de arte, pode-se compreender o que a Carta de Veneza e Brandi falam em seus textos, e assim, analisar como prosseguir para uma obra de restauro, pois a obra de arte e o que o seu resultado transmite as pessoas, deve condicionar a restauração. Ainda para uma melhor compreensão da obra de arte, como produto da atividade humana, é necessário compreender a dupla instância, ou seja, a instância estética e histórica. A instância estética, se origina a partir da artisticidade e a instância histórica, corresponde a união da obra com quando ela foi feita em seu tempo presente.

Ao analisar o primeiro capítulo, foi notado que tem uma prevalência da obra pelo lado artístico, através do conjunto estético e tudo o que se refere a imagem. Com isso, a funcionalidade não pode ser restaurada, já que se espelha nas instâncias estética e histórica, sendo que, a instância estética torna-se importante, por ela ser o que torna a obra de arte única e dissociável das outras. Também não se pode menosprezar a importância da instância histórica, que representa o contexto que a obra de arte foi inserida, sendo imprescindível os traços da sua passagem no tempo, para assim não cometer nenhum falso artístico ou histórico e não apagar nenhum sinal da passagem da obra de arte no tempo. Ou seja, como é dito na Carta de Veneza, que se deve tratar o testemunho de uma civilização particular, de uma evolução significativa ou de um acontecimento histórico e da conservação e restauração dos monumentos visando a proteção da obra de arte e do testemunho histórico da mesma.

No capítulo dois, o autor traz como tema a matéria da obra de arte, a qual aborda que a teoria da matéria da obra de arte está no objeto de intervenção, o que determina que o restaurador tenha um conhecimento do que é a matéria com relação a obra de arte. Com isso, a matéria representa o tempo e o lugar da intervenção e do restauro. Este mesmo pensamento é transmitido na Carta, o qual é feito com o objetivo de conservar e revelar os valores estéticos e históricos dos monumentos e se baseia em respeitar o material original e os documentos autênticos, para não ter uma perda no tempo, sendo que a restauração sempre será feita acompanhada por um estudo arqueológico e histórico do monumento.  

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