RESUMO DO CAPÍTULO - Teoria da Restauração. Cesare Brandi
Por: elisabtrz • 22/5/2017 • Resenha • 372 Palavras (2 Páginas) • 2.754 Visualizações
BRANDI, Cesare. Teoria da Restauração. Trad. Beatriz Kühl. São Paulo: Ateliê editorial, 2004
Capítulo 1
O termo restauração pode ser definido como uma interveção, em qualquer que seja o objeto, com o propósito de resgatar sua funcionalidade. Porém, Brandi nos leva a uma interpretação mais ampla do termo restauração quando a tratamos em uma obra de arte.
Para compreender como deve acontecer essa intervenção devemos entender, então, o que se estabelece como uma obra de arte.
Primeiro de tudo, é necessária a compreensão de que uma obra de arte não pode ser considerada obra de arte sem a relação singular que ela desenvolve com o indivíduo. Quando ele diz "Essa é, sem dúvida alguma a característica peculiar da obra de arte,(...) quando começa a fazer parte do mundo, do particular ser no mundo de cada indivíduo." Está claro que sem essa relação, não há obra de arte, e que na verdade esta, só existe a partir dessa interação, podendo ela ser recriada todas as vezes que se experimenta sua estética.
A partir dessa análise, pode-se prever a compreensão de Brandi sobre como deve se realizar uma obra de restauro. Isso porque a obra de arte e o que o seu resultado transmite ao indivíduo deve condicionar a restauração.
Também é necessária a compreensão das dúplice instância da obra de arte como produto da atividade humana: a instância estética, que se dá a partir da sua artisticidade; e a instância histórica, que corresponde a junção da obra quando ela foi feita, e em seu tempo presente. Pode-se perceber que a instância da utilidade não é nem sequer citada, por não poder ser levada em conta de forma isolada.
A verdade é que a prevalência da obra é pelo seu lado artístico, dado pelo seu conjunto estético e tudo o que se refere a imagem. A funcionalidade, então não pode ser restaurada, já que se torna um reflexo das instâncias mencionadas. A instância estética se torna tão importante por ser ela o que torna a obra de arte única e dissossiável das outras.
Também não podemos subestimar a importância da da instância histórica, que representa o contexto em que a obra de arte foi inserida, sendo indispensável os traços de sua passagem no tempo, não cometendo nenhum falso histórico.
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