RESENHA - LUGARES DE MEMORIA
Por: DDDTANK • 23/10/2020 • Seminário • 809 Palavras (4 Páginas) • 271 Visualizações
Nome: Rodrigo Otávio Gomes Pereira do Amaral Gurgel Curso: Antropologia
Docente: Louise Prado Disciplina: Patrimônio Cultural
Resenha - “Lugares de Memória: Bens Culturais?”
Referência bibliográfica: QUINALHA, I. 2011. Lugares de Memória: bens culturais? IN: Olhar Multidisciplinar sobre a efetividade da proteção do Patrimônio Cultural. Belo Horizonte: Fórum, PP. 509-532
Ao iniciar esta resenha, acredito que seja necessário destacar os pontos principais do texto de Renan Honório Quinalha: este é um texto muitíssimo bem estruturado, contando com um total de seis subcapítulos dos quais, por sua vez, quatro possuem sub-seções próprias; este é também um texto de cunho extremamente político, que argumenta a favor dos Lugares de Memória não apenas de um ponto de vista acadêmico; e este é um texto que, apesar da utilização constante de ferramentas textuais desagradáveis como “é consenso” e “é amplamente aceito”, é extremamente bem argumentado. No que se segue desta resenha, buscarei apresentar ao leitor um panorama geral dos principais pontos argumentativos ao redor dos quais Quinalha constrói seu argumento, assim como um resumo brevíssimo de sua conclusão.
O primeiro capítulo é, lógicamente, a Introdução. Nele, um dos únicos dois que não são divididos em sub-seções próprias, o autor faz uma argumentação bastante provocativa ao redor das noções de “patrimônio cultural”, “Lugar de Memória” e “reparação simbólica”, iniciando um argumento que se estenderá por todo o capítulo e que busca demonstrar ao leitor como a utilização destes lugares pode ser feita para promover se não uma cura per se, uma reparação gradual da consciência das vítimas de atrocidades políticas, como foi o caso da Ditadura Brasileira.
No segundo sub-capítulo, intitulado “A volta da ordem democrática”, o raciocínio é dividido em duas seções: “As medidas para reparação das vítimas da ditadura brasileira”, no qual o autor nos trás mais perguntas e provocações que buscam relacionar noções de anistia com os direitos constitucionais à verdade e à memória, assim como trás três incômodas perguntas jurídicas que permeiam toda a discussão entre bens culturais e ressarcimento cultural dos grupos mutilados desta forma pelo governo ditatorial. Na segunda seção, “Retorno à democracia e bens culturais”, Quinalha discute de que forma a patrimonialização e a instituição de Lugares de Memória pode ser útil ao retorno à democracia, um argumento que ele manterá durante todo o texto, colocando estes Lugares como ferramente essencial à manutenção do Estado de Direito.
Em “Memória Coletiva e Cultura”, terceiro sub-capítulo do texto resenhado, o autor nos apresenta as informações da mesma forma didática de antes: duas seções, a primeira, “A memória entre a lembrança e a imaginação”, definindo o que seria a memória de que fala – a soma da “recordação” e a “imaginação”, de forma simplificada – e explicando que Locais de Memória só fazem sentido se a memória que representam é coletiva, o que cria o gancho perfeito para a próxima seção: “Sujeito e objeto: uma memória coletiva”, em que ele explica que o papel social da memória coletiva como forma de emancipar o coletivo
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