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Raízes de Igualdade: A Jornada do CECAB em Caxambu

Por:   •  26/2/2025  •  Trabalho acadêmico  •  480 Palavras (2 Páginas)  •  19 Visualizações

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Raízes de Igualdade: A Jornada do CECAB em Caxambu

O Centro Caxambuense Afrobrasileiro (CECAB), originalmente chamado de Angola Janga, foi um marco na história de Caxambu. Fundado por volta do ano de 1988 e ativo até o ano de 2001, o CECAB nasceu do sonho de Ana Maria da Silva Martins e Vera Maria Henriques, que idealizaram uma associação voltada para debater discriminação racial, direitos humanos e igualdade juntamente com a Diocesse da Campanha. Com a colaboração de Amália Portela, tesoureira e irmã de Vera, o centro tornou-se um refúgio para acolher a comunidade negra e fortalecer suas vozes. Criar o CECAB foi um desafio, em uma época em que pautas raciais ainda enfrentavam grande resistência social.

O CECAB foi muito mais que uma associação. No dia 24 de abril de 1999, a cidade de Caxambu testemunhou um marco significativo: o I Encontro Diocesano para a Implantação da Pastoral do Negro. Organizado pelo CECAB, o evento reuniu participantes não apenas da cidade, mas também de localidades vizinhas, formando uma rede de diálogo e fé.

Segundo a ATA de Fundação, o principal objetivo da Pastoral era fortalecer a vida e a comunhão do Povo de Deus, utilizando a Igreja como mediadora. Além disso, buscava ressignificar a identidade negra à luz da fé cristã, inspirando as pessoas a “aprender a ser negro como Deus criou”. Por meio do Evangelho, promoveu reflexões sobre as raízes culturais e históricas, integrando espiritualidade e identidade cultural.

As ações missionárias e eclesiais da Pastoral eram voltadas à preservação e valorização da cultura negra, destacando a inculturação como um pilar fundamental. Sua atuação englobava desde a interação comunitária até a criação de espaços que celebravam a história e os saberes afrodescendentes.

As reuniões conjuntas da Pastoral do Negro e do CECAB tornaram-se um espaço de transformação social e cultural. Ali, eram discutidos projetos e ações, como cursos profissionalizantes, concursos de beleza, palestras, missas inculturadas, e encontros de congadas, iniciativas que enalteciam a riqueza da cultura negra e fortaleciam o senso de pertencimento comunitário. Esse encontro inicial foi o primeiro passo de uma caminhada que uniu fé, cultura e resistência em prol de uma sociedade mais justa e inclusiva.

Juntamente à Congada Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, mais conhecida como Congada do Senhor Ismael, o CECAB levou a cultura afro-brasileira para cidades como Campanha, Ilicínea, Três Corações, Jesuânia e muitas outras. Um dos momentos mais marcantes foi o desfile em Caxambu, em 2001, com a participação de mais de 200 congadeiros. Após a apresentação, o grupo entrou em um refeitório lotado tocando em uníssono – um instante de pura magia que arrancou lágrimas de emoção de todos os presentes. Como lembra uma das organizadoras: “Foi uma cena inesquecível, daquelas que guardamos no coração para sempre.”

O CECAB deixou um legado que ressoa até hoje, celebrando as raízes afro-brasileiras e a força de uma comunidade que não desistiu de lutar por dignidade e igualdade.

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