Reflexões Sobre a Dinâmica Recente da Rede Urbana Brasileira

Fichamento do texto:

Reflexões Sobre a Dinâmica Recente da Rede Urbana Brasileira de Roberto Lobato Corrêa

• A rede urbana, entendida como um conjunto de centros funcionalmente articulados, constitui-se em um reflexo social, resultado de complexos e mutaveis processos engendrados por diversos agentes sociais.
• Desta complexidade emerge uma variedade de tipos de redes urbanas, variadas de acordo com combina9fies de caracteristicas como o tamanho dos centros, a densidade deles no espaqo regional, as funqfies que desempenham, a natureza, intensidade, periodicidade e alcance espacial das interações e a forma da rede
• Reflexo social, a rede urbana constitui-se também, como qualquer materialidade social, em uma condição, uma das matrizes onde é forjada a reprodu no da existéncia social, envolvendo as condições de produção, as relapses sociais e os trapos culturais.
• A rede urbana, por isso mesmo, esta submetida a um dinamismo, maior ou menor e com ritmos variados, proprio de cada contexto espaço-temporal, isto é, de cada forma ao espacia.
• Este dinamismo origina-se tanto de fatores externos a cada rede urbana especifica, como de fatores infernos, a partir de possibilidades e moti vat fies de seus agentes sociais.
• Nesse dinamismo, em consequéncia, podem ser alterados o tamanho, a densidade e as funções dos centros urbanos, assim como a natureza, intensidade, periodicidade e alcance espacial das interações e a forma  espacial da rede.
• Não conhecemos, em toda a sua extensão, a natureza e as consequéncias

desse dinamismo que afeta, no presente, a rede urbana brasileira.

• Nem mesmo o que ocorreu no passado.
• Assim, por exemplo, pode-se inquirir sobre o papel de processos recentes sobre as formas criadas no passado.
• Ou sobre o papel da inércia na manutenção de formas ou interações espaciais herdeiras de um passado mais ou menos proximo e que convivem com processos e formas criados recentemente.
• A rede urbana brasileira caracterizava-se, por volta de 1960, por diversas caracteristicas, das quais destacaremos apenas trés, tendo em vista caracteriza-la no presente.
• A relativamente pequena complexidade funcional dos centros urbanos era uma dessas caracteristicas, enquanto outra era, associada a esta, o pequeno grau de articulação entre os centros, definindo um padrão de articulação ainda fortemente marcado por relações regionais.
• A terceira caracteristica, que emerge das anteriores, era o padrão espacial com que a rede urbana estava construida.
• Uma relativamente pequena divisão territorial do trabalho ainda marcava a vida economica de grandes areas do pais.
• O processo de uma mais efetiva integração nacional ainda estava em seu começo e as atividades industriais não tinham a expressão que tern, vinculando-se fortemente a mercados regionais.
• Belém, metropoles regionais em formação, Belo Horizonte, Curitiba e Fortaleza, inúmeras capitais regionais, centros sub-regionais, centros de zona e centros locais.
• Este esforço de generalização, contudo, não leva em conta algumas areas da macro-região Centro-Sul, notadamente nas proximidades da metropole paulistana, onde ja aparecia uma serie de centros industriais que, se surgiram anteriormente, ampliaram as suas atividades industriais apos 1955, com a politica de industrialização dos anos 50.
• A esta pequena complexidade funcional da rede urbana associava-se um padrão de interatividades espaciaais predominantemente regionais.
• Em outros termos, o país estava estruturado em torno de metropoles regionais consolidadas ou em formação.
• O primeiro exemplo remete-mos a rede ferroviaria, cuja importância ainda se fazia sentir na década de 1950.

• Cada uma das metropoles era o foco principal de uma ferrovia regional: Porto Alegre (Viação Férrea do Rio Grande do Sul), Curitiba (Viação Férrea Parana- Santa Catarina), Belo Horizonte (Rede Mineira de Viagem), Salvador (Estrada de Ferro Leste Brasileiro), Recife (Great Western of Brazil) e Fortaleza (Rede de Viagem Cearense). Belém, por sua vez, sediava a pequena Estrada de Ferro Bragança, articulando- se a sua hinterlandia sobretudo por via fluvial.
• No caso do Rio de Janeiro duas ferrovias estavam sediadas, a Estrada de Ferro Central do Brasil, ligando-a a São Paulo e a Belo Horizonte e Norte de Minas Gerais, e a Leopoldina Railway, que articulava o interior fluminense, o territorio capixaba e a Zona da Mata mineira a ela.
• Ja para a metropole paulistana, dotada de prospera e ampla hinterlilndia e em vias de se tornar a grande metropole nacional, con vergiam inumeras ferrovias que a conectava com o interior paulista, o Trikngulo mineiro, o Sul goiano e o sul- matrogrossense: Estrada de Ferro Santos-Jundiai, Estrada de Ferro Mogiana, Estrada de Ferro Sorocabana e Companhia Paulista de Estrada de Ferro, além de outras menores.

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